sexta-feira, 1 de outubro de 2010

" Ponta do Padrão, península extrema e margem esquerda e Sul da foz do rio Zaire"



Ponta do Padrão, península extrema da margem esquerda da foz do rio Zaire, Angola

[ Notícia de Maio de 2010, Jornal de Angola ]

A Ponta de Padrão, sítio histórico localizado na foz do rio Zaire, está votada ao abandono, afirmou ontem, no Soyo, o historiador Monteiro Guilherme.
Ponta do Padrão, península extrema da margem esquerda e Sul  da foz do rio Zaire, Angola

À margem de uma excursão de investigação dos estudantes da 13ª classe do curso de Geografia e História da Escola de Formação de Professores do Soyo ao monumento, Monteiro Guilherme defendeu a necessidade de resgate dos valores históricos da Ponta de Padrão, local onde começou a história da colonização de Angola, quando, em 1483, o navegador português Diogo Cão desembarcou no local.
Sazaire, Soyo, foz do rio Zaire e  Ponta do Padrão, fota década 1970

O historiador considerou que os organismos competentes da província do Zaire não estão a agir no sentido de se preservar este monumento, sob pena de se perder a história moderna de Angola iniciada em 1483. “A Ponta de Padrão é um monumento histórico que deve ser preservado, pelo facto de ser uma fonte que nos fornece dados e faz a comparação entre o passado e o presente.
Ponta do Padrão e foz do rio Zaire

Como simples historiadores, não podemos fazer nada para a sua manutenção e preservação, sem que haja a mão das entidades governamentais, quer do Soyo, quer da província do Zaire”, afirmou o historiador.
Monteiro Guilherme apelou ao Governo provincial do Zaire para levar a cabo acções concretas para a manutenção e preservação de todos os monumentos históricos da província, por representarem as raízes do povo angolano.
Sazaire, Soyo - foto década 1970

“Praticamente ninguém fala dessas fontes históricas da província, tais como a Ponta de Padrão e os portos do Mpinda e Porto Rico, localizados na região onde começou a história moderna de Angola”, disse Monteiro Guilherme.

Canal, mangal ou muíla na península extrema  do rio Zaire em Angola

A questão do mau aproveitamento das fontes orais também foi levantada pelo historiador, que a considerou essencial na pesquisa e divulgação da cultura angolana.
“Além dos monumentos, que necessitam urgentemente de maior atenção, as fontes orais são outra das riquezas étnicas e culturais dos angolanos pouco exploradas e aproveitadas”, adiantou.
Estuário rio Zaire em Sazaire, Soyo, 

Para Monteiro Guilherme é necessário que as autoridades locais devem criar programas de protecção, valorização e divulgação deste património.