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O Infante D. Henrique e o mito
da Escola de Sagres
Fonte:
O Infante D. Henrique
(1394-1460) toma ao seu cuidado a primeira fase da epopeia dos descobrimentos,
ficando com um papel central na história do país.
O Infante D. Henrique é um dos principais responsáveis pelo início
da epopeia dos descobrimentos.
É ele que incentiva as primeiras viagens à descoberta de novos
territórios e é também do Algarve, onde viveu, que partem as expedições para a
conquista de diversas praças no Norte de África.
É ele que torna o empreendimento das descobertas numa actividade
com suporte da coroa e cria os fundamentos para a expansão do império.
Visionário, aventureiro,
empreendedor. Tudo isto foi o quinto filho de João I e de Filipa de Lencastre.
Com ele começou a grandiosa era dos Descobrimentos. Mas ao contrário do que se
diz, as caravelas do infante não partiram de Sagres à conquista do mundo.
O desejo de expansão do comércio e do cristianismo conduziu o
Infante D. Henrique ao sonho aparentemente impossível de chegar a terras
desconhecidas e misteriosas, de existência vaga em imprecisas informações.
Depois da feliz expedição a Ceuta em 1415, projecto em que se envolvera com afinco,
mais confiante e determinado ficara na vontade em iniciar as empresas
marítimas.
Por sua iniciativa, na primeira metade do século XV navegadores
portugueses começaram a explorar a costa ocidental de África e a aventurarem-se
nas águas “ferventes” do Atlântico, povoadas de monstros inimagináveis. As
viagens eram arriscadas, os homens tinham medo, mas o infante cognominado
o Navegador, nunca pensou em desistir. Por 12 anos manda ao mar navios para
descobrir o que estava além do Bojador e, em
1434, Gil Eanes consegue a façanha de dobrar o cabo. A partir daqui, a
geografia do mundo mudou.
Para vencer correntes e marés, investe em formação,
conhecimento e experiência. Decide criar em terras do Algarve, uma escola.
Porém, ao contrário do que se pensa e diz, não foi em Sagres que juntou os mais
avançados especialistas em matéria de navegação. Na época, a fortaleza onde
acabaria por morrer aos 66 anos, nem sequer existia: apenas as falésias
escarpadas onde nenhum barco conseguiria atracar e o promontório de S. Vicente,
conhecido na Antiguidade como Promontorium
Sacrum. Tudo o resto era deserto. Ali, estava-se no extremo sudoeste da
Europa, no fim do mundo.
Era muito perto, a cerca de vinte quilómetros, que ficava o local
que considerou apropriado para tal empresa. A vila de Lagos, a povoação que foi
capital do reino dos Algarves, tinha uma baía larga, ideal para navegar e, para
além da sua proximidade com a costa de Marrocos, tinha gente habituada a
pescarias difíceis em mar alto. Ali fundou uma escola náutica, onde cartógrafos,
astrónomos e navegadores recrutados em diversos países, desenvolviam novas
técnicas, desenhavam cartas náuticas e projectavam barcos mais velozes.
Escola e campanhas são pagas do seu bolso, grande parte era
coberta com dinheiros e rendas que recebia da Ordem de Cristo, de que era governador. Porém, a partir de
determinada altura, começa a arrecadar o «quinto», ou seja, vinte por cento das
mercadorias que chegavam a Lagos, onde também teve lugar o primeiro mercado de escravos negros capturados em África. A expansão
começava então a ser um bom e lucrativo negócio.
Da vila de Lagos partiram as caravelas que nasceram do sonho de um
homem místico, de ar austero, com as suas vestes negras e chapéu de abas
largas, a acreditar que é ele que está representado nos painéis de Nuno Gonçalves.
A era dos Descobrimentos, que tantos protagonistas teve, começou com D.
Henrique, o infante que ficamos a conhecer melhor nesta visita guiada com o
historiador João Paulo Oliveira e Costa.
Escola náutica de Sagres
Em 1418, o
Infante D. Henrique, que foi duque de Viseu, administrador da Ordem de Cristo e
governador do Algarve, fundou a Escola de Navegação em Sagres, ao Sul de
Portugal.
Ainda hoje
existem os edifícios da Escola Náutica e a gigantesca rosa-dos-ventos no
promontório de Sagres, a confirmar, irrefutavelmente que a Escola Náutica de
Sagres existiu.
O Infante D.
Henrique foi a figura portuguesa que mais influenciou os destinos da história
gloriosa de Portugal.
A Escola de
Navegação em Sagres tornou-se o Centro Científico do mundo do século XV.
Foi na Escola
de Sagres que se estudou profundamente a navegação por meio da Astronomia
(estrela Polar e o Cruzeiro do Sul), as correntes marítimas do Atlântico e os
ventos dominantes ( no Norte ----- no sentido dos ponteiros do relógio; no
Sul------ contra relógio) e se impulsionou ao mais alto nível a cartografia
portuguesa.
O Infante D.
Henrique era o investigador com um espírito global. Apesar de ser católico
fervoroso, ele atraiu à sua Escola de Navegação sábios Judeus e Muçulmanos e
pagava-lhes ordenados!
Foi a “barcha” de
Gil Eanes que conseguiu dobrar o famoso cabo Bojador, e foram depois os “barinéis” e
as “caravelas” os barcos preferidos por esses valentes homens do
mar para resolver o problema geográfico da forma de África – incógnita de que
dependia a execução e êxito do plano das Índias.
Foram ainda estes homens
saídos dessa escola que o mar criou, aqueles que conseguiram a resolução
geográfica da forma do continente americano e do reconhecimento das costas
descobertas e referidas da Austrália e porque representam um dever e, ao mesmo
tempo uma reparação, aqui fica registado em letras que deviam ser de ouro, os
nomes desses humildes e heróis navegadores de Portugal:
João Gonçalves Zarco,
Tristão Vaz Teixeira, Gonçalo Velho, Gonçalo de Sintra, Gil Gonçalves, André
Dias, Álvaro de Castro, Fernão Vilarinho, Rodrigues Anes, Lançarote, Lopo
Caldeira, Lopes d’Alvelos, Diogo Gonçalves, João Correia, Duarte de Holanda,
Estêvão de Almeida, Diogo Machado,….
Servidores da casa do
infante D. Henrique:
Gil Eanes (1433 e 1446), Afonso Gonçalves Baldaia (1436), Antão Gonçalves (1433 e 1446), Garcia Homem (1441), Estêvão Afonso (1444 e 1446), Rodrigo Álvares (1444), João Dias ( (1444), Diogo Gomes (1445 e 1446), João de Castilha ( 1446), Soeiro da Costa (1446 e 1462), Denis Dias ( 1446), Lourenço de Elvas (1446), Álvaro de Freitas (1446), Álvaro Fernandes (1446), Dinis Fernandes(1446), João Fernandes (1446), Álvaro Gil (1446), Dinis Eanes da Grã (1446), Garcia Mendes (1446), Gomes Pires (1446), Nuno Tristão (1446), Martinho Vicente ( 1446), Cid de Sousa (1453), António da Nola (14448, 1455 e 1460),João de Santarém (1471) Diogo de Azambuja (1481), João de Moura (1481), Rui de Oliveira (1481), Diogo Rodrigues (1481), Pedro de Évora (1481), João Rodrigues Gaste (1481)? Diogo Cão (1482 e 1486), João Afonso de Aveiro ( 1486), Pedro Dias (1488 e 1489), Bartolomeu Dias( 1487- 1500), Vasco da Gama ( 1469 - 1524) João Infante (1488 e 1489), Pedro Álvares Cabral ( 1467 -1520), (Gonçalo Coelho - (1451 - 1512); João Coelho ( 1487 - ); Nicolau Coelho ( 1460 - 1504), ( Tristão da Cunha (1460 - 1540), João Corte Real ( 1420- 1496), Gaspar Corte Real (1450- 1501 ) , Miguel Corte Real ( 1452 - 1511),
Pilotos séculos XV e XVI:
reinado D. Afonso V :
Martim Vicente (1445), António Gonçalves (1445), João Fernandes (1446 a 1513),
João Bernardes (1446), João Gonçalves Galego (1446), Gaspar Rodrigues Coelho
(1447), Martins Fernandes (1471), Pero Escobar ou Escolar (1471, 1485 a 1500),
Álvaro Esteves (1471).
reinado D. João II:
reinado D. João II:
Pero de Alenquer (1487 a 1497), Álvaro Martins (1488 e 1489), João de Santiago
(1485 a 1489).
reinado D.Manuel I:
reinado D.Manuel I:
João de Coimbra (1497), João de Solis (1506), Antão Gomes (1510), Álvaro
Rodrigues (1510), Luís Botin (1511 e 1512), João Lopes de Carvalho (1511),
Fernão Dias (1512), João Fernandes (1513), Manuel Álvares (1513), Domingos
Fernandes (1513), João Dias (1515), Pedro Anes (1519).
reinado D. João III:
reinado D. João III:
Afonso Peres (1551), João Rebelo de Lima (1551), Diogo Garcia (1551), Francisco
Gama (1554).
promontório Sagres
museu da marinha Lisboa
mosteiro dos Jerónimos
Iluminura do encontro Vasco da Gama com o Samorim na Índia
padrão das descobertas em Sagres
Panorâmica da antiga e
original Escola Náutica de Sagres, de arquitectura típica [telhado e portas] da cidade de
Viseu , do Norte de Portugal onde o Infante D. Henrique foi duque de Viseu.
O actual edifício da escola náutica de Sagres e relógio do Sol. Ver a mudança que o edifício sofreu.
Mosteiro
dos Jerónimos, Torre de Belém, Monumento dos descobrimentos
O Mosteiro dos Jerónimos ou Mosteiro de Santa Maria de Belém é um mosteiro português da Ordem se São Jerónimo construído no século XVI. Situa-se na freguesia de Belém, Lisboa. Tem, desde 2016, o estatuto de Panteão Nacional.
Ponto culminante da arquitectura manuelina, este mosteiro é o mais notável conjunto monástico português do seu tempo e uma das principais igrejas- salão da Europa. A sua construção iniciou-se, por iniciativa do rei D. Manuel I, no dealbar do século XVI e prolongou-se or uma centena de anos, tendo sido dirigida por um conjunto notável de arquitectos, mestres de obras (destaque-se o papel determinante de João Castilho.
O Mosteiro dos Jerónimos encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1907 e, em 1983, foi classificado como Património Mundial pela UNESCO, juntamente com a Torre de Belém. A de Julho de 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.
Estreitamente ligado à Casa Real Portuguesa e à epopeia dos Descobrimentos, o Mosteiro dos Jerónimos foi, desde muito cedo, "interiorizado como um símbolo da Nação".
É hoje uma das mais importantes atracções turísticas de Portugal.
O Mosteiro dos Jerónimos ou Mosteiro de Santa Maria de Belém é um mosteiro português da Ordem se São Jerónimo construído no século XVI. Situa-se na freguesia de Belém, Lisboa. Tem, desde 2016, o estatuto de Panteão Nacional.
Ponto culminante da arquitectura manuelina, este mosteiro é o mais notável conjunto monástico português do seu tempo e uma das principais igrejas- salão da Europa. A sua construção iniciou-se, por iniciativa do rei D. Manuel I, no dealbar do século XVI e prolongou-se or uma centena de anos, tendo sido dirigida por um conjunto notável de arquitectos, mestres de obras (destaque-se o papel determinante de João Castilho.
O Mosteiro dos Jerónimos encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1907 e, em 1983, foi classificado como Património Mundial pela UNESCO, juntamente com a Torre de Belém. A de Julho de 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.
Estreitamente ligado à Casa Real Portuguesa e à epopeia dos Descobrimentos, o Mosteiro dos Jerónimos foi, desde muito cedo, "interiorizado como um símbolo da Nação".
É hoje uma das mais importantes atracções turísticas de Portugal.
Torre de Belém, Lisboa, obra-prima do estilo
manuelino, foi construída entre 1515 a 1521 na margem direita do rio Tejo sob o
traço do arquitecto Francisco Arruda. Foi concebida como baluarte mas tem uma
elegância sóbria. Há muito que deixou de ter a sua função de defesa da barra do
Tejo e durante a dinastia filipina foi usada como masmorra. A torre tem quatro
pisos, com a Sala do Governador, dos Reis, de Audiências e a Capela que mantêm
as suas abóbadas quinhentistas. O pormenor que mais atrai os turistas é o
rinoceronte esculpido em pedra. Em 1983 foi classificada pela UNESCO como
Património Cultural da Humanidade
A Ínclita Geração -
Nem tudo foi um mar de rosas:
Por Jano:
5 Junho, 1443 – Dia, mês e ano da
morte do abandonado infante D. Fernando – O “Infante Santo”. Autor: João Dinis,
Jano
O infante D. Fernando, 8º e último
filho (legítimo) de D. João I, viveu 41 anos, dos quais seis em cativeiro,
escravizado mesmo, pelos mouros depois do desastre militar (e humanitário) da
frustrada tentativa da conquista de Tânger (1437) por um exército português sob
comando de seu irmão, o Infante D. Henrique, mais tarde o “Navegador”.
A sua morte anunciada, aconteceu há
574 anos. Mas não deve ser esquecida…
Os últimos seis anos da vida
sacrificada de D. Fernando – e subsequente processo até à sua beatificação em
1470 – constituem também uma série dos episódios em que mais foi reescrita e
branqueada essa parte, de facto “negra”, da nossa História como País.
Depois do desastre da tentativa de
conquista de Tânger, em que mais se empenhou o infante D. Henrique, D. Fernando
ficou refém dos mouros como garante de que Portugal e o rei “cristão” português
D. Duarte, irmão de D. Fernando, devolveriam Ceuta, cidade mourisca em posse
(militar e económica) dos Portugueses expansionistas.
Quando se viu cercado e vencido junto
a Tânger, para se safar da crítica situação, o exército português, comandado
por D. Henrique, havia com isso mesmo concordado…
Ou seja, D. Fernando foi compelido a
aceitar permanecer como garante do acordo na condição de refém dos mouros,
enquanto o seu “comandante” e irmão D. Henrique foi “descansar” para Ceuta
durante 8 meses até decidir regressar a Portugal. Esse “repouso” foi mais um
expediente para fazer passar algum tempo após o desastre militar em Tânger de que
fora o principal responsável enquanto instigador político, financiador e
comandante militar. Acontece que, nessa altura, D. Henrique “apostava”
fortemente na expansão militar pelo Norte de África…
Aliás, em 1438, nas Cortes de Leiria
convocadas pelo rei D. Duarte, o resultado é inconclusivo entre o cumprir ou
não cumprir o acordo feito o ano anterior com os mouros. Aí, os partidários de
D. Henrique (que à data destas Cortes ainda “repousava” em Ceuta…),
interessados na manutenção das expedições de conquista no Norte de África,
boicotam, na prática, a troca do refém D. Fernando pela cidade de Ceuta. Foi
aquilo que poderíamos hoje classificar como uma autêntica vergonha nacional,
como um grave incumprimento do compromisso assumido para salvar as vidas dos componentes
do exército Português derrotado em Tânger, mas também como abandono, por parte
dos seus irmãos e outros dirigentes Portugueses, do infeliz D. Fernando a um
cruel destino, ele que ficara como garante desse compromisso, como prisioneiro
dos mouros em Arzila e em Fez.
Só mais tarde, já em 1439, o infante
D. Pedro, também ele irmão de D. Fernando, e na altura Regente do Reino dada a
menoridade do seu sobrinho, Afonso V, este o herdeiro de D. Duarte, só então D.
Pedro ainda tenta efectuar a troca de Ceuta por D. Fernando. Porém, dá-se um
estranho – até parece que foi feito “por encomenda”… – ataque de corsários à
expedição portuguesa que se dirigia (por mar) a Marrocos para aí tratar do
assunto. Nesse “oportuno” ataque dos corsários, é morto o embaixador português
para isso nomeado por D. Pedro… E o
assunto “patina” de novo com o até aí paciente mouro, um tal mal-alcunhado de
Lazaraque, a perder a paciência com tanta indefinição dos Portugueses…
D. Fernando é então praticamente
supliciado em várias das prisões por onde passa, por vezes acompanhado por
outros Portugueses também estes prisioneiros dos mouros. Acaba por morrer –
após 6 anos de cativeiro – e o seu corpo é exposto (pendurado e nu) na muralha
de Fez. Anos mais tarde, é suposto terem sido transladados para Portugal (estão
no Mosteiro da Batalha) os “restos” dos seus restos mortais.
E assim se reviu a história e nos
passaram a contar estórias…
Ainda estava ele vivo e prisioneiro,
logo aí começou toda uma intensa e ardilosa campanha de branqueamento desta
terrível história em que a chamada “ínclita geração” abandona um irmão (e
outros Portugueses) à morte, arrastada durante anos, por não querer entregar
uma cidade aos mouros – Ceuta.
Uma campanha de branqueamento da
verdadeira história – uma história de fuga a compromissos “de sangue”, de
traição e vergonha – montada pelos partidários, neste caso, do infante D.
Henrique e por sectores do Clero. D. Henrique – o tal “Navegador” do início dos
Descobrimentos – revela-se aqui afinal como sempre foi – um homem decidido, bom
planificador mas também cruel e ambicioso. E pelo meio, também um “poltrão” que
se “borrou todo” no desastre de Tânger em que comandava o exército português aí
vencido pelos mouros…
O Clero encarrega-se de “inventar”
várias estórias até beatificar D. Fernando e instituir o seu culto em 1470.
Assim, “recicla” a mensagem ideológica do miserável abandono do Infante e
transforma-a em alegada “santidade” do “mártir voluntário”, e cristão, D.
Fernando, o “Beato Fernando de Portugal”…
Sectores dominantes da Nobreza fazem
crer, e exaltam, que D. Fernando é que não quis ser ”trocado” por
Ceuta…enquanto permanecem a “negociar” por essas paragens durante mais uns
anos… Enfim, talvez que o infante D. Pedro tenha sido a maior das excepções a
esta regra, que D. Afonso V (apesar de pias intenções…) não chegou a demonstrar
a sua verdadeira posição porque quando chegou a rei de facto, seu tio D. Fernando,
afinal, já estava morto…
Mais tarde, Luís de Camões romantiza a coisa e eleva D.
Fernando à categoria “lírica” de herói e santo enquanto “absolve” o miserável
comportamento — que aliás noutros moldes e noutros casos se repete, por exemplo
numa guerra civil fratricida – da tal “ínclita geração” dos filhos (mas também
do neto e rei D. Afonso V) de D. João I e D.ª Filipa de Lencastre.
E assim se reviu e reescreveu a
história e nos passaram a contar estórias…
Por ironia do destino, o desastre de
Tânger contribuiu para o abandono posterior (mas a curto prazo) das conquistas
militares pelo Norte de África e lançou para objectivo mais estratégico e mais
apetecível a expansão via marítima que assim começa ao longo da costa atlântica
africana. E aí surgiu, outra vez “empreendedor” e sempre atento às
possibilidades de “negócio”, o Infante D. Henrique, o tal “Navegador” da nossa
História. O mesmo que (em 1437) safou o canastro no desastre de Tânger…afinal à
custa do sacrifício, por suplício e suprema humilhação, do irmão mais novo, o
infante “santo” D. Fernando…António Lopes • há 3 meses
O Contraditório:
Por António Lopes:
Mas, o rapaz, também não era flor que
se cheirasse. Ele forçou a Bula Papal para as conquistas no Norte de África e
chagou o juízo a D. Duarte, para a conseguir, queixava-se que o pai o
tinha deixado "teso". A campanha correu mal porque as terras conquistadas
eram para ser para ele. Daí que muitos nobres não queriam ir já que não lhes calhava nada...Alguns houve que foram despojados dos títulos e das terras, por
se recusarem a ir.
Disseram eles, e o tempo deu-lhes
razão: "É melhor perder as terras e o título, que perder a vida".
O Infante D. Fernando morreu lá, porque os nobres Portugueses se
negaram a contribuir para o resgate! Houve as cortes em Almeirim, onde foi dito.
"O Infante D. Fernando é que ficava com os despojos e nós é que vamos pagar o
resgate"..? ..
Escreve-se e fala-se muito sobre este assunto, "pagar e
não bufar", é agora, com esta "coutada de coelhos" que povoa
Portugal, como muito bem dizia o Dr.Magalhães Godinho. Antes, havia carácter para o bem e para mal, mas as pessoas assumiam as culpas. A entrega de Ceuta foi hipótese, falhou o resgate. E como tudo falhou... o Infante morreu..!
"Infante Santo" que a real
Senhora que o p..iu. Era muito melhor que os filhos senhora de bom carácter. D. Pedro, que foi morto na Batalha de
Alfarrubeira, na Vialonga, onde fazem a cerveja, por uma seta disparada às mãos do duque de Bragança. Sim aquele era um verdadeiro " Príncipe
dos Príncipes"!
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