Um poema grandioso
Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas
atiradas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhámos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da
angústia, das vésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem
para sempre.
Hoje já não tenho tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a encontrar-nos, quem
sabe... nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas
tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até
este contacto se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...
Um dia os nossos filhos verão as nossas
fotografias e perguntarão:
Quem são aquelas pessoas?
Diremos... que eram nossos amigos e... isso
vai doer tanto!
- Foram meus amigos, foi com eles que vivi
tantos bons anos da minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes
novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.
E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos.
Então, faremos promessas de nos encontrarmos
mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para
continuar a viver a sua vida isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde
amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam
a causa de grandes tempestades...
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que
tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os
meus amigos!"
"O valor das coisas não está no tempo em
que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos
inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas
incomparáveis"
Fernando Pessoa