Mapa de Tombua, ex-Porto Alexandre, antiga "Angra das Aldeias", Angola
Tombua, Porto Alexandre, dista de Moçâmedes,
Namibe, 45 milhas por via marítima e pouco menos de 100 Km por estrada. Esta
angra foi descoberta pela guarnição do navegador Diogo Cão em Janeiro de 1486,
na sequência da segunda viagem de exploração marítima ao longo da costa
ocidental africana.
Foi designada pela guarnição por “Angra das Aldeias” ou “Angra duas Aldeias”, nome primitivo que perdurou ao século XIX, 1834.
Foi designada pela guarnição por “Angra das Aldeias” ou “Angra duas Aldeias”, nome primitivo que perdurou ao século XIX, 1834.
A História e a Natureza de mãos dadas.
Por Manuel João de Pimentel Teixeira, que nos
apraz registar:
“Um facto inegável que tem ajudado a
enriquecer este trabalho é a contribuição que se recebe da família, de amigos,
de e - amigos e de pessoas anónimas.
São os moçâmedenses que mais têm colaborado.
Reconhecidamente orgulhosos da sua terra,
jamais perdem a oportunidade de dá-la a conhecer. e está correcto! É quase uma
obrigação de quem provém de uma cidade que tem por seus eternos companheiros,
de um lado o mais antigo deserto do mundo, o Deserto do Namibe, do outro o mar,
o Atlântico Sul...
“Um canto da nossa terra tão desconhecido e
com tanta História.”
“A frase faz parte do relato que me foi feito
por Manuel João de Pimentel Teixeira sobre a sua ida ao Cabo Negro, no Sul de
Angola, Província do Namibe, no passado mês de Julho desse ano (2003).
O que me contou assim como as fotografias que
me enviou do local sensibilizaram-me: foi-me dado conhecer, ainda que
virtualmente, um local que é História.
Chocou-me ver a destruição a que o símbolo
que o Homem lá instalou há mais de 5 séculos tinha mais uma vez sido objecto.
O símbolo que não diz respeito somente a
Angola e a Portugal. Porque faz parte de feitos que mudaram o mundo. É,
portanto, um símbolo que ultrapassa fronteiras, atravessa o tempo.
Em Angola, a terra que nos viu nascer,
passados que estão os tempos de ânimos exacerbados, de lutas fratricidas, deve
também ter-se em conta que nem tudo o foi feito estava errado, nem tudo o que
se faz é correcto.
Assim foi e será sempre porque o Homem não é
perfeito. Mas Deus concedeu-lhe a capacidade de discernir, de se sensibilizar.
Se quiser, saberá que, se aproveitar o que foi/é bom, deixando que a História
faça o seu julgamento, o povo será o grande beneficiado, a nação será
engrandecida.
E porque assim sinto e vejo “as coisas”,
querendo partilhar as imagens e a mensagem do Cabo Negro, pedi e obtive a
anuência do autor para aqui reproduzir o que me descreveu. Importa, também, que
recordemos o que a História nos relata sobre este local.
As páginas finais desta crónica disso darão
conta. Basear-me-ei na obra “O Distrito de Moçâmedes”, da autoria do Dr. Manuel
Júlio de Mendonça Torres, edição da Agência -Geral do Ultramar, Lisboa, 1974
(reprodução fac-similada da edição de 1950).
São dois volumes e o melhor e mais completo
estudo sobre a história do Distrito de Moçâmedes, hoje Namibe.
Deve, todavia, ter-se em conta que esse
escrito reflecte o pensamento da época, o sentimento de nação, de patriotismo,
de posse de terra. Como já uma vez escrevi, as ideias e os ideais alteraram-se,
a História reescreveu-se. Não pode, todavia, modificar-se o que foi escrito e
que, independentemente dos ideais de cada um, transmite ensinamentos preciosos.
Este símbolo possa um dia ser reconstruído.
Os dois relatos, infelizmente, não se
completam, mas é preciso que se tome conhecimento de ambos. Na esperança de que
se acordem consciências. Para que Porque o Padrão do Cabo Negro tem
inegavelmente o seu lugar na História da Humanidade!
Visita ao Cabo Negro - 27 de Julho de 2003
Estava muito cacimbo, a estrada de asfalto
molhada e escorregadia. Uma viagem agradável e serena. O ar limpo e húmido.
Pouco vento. Nas praias que cercam o cabo e nas suas proximidades, tudo vazio,
sem vivalma.
Subimos ao Cabo Negro. É uma marca inconfundível.
Visto de longe, a Norte, percorrendo a estrada batida de terra, depois de
deixar o asfalto, na direcção do mar, assemelha-se a um barco de pedra, enorme,
pronto a entrar no oceano, a meio de praias rasas, solitário.
O carro avança com calma, até um ponto a
quase 3/4 da altura das rochas, pela areia. Chegámos. Dirigimo-nos pelo topo, a
pé, na direcção do local do Padrão, bem acima do mar, no pequeno
"plateau", ponto mais elevado, mas sem grandes socalcos. Ao longe,
mais a norte, a Rocha Magalhães, com as salinas que foram as mais produtivas de
Angola.
A placa de mármore cravada na rocha de formas
estranhas, que se vê nas fotos, tem cerca de 50 cm altura por 60 cm de largura,
e um corte em forma de ranhura funda como moldura, a dois centímetros das
margens e podia ler-se ainda, mas com dificuldade, mas sempre do lado direito
no fim da primeira linha,
em cima .................. oyses Pinho
no meio, ......................... Sagres.
depois, mais afastada destas linhas, lia-se
por baixo, ............ nove
As letras entalhadas, muito esbatidas já. A
data mencionada talvez fosse de - ou por volta de - 1939, 1949 ou mesmo 1959.
Será necessário confirmá-la, possivelmente em relatos escritos sobre alguma
comemoração no local.
Qualquer coisa me diz ser possivelmente uma
data dessas, não sei por que causa histórica, mas parece-me já ter lido algo
sobre isso há muito tempo.....em criança talvez, até relativamente á Mocidade
Portuguesa, á história de Gago Coutinho, ou de qualquer coisa assim.
Creio até que foi Setembro, o mês do meu
aniversário.
Seria Dom Moisés Alves de Pinho?? Cardeal,
Arcebispo, creio eu!!!!!! Para lá ir, pode chegar-se com o automóvel (4X4,
obviamente), tirando-se algum ar das câmaras - de - ar dos pneus, de todos
igualmente, para melhor se conduzir na areia, como se faz no deserto, e indo
pelo Sul para a parte mais alta, em declive macio. Depois caminha-se bem a pé,
sem qualquer problema, cerca de 50 metros. Vasculho com os olhos toda a área...
Vou-me aproximando e, como num filme, em zoom, tristemente confirmo o que
jamais imaginei: encontro-me perante o que restou do Padrão de Diogo Cão.
A sua história, todos a conhecemos,
devidamente fundamentada e largamente difundida, para quem se interessa pela
História da Humanidade. O toco, deixado por vândalos da inconsciência e das
paixões políticas levadas ao extremo, nada mais é que a sua base com cerca de
40 cm de lado por cerca de 25 cm de altura até ao chão, aonde se eleva,
quebrado de Poente para Nascente, num ângulo de 50 graus, com 60 cm no ponto
mais alto do corte. O tronco do Cruzeiro tem cerca de 24 cm de diâmetro.
Possivelmente foi construído com algum tipo
de calcário granulado, como aliás se vê no Cabo Negro, e está muito desgastado
pela acção do tempo. Quando me propus visitar o Cabo Negro, que não conhecia,
perguntei a muita gente, dali mesmo e de Porto Alexandre, se sabiam aonde era a
cabeça do Diogo Cam, e ninguém soube informar-me. Foi a minha teimosia e a
certeza de que o que o meu Avô escrevia era absolutamente EXACTO, que me fez e ao
motorista Fernando, de Benguela, escalar pedras e a falésia, perigosa, e
depois, por fim, decidir-me a ir por baixo, pela praia, até um ponto mais
dentro do mar... mas não muito, quando há baixa-mar (não era baixa-mar na
altura).
Teimosamente, dizia a mim próprio: “Se o meu
Avô disse e fotografou como sendo aqui, TEM QUE SER AQUI!” (Há os que,
dizendo-se conhecedores da região, se referem à “Ponta Negra” como se fosse um
outro local, muitíssimo mais a Norte, e a Norte de Moçâmedes!).
Para se ver o "busto de Diogo Cam"
ou a "cabeça de Diogo Cão", deve sair-se sempre duas horas antes da
baixa-mar, a partir de Porto Alexandre - ou Tombua, como erradamente se lhe
designa hoje aquela angra tão bela (o nome usado pelos habitantes do Deserto para
designar a weliwítschia mirabilis é tumbo) - pelo Sul e pela praia junto do
Cabo, até aonde o carro puder ir, o que se faz sem problema, mas tomando-se
sempre as devidas e acima mencionadas precauções, até uma distância de cerca de
cem metros da ponta do cabo.
É claro que é necessário saber-se dirigir em
areia, fugindo sempre das curvas muito apertadas - quanto mais largas melhor,
pois numa curva fechada os pneus sem pressão poderão sair das jantes - e nunca
forçando movimento algum, nem acelerando demais.
Instala-se o carro em ponto relativamente
mais alto que as marcas da maré-alta anterior deixadas na praia, e desloca-se a
pé, sem problemas, e como que em reflexão meditativa, até á base do Cabo Negro
junto ao mar, pela praia molhada, na direcção Sul -Norte.
A chegada às rochas da base é feita sem o
mínimo perigo, até para crianças, - com cuidado para não escorregar ao subir às
rochas baixas - e tem-se a admirável visão que tantos outros antes de nós
tiveram, maravilhados. O meu Avô, há 100 anos, inclusive, aquele apaixonado
pelas terras que adoptou como suas, sem jamais haver regressado "à
Metrópole" após ter vindo para Angola, concluído que teve o seu Curso em
Coimbra e no Porto, e com toda a certeza, deleitado e sentindo-se sublimado
também, como Diogo Cão ter-se-á sentido à 518 anos.
E alguns e poucos mais antes de mim, há menos
tempo, mais recentemente, se é que tal viram. Era perigosa a descida, diziam.
Mas há caminhos mais simples e menos abruptos. É preciso sabê-los. E saber ir
em Paz.
Uma rocha única, uma obra natural,
desconhecida como "arte" por África e pelo Mundo. Um ornamento
natural para a História de Angola. Um monumento eterno. É realmente um
espectáculo, observar-se tanta simplicidade e tanta nobreza, trabalho imponente
criado pela Mãe Natureza, esculpindo com o mar, com o vento e com as areias,
nas marés calmas ou no mar irado, um símbolo tão belo, como que elevando o
Homem acima do mar e do tempo.
Escrito aos 23 de Agosto de 2003, em Luanda.
Capo Negro a Norte de Tombua,Angola
Texto de
Bobela Motta escrito em
06.04.1927
O Cabo Negro foi sempre um ponto de
referência, assinalando uma etapa na navegação para o Oriente.
Desde a sua descoberta pela guarnição de
Diogo Cão em Janeiro de 1486, nunca mais a navegação deixou de o procurar.
É ele que referencia, sem erro o local onde
ora se situa a vila de Porto Alexandre, a que a guarnição do navegador Diogo
Cão pôs o nome de “Angra das Aldeias” e que Bartolomeu Dias visitou na sua
viagem na descoberta do Cabo da Boa Esperança.
O facto de mais tarde alguns escritores de
certa responsabilidade, como Luciano Cordeiro e Afonso de Castilho, lhe
chamarem Manga das Areias , representa uma lamentável confusão com a Baía dos
Tigres, ou melhor, com o nome dado à Baía dos Tigres por Diogo Cão, segundo
Duarte Pacheco Pereira.
“Angra das Aldeias” é efectivamente o nome
primitivo de Porto Alexandre. Foi de lá que a guarnição levou indígenas para Lisboa, repatriados na
expedição de Bartolomeu Dias.
No entanto, a velha denominação foi sendo
esquecida.
João Pilarte da Silva, visitando o local em
1770, já lhe chama apenas a “praia das Macorecas” e António José da Costa,
passando ali alguns anos mais tarde nem sequer lhe faz referência.
No século XVIII e primeira metade do XIX, já
se dá o nome vago de “ praias ao Sul do Cabo Negro”.
Acresce que a importância que começa a ganhar
o Pinda, faz transferir para este local as atenções que a Porto Alexandre
seriam mais tarde devidas.
O capitão da marinha inglesa. James Edward
Alexander, que, em 1864, visitou a costa ocidental de África, assinalando a
antiga “Angra das Aldeias” nas cartas do Almirantado, deu-lhe o seu próprio
nome.
A melhor riqueza de Angola:
consultar: os
sites dever da memória 3
a História da
História de Admário Costa Lino
Esmeraldo Situ Orbis – Duarte Pacheco Pereira:
" ....oito léguas adiante do monte negro se faz uma grande angra que entra uma légua e meia pela terra dentro que se chama angra das aldeias e este nome puseram no tempo que Dieguo Caão descobriu esta costa por mandado del Rei Dom João que Deus tem, achou dentro neste angra duas grandes aldeias e por isso lhe pôs o dito nome; os negros desta terra são gente pobre que se nom mantem nem uiuem senom de pescaria que aqui há muita, fazem cazas com costas de baleas cobertas com seba do mar, lançando-lhes por cima areia e ali passam sua triste uida, são idolatras e nesta terra não há proveito. Do monte negro até aqui se corre a costa nordeste e sudeste e tem as ditas oito léguas na Rota e toda esta terra ao longo do mar é baixa...."
A designação de "Porto Alexandre", proveio do nome do explorador britânico James Eduard Alexander, que veio a terras de Benguela, então compreendia a actual província do Namibe, oficialmente autorizado em 1834.
Após a independência de Angola de 1975, adoptou-se o nome de "Tombwa", nome pelo qual os nativos designam a "Welwitschia Mirabilis".
As baías mais notáveis do distrito –
Moçâmedes/Namibe, Angra das Aldeias/Porto Alexandre/Tombua e Manga das
Areias/Baía dos Tigres, são todas de primeira ordem; mas as duas últimas, pela
sua vastidão e excelentes condições, rivalizam com os melhores portos.
"Superior a Tombua não conheço outra no
mundo!" afirmou um famoso navegador do século XIX.
região do Arco do rio Curoca 20 Km da sua foz.
A povoação começou a ser erguida pelos
colonos algarvios que aqui se estabeleceram em 1860 e que pouco tempo depois já
iniciavam a exportação dos produtos da sua indústria para os portos do Norte e
para os dos países limítrofes: para o Ambriz, Congo, S. Tomé e Gabão.
A costa de Angola que forma nas suas
sinuosidades, esplêndidos portos de abrigo que são dos, melhores de toda a
costa de África, tem no distrito de Namibe alguns dos melhores.
De Norte para Sul, os fundeadouros que se
podem chamar portos são: as baías das Salinas e do Namibe, do Tombua e dos
Tigres
Dos 4 portos o melhor como fundeadouro
abrigado é o de Tômbwa.
É um porto magnífico e vasto, duplamente
abrigado da ondulação geral da costa, formando um abrigo do Sul com bastantes
milhas de comprimento.
Tombua tem pois capacidade, nos seus portos
interior e exterior, para uma frota tão grande como nunca terá probabilidades
de servir. As suas condições naturais magníficas e o seu aspecto especializado
a pesca - dispensam grandes obras.
As diversas pescarias e fábricas de conservas
que se alongam sobre ele, possuem os meios necessários para as operações que
realizam, Tombwa é hoje o porto de pesca mais importante de Angola.
Por Pedro Cardoso
22
de Setembro de 2016, sob o título Tômbua (Tômbwa):
O cenário é de
filme. Uma baía no meio de uma planície árida, horizonte para todos os lados
com rochas avermelhadas mais para lá da cidade. A angra que já foi Porto
Alexandre sucumbe às dunas do deserto que avançam, vindas do Sul, sobre muros e
casas. Semi-enterrada pela areia trazida pelo vento, Tômbua é ícone do Namibe e
lugar único em todo o país.
O Sul são
histórias (umas quantas minhas). O cheiro a peixe seco e barcos de faina, a
paisagem árida. E o mar. Sempre o mar. Tômbua fez parte dessas memórias
emprestadas. Foi, durante muito tempo, uma fotografia da lua-de-mel dos meus
velhos. Lembro-me de desenhar numa folha branca grande, a carvão, essa baía
sépia com cheiro a álbum velho. Guardei-a em algum lugar que já se perdeu.
Agora o tempo
é depois. As areias moveram-se, o cordão verde que protegia a cidade quase
desapareceu e Tômbua teima em permanecer viva nesta porta do deserto do Namibe.
O principal porto pesqueiro de toda a Angola quer sacudir a maré de areia que o
ameaça engolir.
É exactamente
a imagem de uma cidade semi-enterrada pelo deserto que exerce um fascínio único.
Cenário estranho de lugar abandonado. Assim se formam os mitos que mais tarde
alguém vai desenterrar para adivinhar-lhe a história. A imagem do cemitério de
Tômbua com cruzes com meio corpo enterrado na areia é simbólica. Aqui, os
mortos e os vivos sobrevivem. Todos os anos várias casas acabam por ser
engolidas pelo deserto. E são várias as vozes que alertam para um cenário de
catástrofe nacional que há que evitar a todo o custo. Casuarinas e acácias
estão na linha da frente contra a desertificação soprada pelos ventos do
sudoeste.
A história
desta vila começou a ser registada oficialmente com a chegada dos navegadores
portugueses ao Cabo Negro, a norte de Tômbua. Pouco depois, em Janeiro de 1486,
chegaram à enorme baia onde encontraram duas grandes aldeias. Estava dado o
nome a esta terra de Mucubais, Himbas e Khoisans: Angra das Aldeias ou Angra
das duas Aldeias. Apenas em 1864, com a passagem de um capitão inglês chamado
James Alexander, o lugar passou a chamar-se Porto Alexandre, depois de se
chamar temporariamente praia das Macorecas.
A enorme
riqueza destes mares chamou desde logo a atenção dos colonos. À semelhança de
outras zonas do Namibe, em meados do século XIX começaram a chegar a esta baía
famílias vindas do Algarve, pescadores de tradição do sul de Portugal. 1860 é a
data oficial do início da construção do Porto Alexandre que hoje conhecemos. Em
1895, vira município. E depois da independência mudou o nome novamente, e
passou-se a chamar Tômbua.
A pesca nunca
deixou de ser o grande motor deste lugar, que faz do Namibe a principal
província piscatória de todo o país. Alguns projectos falam que aqui vai nascer
o maior porto piscatório de toda Angola. Enquanto isso, a vida da vila gira em
torno do barco-vai, barco-vem. Na praia de Porto Alexandre, as mulheres esperam
a chegada do peixe, encarregando-se de os preparar e vender. O cheiro a mar, a
pescarias e a areia é tipo vento: omnipresente. Falar com as gentes e
conhecer-lhes as vidas e histórias deste lugar isolado na boca do deserto, é
parte da magia de visitar Tômbua.
O município –
o maior do Namibe – é uma verdadeira pérola do turismo nacional. A famosa Baía dos Tigres é,
talvez, a mais conhecida. Mais lá ao fundo, a foz do Cunene.
E outros lugares que ainda visitaremos com mais atenção, mas que não podem
ficar de fora, como o Arco ou a Rocha.
Acompanhe o
mar ao longo da sua espuma e das dunas que lhe moldam as baías do Namibe. Em
Tômbua, afaste a areia com os dedos e abra a porta deste deserto fantástico que
Angola guarda como um tesouro escondido a sul.
Como ir
Tômbua fica 93
km a sul da cidade do Namibe. A estrada, por si só, é um espectáculo à parte,
irrompendo pelo meio da aridez cada vez mais disforme.
Lindíssimo… A terra onde nasci. Grata <3
ResponderEliminarAlguem tem fotos da Contencil?
ResponderEliminarEu tbm nasci lá mas sai de lá bebê e fomos p o Lobito . Sempre me chamaram "cabeça de pumbu " "cabeça de peixe "
ResponderEliminarAdorava lá voltar !!
Uma Bandeira para Tômbua
ResponderEliminarUma bandeira para TombuAlexandre
a espargir azul-mar no azul celeste do sul
beijo saudade sem fim a crepitar;
da clara luz de TombuAlexandre
alva tecedura rendilhada de espuma
desenhar a calema e a cor da duna
duNamibe sonho crescendo garroa
no sopro metáfora insustentável do vento
e para terminar, o toque final traçar
no vigor protector da mãe casuarina
dedicada bailarina dançando ao vento
ao cacimbo e ao verde do tempo a espreguiçar
verduras pelos lábios graciosos do Curoca
beijo de março na fartura da terra e do mar.
Namibiano Ferreira