mapa enclave de Cabinda
Texto extraído da descrição e roteiro da costa ocidental de África, por Alexandre Magno de Castilho ,primeiro tenente da armada, engenheiro hidrográfico do ministério das obras públicas -1866)
floresta do Maiombe do Enclave de Cabinda é a segunda maior floresta do Mundo.
Está situada na região a Norte da foz do rio Zaire, fazendo fronteira a Norte com o Congo Brazzaville e a Leste e Sul com a República Democrática do Congo, ocupando uma vasta extensão territorial de 290 mil hectares, distribuídos entre os municípios de Buco Zau (comunas de Inhuca e Necuto) e Belize (comunas de Miconge e Luali).
Apresenta uma densa vegetação com árvores frondosas com 50 metros de altura onde se pode destacar o Pau-Rosa, Ngulo Mazii, Pau Preto, Tola Branca e Diánuno. A fauna é constituída de animais como os Elefantes, Rinocerontes, Pacaças, e vários primatas como os gorilas, chimpanzés, pequenos macacos e preguiças, vários tipos de roedores, aves raras como o papagaio cinzento de rabo vermelho, pássaros: a celeste, rabo de junco, sacanjuel, pica-flor, zangarelho e outros.
Texto extraído da descrição e roteiro da costa ocidental de África, por Alexandre Magno de Castilho ,primeiro tenente da armada, engenheiro hidrográfico do ministério das obras públicas -1866)
baía de Malembo
Estende-se a baía de Cabinda, uma das melhores de África ocidental,
povoada de gente relativamente industriosa e civilizada, por entre a ponta de Cascais ao
Norte e a do Palmar ao Sudoeste.
Canção: Minha Terra, Terra Minha, Cabinda,compositor:
Filipe Mukenga
cidade e baía de Cabinda
Fica esta última em 5°32' Norte e
21°13'Este; morre em terra quase rasa com o mar, sobe mais para dentro a altura regular; tem
seu matagal pelo topo, e calvas na encosta.
Será o Golfo das Almadias dos mapas de
Diogo Homem e Filippe Pigafetta? Parece-nos que sim, por ser o nome da primeira
baía que aparece nesses mapas para Norte do rio Congo, que figura ali na altura
de 6 graus, por chamarem Ponta do Palmar ao seu extremo Sul. Também foi chamada
do “Gouverneur”, por alguns franceses.
Guarnece-se a costa seguinte de praia
larga de areia, contornando até se atirar toda para Norte.
porto cais Cabinda
Nas suas vizinhanças se levantou em
1783 um forte português, cuja guarnição se entregou, no ano seguinte, a uma
esquadra francesa.
lago M’Puela, Cabinda
Milha e meia mais além, se abre a foz
do rio Lucola, donde se pode tomar água um tanto salobra, onde podem entrar
escaleres.
baía de Cabinda
Aparece depois a Ponta Chapéu do Sol,
arredondada, gradual, remate da beira esquerda do rio Lolondo. Várias alentadas
árvores crescem sobre o recosto das montanhas, pouco para Sul desse rio.
Malongo, Cabinda
Lândana e foz rio Chiloango
Ao demandar Cabinda, vindo do Norte,
deve-se navegar por modo que se marque sempre Porto Rico para Este do Sul., a
fim de fugir ao banco de Belé;
Querendo entrar na baía, navegue-se
para ONO. ou NO4O. da ponta do Palmar, puxe-se depois para ela até que o fundo
seja de o,4m os quais se encontram junto à parte meridional do estreito canal
de entrada; siga-se depois paralelamente à terra, uns três quartos de milha, largue-se ferro em 5,4m ou 6,3m.
monumento memorial do tratado de Simulambuco 01.02.1885, Portugal e
Cabinda
Fica o melhor surgidouro interior em 6
metros, onde se marca Porto Rico ao SE, a ponta do Palmar para OSO.
Outro quase igualmente bom se encontra
na entrada do caneiro, em 8 metros, para N4NO de Porto Rico, para N43/*NE da
ponta do Diabo, que está umas 12 milhas para Sul da ponta do Palmar.
Também se pode fundear ao largo de
toda essa costa, e até fora de vista da terra, em 70 metros.
Em Cabinda se acha muita criação,
cabritos e frutas, tudo refresco. Em conta, mais ainda quando se dão fazendas
em troca. É piscatória a baía.
baía de Cabinda
São os Cabindas inteligentes,
industriosos e muito aproveitáveis para o serviço das embarcações miúdas, em
que os empregam quase todos os navios que estacionam na costa ao Sul do
Equador, os que ali vão negociar.
Muitos deles possuem lanchas grandes,
por meio das quais comerceiam com Loanda, Benguela e Moçâmedes, mais sítios
intermédios, outros entre Loanda e Cabinda, donde se exporta principalmente
marfim, cera, mel, alguma urzela, goma e copa.
baía de Cabinda, vista da ponta do
farol
Corre a costa umas 12 milhas para
S4ViSE. entre a ponta do Palmar a do Diabo (Rouge ou Red), guarnece-a o baixo
que orla a ponta do Palmar, tem milha e meia de largura; reveste-se essa
beira-mar, que é toda baixa, do muito arvoredo, especialmente de palmeiras, que
por sítios se alinham em renques; pouco para o sertão se levanta uma fralda de
colinas avermelhadas muito íngremes da banda do mar: outra cordilheira de
montanhas mais altas se mostra mais para o interior, e destaca bem da precedente
quando vista do Sul da ponta do Diabo.
São as colinas da primeira linha
argilosas, altas por igual, em boa conta, e muito rasgadas de leitos de
torrentes; estes na quadra seca são grandes barrocas, no tempo das chuvas são tapados de lençóis de
água; nasce aquela serrania umas 3 milhas para Sul de Cabinda, cobre-se de palmeiras em vários sítios.
À mesma cordilheira pertencem os dois
Montes, que são duas colinas muito achegadas uma á outra, mais altas do que os
outeiros vizinhos, sitas obra de 5 milhas para Sul da ponta do Palmar.
Apresenta-se essa costa recortada de
calhetas separadas por pontas muito pouco saídas, entre as quais uma denominada
da Vista, que fica obra de 6 milhas para Sul da do Palmar, perto dos dois
Montes.
Diversas aldeias, entre as quais
Lisboa e Cafiuba, se levantam naquela beira mar; coisa de 3 milhas da ponta do Palmar está o
que os Cabindas chamam o Chapéu de Sol.
Demora a ponta do Diabo (Red Point ou
Pointe Rouge) em 5°44' Norte e 21°9'38" Este. Dificilmente se denota quem
está ao Norte ou ao Sul.; mostra-se porém distintamente a quem está para NE. ou
SE. Termina da banda do mar em terra muito baixa.
igreja da missão católica de Cabinda
Vai-se erguendo a pouco e pouco até á
montanha Vermelha, " que é a mais alta de todas que se levantam por ali
nas proximidades da praia, assim denominada por ser de cor vermelha carregada.
Alamedas de palmeiras crescem nas montanhas vizinhas da Vermelha.
Deita a ponta do Diabo um parcel que,
vai coisa de 9 milhas para o mar, mas que não chega a ter 2 milhas, se estende
para Norte até ponta do Palmar. Floreia
amiúdo, na sua falda se acham 5,4m de
água.
pôr do Sol praia de Cabinda, junto à
missão católica
Atira-se a costa quase em linha recta
por umas 27 milhas para SE3/*S entre a ponta do Diabo e a Banana, extremo da
margem direita do rio de Congo.
Parece-se muito com a precedente,
guarnece-se toda de estreita praia de areia, corre paralelamente a ela, pouco
para o sertão, até a altura do rio dos Piratas, uma fiada de colinas, parte nua
e parte com seu arvoredo, quase toda da mesma altura.
A obra de 4 milhas da ponta do Diabo
começam os bancos de Moanda, ou baixo da Mona Mazea, onde o fundo varia entre
3,2 e 7 metros. Alastra-se até umas 6 milhas e dois terços da beira mar, até
quase à foz do rio de Congo, onde em vários sítios vizinhos daquele alfaque se
apruma em 200 e mais metros.
pôr do Sol, missão católica Cabinda,
Raras vezes arrebenta o mar sobre todo
esse parcel, de ordinário só floreiam alguns sítios onde há pedras; pelo geral
diminui a fundura a pouco e pouco, desde os 7 ou 8 metros até à terra,
repentinamente só por excepção.
Cresce gradualmente a profundidade da
banda do mar, pois se acham 11 m a 2 milhas da fralda, 16 m a 2 e dois terços,
e 23 m a 5 e meia.
O petróleo de Cabinda
Em 1966 houve um sobressalto: jorrou petróleo em Cabinda em volumes mais do que promissores. Nesse ano já Portugal estava atazanado, por todos os lados, para tomar uma resolução que solucionasse o anacronismo colonial em que estava envolvido.
O petróleo de Cabinda foi um catalisador da independência de Angola.
A produção de Cabinda foi aumentando de ano para ano.
Em 1973 as receitas do petróleo sobrepujaram as do café.
Em números: petróleo com 147 068 barris diários totalizando 230 milhões de dólares (em 2005 corresponderia a 2,30 mil milhões de dólares); café com 213 407 toneladas totalizando 203 milhões de dólares (em 2005 corresponderia a 2,04 mil milhões de dólares).
O petróleo de Cabinda
Em 1966 houve um sobressalto: jorrou petróleo em Cabinda em volumes mais do que promissores. Nesse ano já Portugal estava atazanado, por todos os lados, para tomar uma resolução que solucionasse o anacronismo colonial em que estava envolvido.
O petróleo de Cabinda foi um catalisador da independência de Angola.
A produção de Cabinda foi aumentando de ano para ano.
Em 1973 as receitas do petróleo sobrepujaram as do café.
Em números: petróleo com 147 068 barris diários totalizando 230 milhões de dólares (em 2005 corresponderia a 2,30 mil milhões de dólares); café com 213 407 toneladas totalizando 203 milhões de dólares (em 2005 corresponderia a 2,04 mil milhões de dólares).
É bom conhecer esta província tanto na geografia, no amor, acolhimento deste povo.
ResponderEliminarCabinda maravilhosa. A terra e suas gentes...
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