Planeta Mercúrio
O planeta Mercúrio encolheu cerca de
sete quilómetros nos últimos 4.000 milhões de anos, cerca do triplo do que
estimavam até agora os cientistas, segundo uma investigação hoje publicada na
revista Nature Geoscience.
O estudo, dirigido pelo astrofísico do
Instituto Carnegie de Washington Paul Byrne, sugere que as estruturas
geológicas que se observam na crosta de Mercúrio são resultado de uma pronunciada
contracção devida ao arrefecimento do planeta.
A equipa de Byrne analisou as
cordilheiras e as falhas na superfície do planeta mais próximo do Sol através
das imagens captadas pela sonda Messenger, em órbita à volta de Mercúrio desde
2011.
Os dados que a sonda da NASA forneceu
nos últimos anos são os primeiros que chegam da área de Mercúrio desde as que
foram enviadas pela Mariner 10, entre 1974 e 1975.
A partir da informação da Messenger,
os investigadores recalcularam as deslocações que sofreu a crosta de Mercúrio,
um planeta que gira tão lentamente sobre si mesmo que os seus dias solares têm
a duração de metade de um ano terrestre.
É, além disso, um planeta extremamente
denso, com um grande núcleo de ferro de 2.020 quilómetros de raio, enquanto o
manto e a crosta têm apenas 420 quilómetros de espessura.
Segundo os cientistas, as estruturas
geológicas que se vêem na superfície são fracturas e deformações na litosfera,
a capa rígida de solo que cobre os planetas rochosos.
Os novos cálculos sobre a contracção
de Mercúrio situam a diminuição do seu raio nos últimos 4.000 milhões de anos
em cerca de sete quilómetros, enquanto até agora se pensava que essa diminuição
tinha sido de entre 0,8 e três quilómetros.
Os resultados a que chegou a equipa de
Byrne vão ao encontro de teorias científicas datadas do século XIX que
sustentavam que o tamanho da Terra diminuiu no passado.
Essas teorias estão hoje obsoletas,
mas podem estar de acordo com a situação observada em Mercúrio, cuja superfície
é formada por apenas uma placa tectónica, ao contrário da Terra, onde a crosta
superficial está dividida em diversas placas que deixam escapar o calor através
das suas intersecções.
"Mercúrio permite-nos ver o que
acontece realmente quando um planeta encolhe", afirma o astrofísico
William McKinnon, um dos autores do artigo, na revista Nature Geoscience.
Planeta
Vénus
O
local mais frio do mundo
Montanha na Antártica regista
temperaturas que davam para congelar os olhos, o nariz e os pulmões de qualquer
ser humano.
Os cientistas descobriram o local mais
frio do planeta Terra. As condições climatéricas registadas numa montanha da
Antártica, que atinge temperaturas abaixo dos 91 graus negativos, podiam
congelar os olhos, nariz e pulmões dos seres humanos em poucos minutos.
Isto ocorre porque a temperatura está
quase a menos 13 graus do ponto em que o CO2 passa do estado gasoso a gelo seco
(-78,5 graus Celsius).
A descoberta desta região gelada foi
feita pelos investigadores do Centro de Dados Americano de Neve e Gelo
(America's National Snow and Ice Data Centre), segundo o jornal 'The Sunday
Times'.
Os investigadores utilizaram satélites
e outras técnicas para medir as temperaturas na Antártica.
Acreditam que o local com 91,2 graus
negativos – um dos numerosos lugares gelados registados na montanha – está a
uma altura de 3779 metros na montanha Dome Fuji.
O local é, surpreendentemente, mais
frio do que a estação de investigação Vostok, na Rússia, onde a temperatura
mais fria do mundo foi registada em 1983, durante o inverno antártico.
Os investigadores dizem que é provável
existirem locais ainda mais frios, pois o satélite apenas mede a temperatura
média num quilómetro quadrado.
“É provável que os sítios com o
recorde de frio, identificados pelos dados, tenham áreas mais pequenas no seu
interior que são significativamente mais frias do que a massa grande em si”,
disse um dos investigadores numa publicação sobre a descoberta.
As temperaturas mais baixas foram
registadas durante os períodos secos e limpos – em oposição a dias com vento ou
neve. Mas todos os detalhes da descoberta serão revelados esta semana, na
reunião anual da União Americana de Geofísica.
No início do ano, a aldeia russa de
Oymyakon, revelou ser o sítio mais frio, permanentemente habitado, do mundo. A
temperatura média no mês de janeiro foi de 50 graus negativos. Conhecido como o
‘Polo do Frio’, a temperatura mais baixa alguma vez registada em Oymyakon foi
de 71,2 graus negativos.
A aldeia, que tem cerca de 500
habitantes, era, em 1920 e 1930, um local de paragem para pastores de renas que
regavam os seus rebanhos de uma fonte termal.
Uma única loja providencia os bens
essenciais para a aldeia. As pessoas locais trabalham como criadores de renas,
caçadores e pescadores.
Planeta Marte
Metano na atmosfera de Marte
O metano, um gás normalmente gerado por
processos orgânicos, foi encontrado em uma quantidade enorme na atmosfera de
Marte, alimentando as teorias de vida no planeta.
O micróbio de Marte
Os russos recentemente descobriram um micro organismo
que tem uma rara capacidade de sobrevivência contra as radiações nocivas à vida
e que nunca havia sido vista em nenhum outro organismo da Terra. Os cientistas
acreditam que este germe pode ter sido originado em Marte a partir de vida
extraterrestre.
Fósseis de Aliens
Pesquisadores encontraram uma pedra marciana
na Antárctida que conteria nano-bactérias fossilizadas. Isto levou a
especulações de que o asteróide teria ido parar no planeta bilhões de anos
atrás e pode ter originado as formas de vida que hoje temos. Imagem mostra foto
ampliada no meteorito Alh84001, com estrutura que parece ser a de um
microorganismo fóssil.
Nitrogénio encontrado em Marte é mais um
indício de vida no planeta
A sonda Curiosity continua a explorar o
planeta MarteFotografia © Arquivo NASA
Estudo revela a existência na superfície de
Marte de uma forma de nitrogénio, um dos elementos essenciais para a vida.
Há nas rochas de Marte resíduos de nitrogénio
que poderia, eventualmente, ter sido usado por micróbios, se eles existiram
ali, para construir moléculas, como por exemplo os amino-ácidos (componentes
das proteínas). Esta foi uma descoberta da sonda Curiosity que foi revelada
esta segunda-feira num artigo publicado na revista Proceceedings of the
National Academy of Sciences (PNAS) e que leva os cientistas a acreditar que o
planeta poderá ter tido alguma forma de vida.
A presença do elemento no planeta foi
verificada a partir do instrumento Sample Analysis at Mars (SAM, sigla em
inglês), que recolheu amostras de três lugares diferentes, através de
perfurações em rochas e em depósitos de areia. "As pessoas seguem a pista
do carbono, mas o nitrogénio é um elemento igualmente necessário para a
vida", afirmou Jennifer Stern, da NASA e uma dos autores do artigo, ao Los
Angeles Times.
A presença de nitrogénio no planeta é um
factor a ter conta quanto à possibilidade de existir vida em Marte, já que,
este elemento é imprescindível na síntese de moléculas como as proteínas RNA e
DNA. No entanto, de acordo com o estudo, ainda não há indícios de qualquer
mecanismo que faça com que o nitrogénio fixado no solo regresse à atmosfera e
mantenha o ciclo do nitrogénio, como acontece na Terra.
Um outro artigo publicado na mesma revista
aborda o modo como o monóxido de carbono, um gás abundante na atmosfera de
Marte, poderia ter permitido a existência de comunidades microbiológicas no
planeta.
Geólogos chineses descobriram substância
orgânica em meteorito de Marte, em
2014.12.22
Imagem da substância, publicada na revista
'Meteoritics and Planetary Science'
A descoberta apresenta novas evidências sobre
a possibilidade de existir algum tipo de actividade biológica no planeta
vermelho.
Um grupo internacional de cientistas liderado
por geólogos chineses descobriram uma substância orgânica, semelhante ao
carvão, num meteorito procedente de Marte, informou hoje o diário South China
Morning Post.
A descoberta, publicada no mais recente
número da revista científica Meteoritics and Planetary Science, apresenta novas
evidências sobre a possibilidade de existir algum tipo de actividade biológica
no planeta vermelho.
Os investigadores encontraram vestígios de
materiais orgânicos juntamente com elementos químicos como azoto, enxofre e
fósforo, com uma estrutura semelhante à do carvão existente na Terra.
Estas substâncias foram encontradas num
meteorito designado 'Tissint', que se estima ter-se separado de Marte há
700.000 anos, após a colisão de um asteróide.
Este meteorito caiu como uma bola de fogo em
Marrocos em Julho de 2011 e, após meses de observação e análise dos fragmentos
que o compunham, um grupo internacional de cientistas determinou que era
procedente do planeta vizinho.
Um dos autores do estudo, Zhang Jianchao,
físico do Instituto de Geologia e Geofísica da Academia Chinesa de Ciências,
explicou que a sua equipa acredita que a substância similar ao carvão venha de
Marte, em declarações ao South China Morning Post, jornal em língua inglesa
publicado em Hong Kong.
Planeta Júpiter
Existe
água em Marte, segundo a NASA.
A agência espacial norte-americana
anunciou esta segunda-feira, dia 28.09.2015, ter encontrado provas da
existência de água em estado líquido na superfície do planeta.
“Existe água líquida na superfície de Marte”,
disse Michael Meyer, o cientista que dirige o Programa de Exploração de Marte
da NASA.
Tweetchat: Water on Mars! Question about our new discovery? Use #askNASA
now http://t.co/0MW11SANwL #MarsAnnouncement pic.twitter.com/UbBtn9eU7P— NASA
(@NASA) 28 Septembre 2015.
A NASA afirma que nos meses de
verão de Marte a água corre ao longo de canhões e das paredes das crateras. A
possibilidade de existir vida no planeta vermelho é portanto mais elevada do
que antes parecia, segundo os cientistas envolvidos no trabalho de investigação
que utiliza o robot Curiosity, enviado para Marte em 2012.
Os cientistas dizem ter detectado
sais, que só se formam na presença de água, em pequenos canais esculpidos ao
longo das encostas de montes e de crateras na região equatorial do planeta.
Estes sinais seriam evidência da presença de água corrente e permitem afirmar
que é pelo menos possível a existência hoje de um ambiente habitável no planeta
vermelho.
De acordo com imagens obtidas a partir
da órbita de Marte, as encostas e paredes a pique de vales, de canyons e de
crateras, estão sulcadas por correntes fluidas que, nos locais de maior
actividade, formam padrões em forma de leque. Ao lado de Michael Meyer, na
conferência de imprensa, estava Jim Green, director da ciência planetária na sede
da NASA.
Via teleconferência, participaram
também Lujendra Ojha, do Georgia Institute of Technology (que Ojha descobriu
indícios de água em Marte, em 2011, quando ainda estudava na universidade) e
Alfred McEwen, investigador principal da HiRISE (High Resolution Imaging
Science Experiment), uma câmara a bordo da Mars Reconnaissance Orbiter que já
fotografou centenas de pedaços da superfície de Marte, com muito detalhe.
A conferência de imprensa, transmitida
de Washington, tinha sido anunciada no site e Twitter da NASA.
A última vez que a Agência Espacial
Americana fez um anúncio deste género, foi em Julho passado, tendo então
revelado a descoberta de um planeta (que ficou conhecido como Kepler-452b), com
características semelhantes às do planeta Terra, a orbitar numa estrela pouco
maior do que o Sol.
A NASA afirmou várias vezes no passado
que Marte tem condições adequadas para a formação de vida e que mais exploração
e futuras investigações poderiam trazer provas que reforçariam esta hipótese.
As viagens a Marte começaram nos anos
’60 sempre com recurso a instrumentos robóticos.
Agora, a NASA já anunciou os seus
planos de enviar humanos a Marte na década de 30 deste milénio.
Há
água salgada em Marte
A imagem divulgada pela NASA é
possível ver, a preto, as linhas que se trata de água corrente
"Não é o planeta seco e árido que
se imaginava no passado".
Descoberta aumenta as hipóteses de haver vida. Existência de água facilita
exploração de Marte por astronautas.
Corre água líquida na superfície de Marte.
A revelação é da NASA, a agência espacial norte-americana, que anunciou a
descoberta esta segunda-feira, dia 28 de Setembro de 2015 numa conferência de
imprensa.
Ao jornal britânico The Guardian, o líder do Programa de Exploração de Marte
explicou antecipadamente, que há provas da presença de água em estado líquido
no planeta vermelho, o que pode representar um ambiente favorável à existência
de vida.
Michael Meyer, principal investigador
na pesquisa sobre Marte, contou ao Guardian que a presença de água líquida,
embora ainda se desconheça a sua origem, indica que seja "pelo menos
possível ter um ambiente habitável actualmente" no planeta vizinho.
A água líquida corre pelos vales e
crateras marcianos durante os meses de verão, explicam os cientistas. A equipa
ainda não percebeu de onde vem essa água. Pode ter origem em depósitos
subterrâneos de água salgada ou gelada que sobe à superfície nas alturas mais
quentes, ou pode condensar a partir do vapor de água no ar. É possível ver os
rastos deixados na superfície pelo fluxo da água nas fotografias tiradas por
satélites em órbita.
A descoberta de água em estado líquido
no planeta Marte, o planeta mais próximo da Terra e aquele que é mais parecido
com ela em temperatura, é um objectivo da ciência há décadas. Agora, os
cientistas acreditam que esta descoberta aumenta as hipóteses de que exista
vida em Marte. A existência de água também pode facilitar uma futura exploração
de Marte por astronautas.
Desde 2011 que há suspeitas de que as
linhas escuras visíveis nas imagens de satélite, que se formam, nos meses mais
quentes do ano marciano, na superfície do planeta se deviam a água corrente.
Quando os cientistas da equipa de Lujendra Ojha, do Instituto de Tecnologia do
estado norte-americano da Georgia, analisaram essas linhas com luz
infra-vermelha, perceberam que existiam sais dissolvidos em água nas paredes
dos vales onde as linhas surgiam - sais que não estavam presentes antes do
aparecimento dessas linhas.
A descoberta comprovava a presença de
água corrente salgada nos meses quentes.
É importante lembrar que a água pura
em Marte é muito instável, tornando-se facilmente em vapor ou em gelo devido à
baixa pressão atmosférica.
Conferência de imprensa em directo
A conferência da NASA, em que foi
anunciada esta descoberta e os seus pormenores, decorreu entre as 16.30 e as
17.30, hora de Lisboa, do dia 28.09.2015.
"Se recuarmos três mil milhões de
anos e olharmos para Marte, Marte era muito diferente" do que é hoje,
explicou Jim Green, director de ciência planetária da NASA e o primeiro orador
a tomar a palavra, descrevendo que a atmosfera do planeta era mais rica, e
existia um enorme oceano. "Mas Marte sofreu grandes alterações climáticas
e perdeu a sua água de superfície".
Segue-se a grande revelação do
"mistério" que a NASA promovia há semanas: "Marte não é o
planeta seco e árido que imaginávamos no passado. Hoje anunciamos que, nalgumas
circunstâncias, encontrámos água líquida em Marte", afirmou Jim Green.
Michael Meyer, líder do projecto da
NASA de Exploração de Marte, explicou em seguida que as linhas escuras que é
possível ver na superfície de Marte se tratam de água corrente - ribeiros que
se formam na primavera, engrossam durante o verão e desaparecem com a chegada
do outono. As temperaturas mais quentes permitem a formação dessas linhas de
água corrente.
Inicialmente, porém, quando as linhas
foram avistadas, os cientistas deram-lhes o nome de "Linhas Recorrentes
nas Encostas" (RSL na sigla inglesa), para que o nome fosse apenas
descritivo do aspecto das linhas e não contivesse nenhuma suposição acerca do
que as causava, permitindo um estudo mais objectivo. O investigador principal
da câmara de alta definição HiRISE, Alfred McEwen, participa na conferência ao
telefone a partir de Nantes, em França, e explica que as linhas se formam
quando Marte está mais perto do Sol. Marte tem uma órbita mais excêntrica do
que a Terra, ou seja, a sua órbita ao redor do Sol tem um ponto mais próximo e
um ponto mais longínquo do que o que acontece na Terra, gerando Verões mais
quentes e Invernos mais frios.
Lujendra Ojha, identificado na
conferência de imprensa como Luju, a sua alcunha, também fala a partir de
Nantes. Ojha conta que a sua equipa estudou as linhas escuras em Marte através
de uma técnica científica de análise da luz conhecida como espectroscopia.
A espectroscopia permite analisar a
composição química dos materiais através da "assinatura" que cada
elemento químico deixa na luz que reflecte, consoante as frequências de luz que
absorve e as que reflecte.
Recorrendo a essa técnica, a equipa de
Ojha analisou as falésias onde se formavam as linhas antes de estas surgirem e
durante o período em que estas são observáveis.
Os cientistas conseguiram assim
constatar a presença de água, através da assinatura química de certos sais que
se encontram dissolvidos nela.
Os sais hidratados só se encontravam
presentes quando as linhas escuras apareciam, o que permitiu concluir que as
linhas se tratavam de água corrente.
Os sais dissolvidos na água permitem
que esta se torne mais estável, mantendo-se em estado líquido mesmo apesar das
variações de temperatura, algo que não acontece com a água pura.
Mary Beth Wilhelm, do centro de
investigação de Ames, da NASA, acrescenta que a água líquida é um
"ingrediente essencial para a vida".
Ainda não se sabe quão habitável seria esta
água para micróbios semelhantes aos da Terra: isso depende da sua temperatura e
da concentração dos sais.
A água descoberta será muito mais
salgada do que os oceanos da Terra, podendo mesmo ter uma aparência mais
semelhante à da terra húmida.
Wilhelm acrescenta que uma futura
exploração humana de Marte seria facilitada pela presença de água líquida no
planeta, pelo que é importante perceber melhor como se forma esta água líquida,
seja por condensação do vapor do ar ou derretimento de reservas subterrâneas
geladas, e saber qual a sua composição.
Wilhelm explicou que os sais
descobertos dissolvidos na água foram descobertos em várias partes diferentes
do planeta.
Durante a sessão de perguntas e respostas
com os jornalistas, o astronauta John Grunsfeld, também administrador de
missões na NASA, mostrou-se optimista com a ideia de que a descoberta
"deste tipo de recursos" pudesse ajudar a enviar astronautas para
Marte.
As colinas íngremes por onde a água
escorre não são acessíveis aos módulos que a NASA tem no solo marciano, mas
poderiam ser trepadas por astronautas, acrescenta Grunsfeld. John Grunsfeld
anunciou no início da sessão que vestia a sua roupa de astronauta
intencionalmente. "Nós vamos a Marte", declarou.
Ao encerrar a conferência de imprensa,
alertou: "Por favor mantenham-se atentos à ciência, porque a ciência nunca
dorme. Estamos sempre a descobrir coisas novas".
Em Marte, no Verão, a
água ferve aos zero graus
AFP e PÚBLICO
10/05/2016 - 14:39
Cientistas fizeram várias experiências com água gelada
colocada no cimo de um monte de areia, simulando as condições de pressão
atmosférica em Marte.
O
aspecto da superfície de Marte, com estrias marcadas nas suas encostas, pode
ser o resultado de água a ferver que escorre sob a baixa pressão atmosférica do
planeta, segundo um estudo publicado na revista Nature Geoscience. Os cientistas tinham colocado a
hipótese de estes canais e sulcos marcados nas encostas de Marte terem sido
formados por água líquida muito salgada que escorreria sazonalmente no planeta
vermelho.
Em
Setembro, uma equipa de cientistas da NASA anunciou a existência água salgada em
Marte. Era o resultado de análises às estrias escuras que foram
descobertas em 2011 e que surgem e desaparecem todos os anos no planeta. Alfred
McEwen, um dos autores desse artigo também publicado na Nature Geoscience e investigador
principal da Experiência Científica de Imagens de Alta Resolução, um aparelho
que pertence à Mars
Reconnaissance Orbiter, a sonda da NASA que está a orbitar Marte
desde 2006, adiantou na altura que “a água que escorre em Marte é muito, muito
mais salgada do que a dos oceanos da Terra”.
Apesar
de existir gelo no Pólo Norte de Marte, a existência de água líquida num
planeta que tem uma temperatura média de 63 graus Celsius negativos e uma
atmosfera finíssima sempre foi considerada altamente improvável. Na Terra, a
água precisa de atingir os 100 graus Celsius para a ebulição. Porém, quanto
maior a altitude mais diminui a pressão atmosférica, o que significa, por
exemplo, que no topo do Evereste a água ferve aos 60 graus. Em Marte, com uma
atmosfera bem menos densa do que a da Terra, a água entra em ebulição a partir
dos zero graus.
Durante
o Verão marciano, quando o gelo subterrâneo começa a derreter e aparece à
superfície, numa altura em que a temperatura média ronda os 20 graus, a água
começa imediatamente a ferver. Uma equipa de investigadores franceses, ingleses
e norte-americanos liderada por Marion Massé, do Centro Nacional de
Investigação Científica da Universidade de Nantes, em França, fez uma série de
experiências simulando as condições atmosféricas do planeta vermelho.
Os
cientistas colocaram um pedaço de gelo em cima de um talude inclinado a 30
graus e coberto de areia. Na atmosfera da Terra, este gelo infiltra-se lentamente
na areia sem alterar a sua superfície. Em Marte é diferente. O gelo entra
imediatamente em ebulição e o gás libertado faz levantar grãos de areia. Os
grãos acumulam-se em pequenos montículos íngremes que, logo a seguir, se
desmoronam causando verdadeiras avalanches de areia.
“Os
fenómenos observados na areia usada nestas experiências são extremamente
semelhantes aos vestígios observados em Marte”, afirmou Wouter Marra, da
Faculdade de Utrecht, na Holanda, que comentou este estudo.
Para
os investigadores, a existência de água líquida em Marte, mesmo que seja só em
quantidades diminutas, a ferver e durante as horas mais quentes do Verão,
desempenha um papel importante. E a instabilidade da água parece ainda aumentar
significativamente o seu impacto sobre a morfologia da superfície do
planeta.
Fobos,
satélite natural do planeta Marte
No
dia 18 de Agosto de 1877, o pesquisador Asaph Hall descobria Fobos, uma das
duas luas de Marte, a maior e a mais próxima lua do planeta. Fobos é, em todo o
Sistema Solar, o satélite que órbita mais próximo do planeta-mãe: menos de seis
mil quilómetros acima da superfície marciana. Os astrónomos teorizam que o
satélite era provavelmente um asteróide que foi capturado pela força de
gravidade de Marte.
destruição lenta de Phobos lua de Marte
Ceres - Planeta Anão
As cores nesta
imagem foram alteradas para permitir uma melhor visualização da superfície do
planeta-anão Ceres
Está desvendado o mistério das luzes no planeta-anão
Ceres
As misteriosas
luzes brilhantes no planeta-anão Ceres, o maior na cintura de asteróides que
separa Marte de Júpiter, podem ter o seu segredo desvendado. Uma nova
investigação publicada na revista científica Nature demonstra que as brilhantes luzes
brancas podem ter origem em grandes planícies de sal.
O mais
provável, argumentam os investigadores autores do estudo, é que as luzes sejam
reflexos em planícies de sulfato de magnésio ou de outro sal.
As luzes
brancas visíveis em Ceres quando o planeta-anão foi fotografado pela primeira
vez de perto, pela sonda Dawn da agência espacial norte-americana, a NASA,
levantaram grande especulação tanto entre o público em geral como junto da
comunidade científica.
Alguns
esperavam que os reflexos brilhantes tivessem a sua origem em gelo ou água. A
NASA chegou a criar uma sondagem que permitia aos utilizadores escolher várias
hipóteses que explicassem as luzes.
As cores nesta
imagem foram alteradas para permitir uma melhor visualização da superfície do
planeta-anão
"A
localização de alguns dos pontos brilhantes coincide com sítios onde vapor de
água foi detectado por outras naves", disse Vishnu Reddy, investigador do
Instituto de Ciência Planetária citado num comunicado. "Isto deixa-nos confiantes de que os
pontos brilhantes são depósitos de sal deixados após a sublimação de água
salgada".
Os
investigadores sublinham no artigo publicado na Nature que poderá haver
uma camada de gelo sob a superfície de Ceres. Os locais onde se vêem as
planícies de sal podem ser lugares onde meteoros quebraram a superfície
exterior e expuseram a camada inferior, permitindo que a água sublimasse
(passasse directamente do estado sólido para o gasoso), deixando apenas o sal.
Planeta Júpiter
Maior
lua de Júpiter tem um oceano salgado maior do que os oceanos da Terra juntos
O oceano tem uma profundidade de cem
quilómetros, sob uma crosta de 150 quilómetros formada essencialmente por gelo.
Ganimedes, a maior lua de Júpiter e do
sistema solar, tem um vasto oceano de água salgada debaixo da espessa crosta
gelada e maior do que todos os oceanos da Terra juntos, foi hoje revelado.
As conclusões, que se baseiam nas
observações do telescópio espacial Hubble, das agências espaciais
norte-americana NASA e europeia ESA, confirmam o que os cientistas suspeitavam
anteriormente.
"Um oceano profundo, sob a crosta
gelada de Ganimedes, abre ainda mais possibilidades quanto à existência de vida
para além da Terra", afirmou John Grunsfeld, responsável pela investigação
na NASA, defendendo que a descoberta marca "uma etapa significativa".
Para o director da divisão de ciência
planetária da NASA, Jim Green, este oceano "comunicou" com a
superfície do satélite natural num passado longínquo.
Segundo os investigadores, o oceano
tem uma profundidade de cem quilómetros, dez vezes maior do que a dos oceanos
da Terra juntos, e está sob uma crosta de 150 quilómetros formada
essencialmente por gelo.
Desde a década de 70 que os estudiosos
de planetas suspeitavam, com base em modelos de estudo de grandes luas, que
Ganimedes, descoberta em 1610 pelo astrónomo Galileu, poderia ter um oceano,
lembrou um dos principais autores da investigação hoje divulgada, Joachim Saur,
da Universidade de Colónia, na Alemanha.
As novas observações com o Hubble, a
partir de raios ultravioleta, permitiram detectar e estudar as auroras nas
regiões polares de Ganimedes, que, como as da Terra, são provocadas pelo campo
magnético.
Ganimedes está sob influência do campo
magnético de Júpiter, planeta gasoso do qual está próxima e que é o maior do
sistema solar. Cada vez que o campo magnético de Júpiter muda, as auroras sobre
Ganimedes também se alteram.
Observando o movimento das auroras, os
cientistas conseguiram determinar a existência de um vasto oceano salgado
debaixo da camada de gelo, que afecta o campo magnético do satélite de Júpiter.
Uma vez que a água salgada é condutora
de electricidade, o movimento do oceano influencia o campo magnético.
Ganimedes possui um diâmetro de 5.262
quilómetros, sendo, por isso, maior do que Mercúrio (4.879 quilómetros).
A existência de um oceano líquido sob
uma camada de gelo já foi confirmada em Europa, outra das quatro maiores luas
de Júpiter.
Recentemente, a NASA anunciou o envio
de uma missão robótica para Europa, considerada, por um dos responsáveis
científicos da agência espacial, Robert Pappalardo, como um dos lugares do
Sistema Solar onde há maior probabilidade de ser encontrada vida.
O cientista explicou que a maior Lua
de Júpiter tem uma crosta de gelo relativamente fina, sob a qual existe um
oceano líquido em contacto com rochas profundas, é geologicamente activa e é
bombardeada por radiações que criam oxidantes e formam, ao misturarem-se com a
água, uma energia ideal para alimentar a vida.
Na quarta-feira, a revista Nature
noticiou a descoberta, por parte de investigadores norte-americanos, de que
Encelado, uma Lua de Saturno, tem uma actividade hidrotermal, o que abre a
possibilidade da existência de vida.
Os peritos analisaram os dados
enviados pela sonda Cassini, da NASA/ESA, que revelaram poeiras de rocha ricas
em silício ejectadas por geiseres (nascentes em erupção que lançam jactos de
água quente e vapor).
Planeta
Saturno
A agência espacial norte-americana
NASA revelou hoje uma impressionante nova imagem de Saturno, captada pela sonda
Cassini, na qual é possível ver o planeta dos anéis em todo o seu esplendor,
com os planetas Terra, Marte e Vénus em fundo.
Numa composição de 141 fotografias
tiradas de forma a reproduzir as cores captadas pelo olho humano, o gigante de
gás surge iluminado pelo Sol (que neste ângulo se encontra do outro lado do
planeta), sendo visíveis várias das suas luas e os seus anéis (à excepção de
um).
A imagem em alta resolução pode ser
descarregada aqui.
Segundo o site especializado
Space.com, que divulga esta terça-feira a fotografia, a imagem capta (na
horizontal) uma extensão de 651.591 quilómetros. As fotos foram tiradas no dia
19 de Julho deste ano.
A sonda Cassini-Huygens é um projecto
conjunto da NASA, ESA (agência europeia) e ASI (agência espacial italiana)
lançada em 1997 que desde 2004 se encontra em órbita de Saturno, o segundo
maior planeta do Sistema Solar.
Titã
Titã
Imagem da superfície de Titã
obtida pela sonda HuygensNASA/ESA
Quase 2% da superfície de Titã, a maior lua de
Saturno, é líquida. Mas este líquido não é água, como acontece na Terra. Com
uma temperatura à superfície de 180 graus Celsius negativos, a água estaria
congelada. A dinâmica atmosférica de evaporação e condensação de Titã é
desempenhada por outros compostos: o metano e o etano. Segundo o que se sabe, o
metano que está à superfície vai-se evaporando e as suas moléculas são partidas
devido aos raios de sol que atingem a atmosfera, acabando por produzir o etano.
Por isso, chove etano em Titã e os cientistas pensavam que os mares desta lua
seriam uma mistura destas duas moléculas.
Mas uma análise baseada na informação recolhida pela
Cassini, uma sonda da agência espacial norte-americana NASA e da Agência Espacial
Europeia (ESA), mostra que pelo menos o mar chamado Mare Ligeia é constituído à
base de metano. O trabalho foi publicado recentemente na revista científica Journal of Geophysical
Research: Planets.
“Antes da Cassini, esperávamos descobrir que o Mare
Ligeia tivesse quase só etano. Em vez disso, o mar é constituído
predominantemente por metano puro”, diz Alice Le Gall, uma investigadora que
trabalha com um dos radares da Cassini, e que pertence ao Laboratório
Atmosférico, do Ambiente, das Observações Espaciais francês.
A investigadora sugere algumas explicações para esta
descoberta. “Ou o Mare Ligeia é reabastecido por chuvas de metano, ou alguma
outra coisa está a retirar o etano de lá. É possível que o etano acabe na
crosta submarina, ou que, de alguma forma, escoe para um dos mares adjacentes,
o Mare Kraken. Mas para compreendermos o que se passa vai ser necessário fazer
mais investigação”, diz Alice Le Gall, citada num comunicado da ESA.
Gelada, mas com lagos de metano, chuva de etano, uma
atmosfera mais densa do que a da Terra, Titã é uma fonte de curiosidades. O
facto de ter uma dinâmica atmosférica que faz lembrar a da Terra mas, ao mesmo
tempo, estar submetida a condições tão diferentes só serve para causar um
espanto acrescido.
Na Terra, o metano (uma pequena molécula constituída
por um átomo de carbono ligado a quatro átomos de hidrogénio) está
naturalmente no estado gasoso devido à temperatura muito superior do nosso planeta,
e é um dos gases que alarma os cientistas por reforçar o efeito de estufa e
potenciar as alterações climáticas. Mas na atmosfera de Titã, o efeito de
estufa causado pelo metano permite que a pouca luz solar que atravessa a
atmosfera e alcança a superfície torne a lua um pouco menos fria.
Até à missão da Cassini-Huygens, pouco era conhecido
sobre esta e outras luas de Saturno, como a famosa Encelado, que se sabe agora
que contém um
oceano interior. A missão partiu da
Terra em 1997 e chegou ao sistema de Saturno em 2004. Em Dezembro desse ano, a
sonda Huygens (referência ao astrónomo holandês Christiaan Huygens, que no
século XVII descobriu Titã) desacoplou-se da Cassini (referência ao astrónomo
italiano Giovanni Cassini que descobriu outras quatro luas de Saturno também no
século XVII) e aterrou em Titã, obtendo as primeiras e únicas imagens da
superfície daquela lua.
Desde então, a Cassini, ainda em órbita do sistema de
Saturno, tem usado os seus instrumentos para analisar Titã – o segundo maior
satélite natural do sistema solar, maior do que a nossa Lua e do que o planeta
Mercúrio, e apenas ultrapassado pela lua Ganimedes, que orbita Júpiter.
Titã tem três grandes mares localizados no pólo Norte,
incluindo o Mare Ligeia, e muitos lagos mais pequenos a rodear estes grandes
mares. No Hemisfério Sul, há apenas um grande mar. Ao todo, 1,6 milhões de
quilómetros quadrados da superfície do planeta estão cobertos de líquidos. Numa
experiência científica de 2013, um radar da Cassini permitiu calcular a
profundidade máxima do Mare Ligeia: 160 metros.
Tal como a Terra, a atmosfera de Titã é quase
maioritariamente composta por azoto. Além de etano, há muitos compostos
orgânicos que vão sendo produzidos na atmosfera devido a várias reacções
químicas. Parte destes compostos voltam à superfície trazidos pela chuva.
Alguns dissolvem-se no mar de metano, outros não. Os dados do radar permitiram
os cientistas descobrir que o fundo do Mare Ligeia tem uma camada rica em
compostos orgânicos.
“É uma proeza da investigação maravilhosa que
estejamos a fazer oceanografia extraterrestre numa lua alienígena”, considera
Steve Wall, que lidera a equipa do radar da Cassini, e que pertence ao
Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, em Pasadena, na Califórnia. “Titã não
pára de nos surpreender.” o metano tem quatro
átomos de hidrogénio.
Enceladus lua de Saturno
NASA divulgou em 15.07.2015 a primeira imagem da
superfície de Plutão, onde há montanhas que se elevam a mais de três mil
metros.
Eram 20.30 (hora de Lisboa), quando a NASA
divulgou, a primeira imagem das muitas que a sonda New Horizons fez da
superfície de Plutão, quando ali passou à distância de 12 550 quilómetros, na
terça-feira. A preto e branco, a foto mostra pela primeira vez em 85 anos de
observações - Plutão foi descoberto em 1930 - estruturas geológicas
perfeitamente nítidas na sua superfície.
"São grandes novidades",
congratulou-se o principal investigador da missão, Alan Stern, durante a
conferência de imprensa em que esta primeira imagem foi divulgada, juntamente
com a primeira leitura sobre os dados.
O que se vê naquela foto, que mostra em
detalhe uma pequena zona de Plutão que faz parte da enorme mancha em forma de
coração que a New Horizons já tinha identificado durante a aproximação (ver
imagem ao lado), são montanhas geladas, que se elevam a 3,5 quilómetros de
altitude.
A sua primeira análise, feita ontem também
pela equipa, revela que Plutão é um planeta activo, que aquela zona de rocha
gelada é relativamente recente, terá algo como cem milhões de anos, e que o
gelo é feito de água e não de hidrogénio ou de metano, como explicou, por seu
turno, John Spencer, outro dos investigadores do projecto.
"Neste momento a sonda já está mais de
1,6 milhões de quilómetros para lá de Plutão", adiantou Alan Stern na ocasião,
sublinhando que a sonda continua "de boa saúde" e a fazer
observações.
"Hoje [ontem] recebemos dados de cinco
dos [sete] instrumentos da sondas durante algumas horas", contou o
cientista principal, notando que as novidades que eles já permitem verificar
mostram que o conjunto de todos os dados "que estão agora armazenados na
sonda tem muito para nos ensinar sobre Plutão".
Os cientistas da missão revelaram também que
a mancha em forma de coração que a New Horizons deu a conhecer nos últimos dias
da sua aproximação "ao pequeno planeta" - os cientistas da NASA,
pelos vistos, preferem esta designação à oficial, que o classifica como
planeta-anão - também já tem um nome definitivo.
Eles decidiram chamar-lhe
Tombaugh Regio, em homenagem ao jovem astrónomo norte-americano Clyde W.
Tombaugh, que, após um ano de observações sistemáticas no Observatório
Astronómico Lowell, no Arizona , descobriu Plutão, em 1930.
Depois da revelação destes primeiros dados, e
depois de quase dois dias ininterruptos cheios de expectativa e de muito
entusiasmo, a equipa da New Horizons espera ter mais novidades para apresentar
amanhã, depois de ter mais dados enviados pela sonda. Como sublinhou Alan
Stern, esta foi apenas "a primeira de muitas lições que Plutão tem para
nos ensinar".
Rumo ao desconhecido
Após o encontro imediato com Plutão e com a
sua maior lua, Caronte, que pela primeira vez foi também olhada de perto, a New
Horizons seguiu o seu caminho e só sete horas depois deu sinal de vida. Uma
espera que foi quase uma guerra de nervos, mas que acabou em bem, como se sabe.
O tão esperado sinal de rádio, enviado pela
nave dos confins do sistema solar, chegou à hora certa, já de madrugada, quase
às duas da manhã de ontem, em Lisboa. Quando Alice Bowman, a directora de
operações no centro de controlo de voo, instalado no Laboratório de Física
Aplicada da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, disse as tão
esperadas palavras "temos a telemetria, ela está de boa saúde", a
expectativa deu lugar a uma vaga de aplausos.
Agora a New Horizons já se encontra muito
para lá de Plutão, e está a embrenhar-se cada vez mais na Cintura de Kuiper, na
fronteira do sistema solar, onde se albergam muitos mais "pequenos
planetas", ou "pequenos corpos gelados", como lhes chamam os
cientistas da New Horizons.
Os dados que receberam dela ontem, e que
permitiram apresentar pela primeira vez uma imagem de Plutão radicalmente
diferente daquelas que estávamos habituados a ver, são apenas o princípio de
todo um novo capítulo que começou agora a escrever-se sobre o planeta-anão e as
suas cinco luas. Os dados que a sonda tem armazenados depois deste encontro vão
levar 16 meses a ser enviados para a Terra. E o que se segue é mais um mergulho
no desconhecido.
Asteróides
Há
céus azuis e água em Plutão
A água encontra-se no estado sólido e
só é visível nalgumas regiões do planeta-anão.
As primeiras imagens da atmosfera de
Plutão enviadas pela sonda New Horizons, enviada pela NASA até ao sistema solar
exterior, mostram que os céus do planeta-anão são azuis. Informação enviada
pela mesma sonda permitiu ainda saber que existe água em estado sólido em Plutão, divulgou a agência espacial
norte-americana esta quinta-feira.
"Quem imaginaria que haveria um
céu azul na Cintura de Kuiper?", disse Alan Stern, o principal cientista
ligado à sonda New Horizons, citado num comunicado da NASA. A fotografia da
atmosfera do planeta tirada pela sonda mostra como as partículas do nevoeiro
refractam a luz azul.
As partículas em si serão, em
princípio, cinzentas ou vermelhas, e de um tamanho um pouco maior do que as
partículas mais presentes na atmosfera terrestre, moléculas de azoto. A
atmosfera de Plutão será, assim, principalmente constituída por
"partículas semelhantes à fuligem a que chamamos tolinas", explicou a
cientista Carly Howett. As tolinas formar-se-ão na parte superior da atmosfera,
a partir da interacção da luz solar com moléculas de azoto e de metano.
A sonda New Horizons descobriu também
a existência de água gelada na superfície do planeta-anão. A água gelada só é
visível nalgumas regiões do planeta-anão - grande parte da superfície de Plutão
não mostra gelo de água exposto. Noutras áreas, a água gelada "estará
coberta por outros gelos mais voláteis", explicou o cientista Jason Cook.
"Perceber por que é que a água aparece onde aparece, e não noutro lugar, é
um desafio que estamos a começar a enfrentar".
A revelação da presença de água em
Plutão já começou a ser falada desde a semana passada, quando Alan Stern disse,
na apresentação de novas fotografias da lua de Plutão, Caronte: "Este
mundo está vivo", e acrescentou, "Todas as semanas fico incrédulo. A
NASA não me deixa dizer o que vos vamos contar na quinta-feira. É
incrível". Esta quarta-feira, quando o anúncio do dia seguinte começou a
ser antecipado, Alan Stern veio desmentir que qualquer coisa fosse passar-se.
Através da conta não-oficial do
Twitter, NewHorizons2015, que é usada pelo principal cientista Alan Stern, o
rumor foi desmentido. "Não faço ideia como [as minhas declarações] foram
mal interpretadas, mas foram", afirmou. Mas afinal, quinta-feira, sem mais
nenhuma notícia do que aí vinha, a NASA anunciou a descoberta do céu azul de
Plutão e de gelo na superfície do planeta-anão.
As luas de Plutão fazem uma
"dança cósmica"
Plutão não deixa de surpreender, os cientistas olham para as suas luas. Hidra, Nix, Cérbero e
Estige parece que dançam à volta do planeta anão e do seu satélite mais
próximo, Caronte, e o movimento dos astros tem maravilhado os cientistas.
O satélite Hidra, descoberto em 2005,
é o que está mais afastado do centro e tem a rotação mais veloz - rodopia sobre si
próprio 89 vezes a cada órbita que completa à volta do sistema planetário duplo
Plutão/Caronte. O tamanho do astro ainda não é exacto, as estimativas variam dos 40 a 130km de diâmetro.
Com velocidades e eixos de rotação
diferentes, o movimentos das quatro luas de Plutão é descrito como "uma
dança cósmica com um ritmo caótico" por John Grunsfeld, físico e
astronauta da NASA.
"Se estivesse sentado no satélite
Nix, veria que a Estige gira em volta de Plutão duas vezes por cada três voltas
dadas pela lua Hidra", comentou Doug Hamilton, um dos investigadores da
Universidade de Maryland responsáveis pelo modelo agora apresentado.
O Sistema Plutão, como é chamado, tem
no centro o planeta anão e a lua Caronte, com quase metade do diâmetro do
anterior. A relação entre Plutão e o seu satélite mais próximo é única no
sistema solar, pois Caronte também exerce uma força gravitacional sobre Plutão.
Juntos, os astros formam um sistema binário, ou planeta duplo, com quatro luas.
A possibilidade de Plutão ter vulcões
também tem chamado a atenção da comunidade de cientistas e físicos da NASA. A
sonda New Horizons enviou para a Terra imagens do que parecem ser vulcões de
gelo com dezenas de kms de largura e vários quilómetros de altitude. Os
investigadores assumem que os vulcões, se for comprovado que o são, libertem
lama gelada com vestígios de água, nitrogénio e metano.
um nono planeta no sistema solar?
Um nono planeta no sistema solar,
muito para lá de Plutão? Primeiro, os astrónomos Mike Brown e Konstantin
Batygin, do California Institute of Technology (Caltech) ficaram muito, muito
céticos. Era para aí que apontavam as contas de Chad Trujillo e Scott Shepperd,
dois jovens pós-docs que em 2013 estavam na equipa de Brown, mas claro que não
podia ser. Ou podia?
Caltech/R. Hurt (IPAC) Uma ilustração do nono planeta,
com o Sol ao fundo
Espicaçado
pela curiosidade, e mais para rebater a ideia do que para tentar validá-la,
Brown propôs a Batygin que olhassem ambos melhor para os dados. E depois de ano
e meio de simulações computacionais e de muita física e matemática acabaram por
descobrir aquilo de que não estavam à espera. Tudo indica que existe um nono
planeta no sistema solar, que será 10 vezes maior do que a Terra e que orbita o
Sol a uma distância 20 vezes superior àquela a que está Neptuno da nossa
estrela: 4,5 mil milhões de quilómetros. O Caltech anunciou hoje a descoberta.
As contas
estão feitas e agora só falta encontrar esse planeta, cuja dimensão o salva de
se ser um planeta-anão, a etiqueta que se colou a Plutão e a todos os objectos
que orbitam para lá dele, naqueles confins gelados do sistema solar.
Embora ainda
não tenha sido observado directamente, Mike Brown e Konstantin Batygin
publicaram os seus resultados na revista Astronomical Journal e baptizam como
Planeta Nove o novo objecto que emerge das suas equações e simulações.
"É
verdadeiramente um nono planeta", assinala Mike Brown, no comunicado do
Caltech. "É um pedaço bastante substancial do nosso sistema solar que está
aí à espera de ser descoberto, o que é muito entusiasmante", sublinha o
investigador.
Uma pergunta
tem, no entanto, de ser feita - e os dois astrónomos fazem-na. De onde sai
agora, assim de repente, um planeta gigante, a orbitar o Sol, muito para lá de
Plutão?
Para responder
à questão, Mike Brown e Konstantin Batygin contam a história do sistema solar
com uma única e subtil mudança em relação à tese hoje consensualmente aceite
pelos astrónomos. Nos primórdios dos sistema solar, em vez dos quatro núcleos
planetários que vieram a dar origem aos gigantes gasosos Júpiter, Saturno,
Urano e Neptuno, haveria cinco desses núcleos, e o quinto, que terá dado origem
ao planeta Nove, se se tivesse chegado demasiado a Júpiter e a Saturno teria sido
ejectado por ambos para as paragens distantes onde agora Mike Brown e
Konstantin Batygin dizem que ele se encontra.
Os dois
astrónomos, sublinha o comunicado do Caltech, continuam a refinar as suas
simulações para compreender melhor este planeta e os efeitos que ele produz nos
outros objectos na região do sistema solar onde se encontra e a outra busca, a
da sua detecção directa com alguns dos maiores telescópios do mundo, como o de
Mauna Kea, no Havai, também já se iniciou, liderada por Mike Brown.
"Adoraria
encontrá-lo", diz o investigador, sublinhando, no entanto, "que será
bom na mesma se ele for encontrado por outros". A publicação do artigo com
o anúncio do planeta Nove tem, de resto, exactamente esse objectivo, afirma
Brown. "O que esperamos é que outras pessoas se sintam inspiradas e
comecem a procurar também".
O asteróide do Dia das Bruxas, quatro
vezes maior do que um campo de futebol, vai passar hoje à tarde, em segurança,
perto da Terra, informou a agência espacial europeia ESA.
Grande asteróide passa hoje, dia 31 de
Outubro de 2015 em segurança, próximo da Terra
A passagem do 2015 TB145, a uma distância de 480 mil quilómetros, ocorrerá pelas
17:00 TMG (mesma hora em Lisboa).
O asteróide apenas poderá ser observado
com telescópios.
A agência espacial norte-americana
NASA estima que o asteróide seja, até 2027, o maior corpo rochoso conhecido a
aproximar-se do "planeta azul".
O 2015 TB145 foi descoberto a 10 de Outubro,
a partir do Havai, nos Estados Unidos.
A ESA confirmou a descoberta a partir
do seu observatório no Tenerife, Espanha.
O asteróide vai passar pela Terra a
uma distância 1,3 vezes a que separa o "planeta azul" da Lua, de
acordo com cálculos dos astrónomos. Uma distância que, apesar de tudo, é próxima
em termos cósmicos.
No entanto, assegura a ESA, não existe
qualquer hipótese de o corpo colidir com a Terra, nem mesmo, pelo menos, nos
próximos cem anos.
O asteróide não consta na lista da
agência espacial europeia de objectos que apresentam risco para o planeta.
Todavia, o facto de um corpo celeste
tão grande, que podia causar danos significativos caso chocasse com a Terra,
ter sido descoberto apenas 21 dias antes da sua aproximação ao planeta, leva os
astrónomos a pensarem na necessidade de manter a vigilância diária do céu nocturno.
A ESA tenciona, no fim do próximo ano,
testar a tecnologia de um telescópio capaz de identificar automaticamente a
órbita de corpos celestes potencialmente ameaçadores para a Terra, a maiores
distâncias.
Estimativas apontam, segundo a agência
espacial europeia, para cerca de cinco mil objectos do tamanho do 2015 TB145
nas proximidades da Terra, sendo que uma fracção significativa deles ainda não
foi descoberta.
O asteróide 2015 TB145, do qual os
cientistas esperam recolher mais informação depois da sua aproximação ao
"planeta azul", viaja a cerca de 35 quilómetros por segundo, em
relação à Terra, uma velocidade maior quando comparada com a de outros asteróides
na dita zona de proximidade do "planeta azul".
De acordo com o Instituto de
Astrofísica das Canárias, em Espanha, os parâmetros da órbita que o 2015 TB145
apresenta são próprios de um cometa extinto ou adormecido.
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Uma cama
feita de "pérolas" verde oliva, encontrada numa ilha deserta no
Pacífico, revelou informações inéditas sobre o asteróide que acabou com os
dinossauros (e 70% da vida na terra) há 66 milhões de anos.
A cama de tectitas encontrada pelos
especialistas e, ao lado, um mapa que assinala a ilha de Gorgonilla, na
Colômbia, e o local da queda do asteróide, em Chicxulub, no México
Situada
a 35 quilómetros da costa da Colômbia,
no oceano Pacífico, Gorgonilla é um
pedaço desabitado de floresta tropical.
Na
costa desta ilha foi encontrada uma cama de tectitos, pequenas rochas de vidro
que se formam na sequência de impactos de grandes asteróides na Terra.
Estas
rochas, ainda vítreas, viajaram mais de dois mil quilómetros desde o local do
impacto do asteróide famoso por eliminar os dinossauros, em Chicxulub, na península do Iucatão, no México, até ao outro lado
da costa da América do Sul, ao largo da Colômbia.
Um
grupo de micro paleontólogos da Universidade de Saragoça participou nesta
descoberta, revelada pela revista Geology, este mês.
Os
investigadores conseguiram determinar com precisão a idade destas esferas
vítreas de rocha, demonstrando que se formaram exactamente no limite do
Cretácico/Paleogénico (conhecido pela sigla em inglês K-Pg, anteriormente K-T),
em resultado do impacto do asteróide que provocou a reacção em cadeia que
causou a grande extinção, dinossáurios incluídos.
O
impacto do asteróide em Chicxulub
causou uma cratera de 180 quilómetros de diâmetro, descoberta por Glen Penfield, um geofísico que procurava petróleo no final da década
de 1970 na península do Iucatão.
O
choque do calhau celeste com aproximadamente 10 quilómetros de diâmetro contra
a plataforma continental provocou uma fricção violenta que levou rocha fundida
de volta ao espaço, onde se solidificou.
Os
tectitos reentraram na atmosfera incandescentes, "chovendo" em volta
da Terra.
Espalhadas
pela terra, estas rochas, pequenos fragmentos vítreos sem ordenação, tendem a
converter-se em outros materiais, como argila com o passar dos anos (milhões
deles) e as pressões ambientais.
As
encontradas em Gorgonilla estavam
muito bem preservadas e foram catalogadas pelos cientistas com as mais puras do
mundo deste material.
Este
achado aduz novos dados sobre a extinção massiva na terra, há 66 milhões de
anos.
A
investigadora do Museu de História Natural da Suécia Vivi Vajda demonstrou,
pela primeira vez, que houve uma grande mortandade na vegetação também nos
trópicos, durante o denominado K/Pg.
Considerados
como um bom indicativo, devido à resistência natural e tendência a colonizar
ambientes catastróficos, é a primeira vez que se encontram fetos em latitudes
temperadas e tropicais.
Antes
só havia sido encontrada abundância de esporos de fetos em montanhas da Nova
Zelândia e do Japão.
"O
impacto produziu uma séria de perturbações meio - ambientais em cadeia",
disse o paleontólogo José Antonino Arz.
A
chuva de tectitos e uma onda de calor, com temperaturas a subirem aos 80 graus
celsius, provocaram inúmeros incêndios florestais e mudaram a flora e a fauna
da terra.
"Os
terramotos causados pelo impacto do asteróide chegaram a ter uma intensidade de
13 na escala de Richter, algo quase inimaginável nos dias de hoje",
acrescentou José Antonino Arz, citado pelo jornal espanhol "El Pais".
O
terramoto mais forte alguma vez registado ocorreu no Chile, a 22 de Maio de 1960, e chegou aos 9,5 na referida escala.
O
mais mortífero, 9,1 de magnitude, ocorreu em Sumatra, na Indonésia, em 2004, e causou um tsunami. Mais de 230
mil pessoas morreram na sequência destes dois fenómenos
Pergunta:
Gostaria de fazer uma pergunta,
agradecia que me fosse respondida: se o impacto do asteróide destruiu os
dinossauros, como se explica a sobrevivência dos humanos? Ainda não existiam?
Resposta:
Os Humanos nada têm a ver com os dinossauros,
nem existiam na época!
Aliás, o correcto é afirmar que
desapareceram os dinossauros terrestres e marinhos, dado que alguns voadores
sobreviveram: hoje são os pássaros que conhecemos.
Mas sobreviveram ainda répteis,
anfíbios, e os mamíferos primitivos que, na ausência de dinossauros, dominariam
o planeta nos milénios seguintes - dando origem aos primatas, aos símios, aos
hominídeos e, finalmente, ao Ser Humano.
Para ter uma ideia, o registo fóssil
indica que o Ser Humano apareceu há cerca de 100.000 anos: ou seja, 65.900.000
anos depois da extinção.
A cama de tectitas encontrada pelos
especialistas
Camada do período daniano,
imediatamente acima da cama de esferas, assinalada a verde
Camada Maastrichtiana, imediatamente
abaixo da cama de esferas
Cometas
Descoberto por uma dupla de astrónomos
amadores russos, em Setembro de 2012, o ISON deverá tornar-se visível a olho nu
nas madrugadas de Dezembro e noites de Janeiro. Para já, é possível vê-lo com
recurso a telescópios, embora já haja relatos de avistamentos só com binóculos.
Considerado o "cometa do
século", o ISON está a ficar cada vez mais brilhante, à medida que se
aproxima do Sol. Os astrónomos prevêem que possa tornar-se o mais luminoso do
século graças à rota que o levará excepcionalmente perto da nossa estrela: a 28
de Novembro deverá ficar a "apenas" 1,16 milhões de quilómetros do
Sol, levando a que o calor - qualquer coisa como 2.760 graus Celsius - vaporize
o corpo gelado do cometa, criando uma cauda de brilho intenso.
Existe ainda a possibilidade de o
calor o destruir, mas os cálculos mais recentes apontam para a sobrevivência do
ISON e consequente espectáculo nocturno.
Oriundo das fronteiras do sistema
solar, o cometa faz hoje a sua maior aproximação ao Sol, que pode também ser a
última.
Vindo dos confins do sistema solar, o
cometa Ison tem hoje(dia 28.11.2013) a sua prova de fogo quando passar a rasar
o Sol, a uma distância "mínima" de pouco mais de um milhão de
quilómetros. Se as altíssimas temperaturas e a força gravitacional do Sol não o
desfizerem em pedaços, o Ison tornar-se-á visível a olho nu nos céus do
hemisfério Norte, a partir de 3 de Dezembro. A ser assim, os astrónomos
prevêem, então, que ele vai proporcionar um espectáculo celeste notável por
alturas do Natal.
Para já, todos os olhares estão hoje postos
na caminhada do Ison, na sua aproximação ao Sol, e a expectativa é enorme.
Sobre o desfecho deste encontro cósmico imediato, quase se fazem se apostas e,
embora nenhum astrónomo se comprometa com ante visões definitivas, a maioria
parece, mesmo assim, pender para as visões mais catastróficas, do ponto de
vista do cometa.
O cometa Ison passa esta quinta-feira próximo
do Sol, um fenómeno que dificilmente será observável a partir da Terra, devido
ao facto de o seu brilho ser ofuscado pelo do "astro-rei".
Ison, que foi avistado pela primeira vez em
Setembro do ano passado por astrónomos russos, é um cometa especial que vem da
nuvem de Oort, uma camada que rodeia todo o Sistema Solar e que, acreditam os
cientistas, é formada pelos restos da nebulosa que deu lugar ao Sol e aos
planetas que o rodeiam, há cerca de 4.600 milhões de anos.
Em declarações à agência Lusa, João Retrê,
director do Departamento de Mediação Científica do Centro de Astronomia e
Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL), referiu que quando o cometa
passar perto do Sol será extremamente difícil de observá-lo a partir da Terra,
mesmo recorrendo a telescópios.
A melhor altura para tentar observar este
cometa será no início de Dezembro, a leste, antes do nascer do Sol. "A
partir da segunda quinzena de Dezembro, o brilho do cometa terá diminuído tanto
que só o conseguiremos observar recorrendo ao auxílio de telescópios ou binóculos",
explicou João Retrê.
Cometa quase
atingiu a Terra nesta terça-feira,22.03.2016, segundo a Nasa
Um cometa passou de “raspão” pela Terra nesta terça-feira. O astro
ficou a apenas 3,5 milhões de Km do nosso planeta, o equivalente a nove vezes a
distância da Lua. Em relação a distância no universo, o cometa passou realmente
muito perto e foi o terceiro cometa mais próximo da história recente.
No entanto,
ele é relativamente pequeno (230 metros de diâmetro) e, por isso, não pôde ser
visto a olho nu. O tamanho do astro se deve ao seu possível desprendimento de
outro cometa, de acordo com a agência especial. "Talvez durante uma
passagem pelo sistema solar ou durante uma aproximação por Júpiter, um pedaço
possa ter se desmembrado do 252P e originado o BA14", comenta a Nasa em um
comunicado.
De acordo com
a revista Exame, a Nasa confirmou que a aproximação do P/2016 BA14 não foi uma
ameaça para a humanidade. “Em vez disso, é uma excelente oportunidade para o
avanço científico no estudo de cometas”.
Perseidas
Todos os anos, tem lugar a meio de
Agosto o pico da chuva de Perseidas, uma chuva de meteoros visível mais
facilmente no hemisfério norte. Já pode começar a preparar-se: este ano, o
evento acontece entre 12 e 13 de Agosto.
Esta chuva de meteoritos é composta
por pedaços do cometa Swift-Tuttle, que está próximo da órbita terrestre. O
campo gravitacional da Terra acaba por atrair alguns desses pedaços, que entram
na atmosfera a uma velocidade que pode chegar aos 59 quilómetros por segundo e
parecem surgir do "interior" da constelação Perseu.
No caso das Perseidas, o pico do
fenómeno vai dar-se entre as 7h30 e as 10h00 de Portugal no dia 13 de Agosto, o
que significa que não será possível assistir. No entanto, na noite de 12 para
13 alguns meteoros serão possíveis de encontrar até ao amanhecer.
A NASA e o Observatório Astronómico de
Lisboa aconselham aos que pretendem assistir à chuva de meteoros que se afastem
das luzes da cidade. O melhor será dirigir-se para um local longe da cidade,
escuro, onde é possível ver o céu sem interferência de luz artificial.
O planeta de Saturno também será
visível durante essa noite. Quanto à chuva de Perseidas, espera-se que no seu
pico surjam mais de 100 meteoros por hora.
Imagens: ESO/S. Guisard.
Gemínidas, chuva de estrelas
Gemínidas e Úrsidas
Também são a última chuva de meteoros do ano.
Também são a última chuva de meteoros do ano.
No último mês a Terra cruza a órbita do
asteroide Faetonte e os "detritos" deixados por este corpo celeste
são os responsáveis pelo enxame de meteoros que decorre anualmente entre 4 e 17
de Dezembro. O fenómeno é denominado de Gemínidas, uma vez que os traços das
estrelas cadentes visíveis no céu parecem sair de um ponto da constelação dos
Gémeos.
Este fenómeno atinge a Terra, com um número
bastante elevado de meteoros, aproximadamente 120 por hora.
É sempre possível ver esta
chuva de meteoros, que é a última (significativa) de cada ano.
A última chuva de estrelas decorre entre 17 a 26 de Dezembro, com o cruzamento da Terra com a
órbita do cometa Tuttle, e resulta na chuva de meteoros das Úrsidas. O
fenómeno é pouco visível, contando apenas com 10 meteoros
por hora.
Descoberto planeta rochoso mais
próximo da Terra
A NASA anunciou esta quinta-feira a
descoberta do planeta rochoso extra solar mais próximo da Terra, mas maior do
que o "planeta azul".
O exo-planeta em causa, chamado HD
219134b, está a 21 anos-luz da Terra, mas órbita muito perto da sua estrela
para albergar vida, refere a agência espacial norte-americana em comunicado.
A 'super Terra' pode ser vista
directamente, mesmo com telescópios, e a sua estrela é observável a olho nu, em
céu escuro, na constelação da Cassiopeia, próximo da estrela polar.
Segundo a mesma nota, o HD 219134b é
também o planeta, fora do Sistema Solar, mais próximo da Terra a ser detectado
em trânsito, a passar em frente da sua estrela, e, por isso, é um corpo celeste
ideal para futuros estudos, nomeadamente para se perceber se tem atmosfera.
Se o HD 219134b tiver atmosfera, a sua
composição química pode imprimir uma 'assinatura' na luz da estrela observada.
"Este exo-planeta será um dos
mais estudados nas próximas décadas", afirmou o investigador Michael
Werner, da NASA.
O planeta foi inicialmente descoberto
com o auxílio do instrumento HARPS do telescópio italiano Galileu, instalado
nas Canárias, Espanha.
Usando o método da velocidade radial
(a velocidade de uma estrela ao longo da linha de vista de um observador), os
astrónomos calcularam que o HD 219134b tem uma massa 4,5 maior do que a Terra e
demora três dias a completar uma volta em torno da sua estrela.
Posteriormente, os astrónomos seguiram
a 'super Terra' com o telescópio espacial Spitzer, da NASA, e detectaram a sua
passagem em frente da sua estrela.
Os dados recolhidos do telescópio, no
registo da radiação infravermelha, revelaram que o tamanho do HD 219134b é 1,6
vezes maior do que a Terra.
Combinando o tamanho e a massa do
exo-planeta, os astrónomos chegaram à sua densidade e confirmaram que se trata
de um planeta rochoso, tal como a Terra. A principal autora da investigação,
Ati Motalebi, astrónoma do Observatório de Genebra, na Suíça, crê que o HD
219134b será o alvo ideal para um estudo, mais detalhado, com o telescópio
espacial James Webb, em construção e cujo funcionamento está previsto para
2018.
O sistema planetário ao qual pertence
este exo-planeta é formado por mais três planetas, mas menos próximos da Terra.
Dois deles são relativamente pequenos e não estão muito longe da sua estrela.
O trabalho, divulgado esta
quinta-feira, foi aceite para publicação na revista Astronomy and Astrophysics.
De acordo com a NASA, o planeta extra
solar mais próximo da Terra, o GJ674b, está a 14,8 anos luz do "planeta
azul", mas a sua composição é desconhecida.
Há uma semana, a agência espacial
norte-americana anunciou que o telescópio Kepler detectou o primeiro
exo-planeta, o Kepler-452b, na 'zona habitável' da órbita de uma estrela
semelhante ao Sol, o que o torna num dos melhores candidatos a albergar vida
extraterrestre.
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