D. João II mandou o navegador Diogo Caão [Cam], seu escudeiro, prosseguir na descoberta de
terras além da latitude 2º Sul, da costa marítima ocidental de África.
A guarnição levava víveres para larga
demora, numerosos artigos para permutar e presentes aos potentados das regiões
africanas a visitar.
Em vez das cruzes de madeira como era
habitual os navegadores dos reinados anteriores costumavam colocar nas terras
descobertas, as caravelas transportavam 2 (dois) padrões de pedra
calcária.
Nesse propósito, partiu do rio Tejo,
Lisboa com duas caravelas, no segundo semestre de 1482, provavelmente no início
do mês de Agosto.
Seguindo a rota traçada ao longo da
costa ocidental africana, fez escala em São Jorge da Mina, Gana.
“A caravela com dois mastros de pano latino, uma coberta e um pequeno castelo de popa, com um só piso, com cerca de 50 tonéis de arqueação. Navio ideal para singrar em mares desconhecidos, pela facilidade com que bolinava (isto é, progredia em ziguezague contra o sentido dominante do vento). A caravela podia navegar junto à costa e entrar em embocaduras de rios: um navio adequado para a exploração marítima.
Foi o maior navio até então empregue nas viagens de descobrimento, representando por isso a vantagem e necessidade de progredir para Sul com uma embarcação capaz de levar os tripulantes até mais longe, combinando uma autonomia adequada com as quantidades marinheiras que as viagens exigiam. A caravela latina de dois mastros protagonizou as viagens de exploração Atlântica até 1488, sem deixar de continuar a ser utilizada depois dessa data em várias circunstâncias“ O estabelecimento da feitoria de S.
Jorge da Mina foi resolvido por D. João II em fins de 1481, sendo
encarregado dessa assaz delicada missão Diogo de Azambuja. Partiu de Lisboa em
Dezembro daquele ano, comandando uma frota constituída por dez caravelas e duas
urcas. Naquelas seguiam quinhentos homens de armas e cem artífices. Nestas os
materiais de construção, já aparelhados, os mantimentos e munições”.
“A frota fundeou a 12 de Janeiro de 1482
defronte ao lugar escolhido para assentamento da feitoria, próximo da Aldeia
das Duas Partes, um pouco além da mina de ouro. A construção dos edifícios
começou imediatamente e prosseguiu com rapidez. Por vezes os indígenas vinham
perturbar o curso dos trabalhos. Diogo de Azambuja, com prudência logrou levar
a obra a bom termo rapidamente,
Após
longa demora em São Jorge da Mina, a guarnição fez-se à vela para Sul,
Dezembro de 1482, rumo às ilhas de São Tomé e Príncipe
Depois
de São Tomé e Príncipe, seguiu a rota da ilha de Ano Bom,
a Sul do ilhéu das Rolas, descoberta por Pero Escobar e João de Santarém a
01 de Janeiro de 1471, outra versão descoberta
por exploradores portugueses sob comando de Fernão do Pó,
a 1 de Janeiro de 1473, outra versão descoberta em 01 de Janeiro de
1484, no retorno da 1ª viagem da guarnição do navegador Diogo Caão [Cam].
Navegou
para Este onde alcançou a costa ocidental africana à latitude 2º
Sul, Cabo Santa Catarina, Gabão, reconhecido em 1474/75
por Lopo Gonçalves e Rui Sequeira no
reinado de D. Afonso V, no dia 25 de Novembro de 1475, evitando deste modo ter
seguido o percurso ao longo da costa marítima, desde o castelo de S.
Jorge da Mina, Gana.
Alcançado o Cabo Stª Catarina, Gabão, retomou a exploração da costa. A guarnição encontrava-se no momento, na presença duma costa totalmente desconhecida para Sul deste cabo.
Está o cabo de Santa Catarina em 1º 52'Sul e 9º17’30” Este; Visto do Norte dá seus ares de ilha, por se despegar muito do continente o arvoredo que o coroa ; representa-se porém talhado a prumo, a quem o avista do Sul. Por entre as vizinhanças do cabo de Santa Catarina e as do rio de Cama se dilata um baixo de areia e pedra, que se aparta obra de duas milhas da costa, e floreia muito; para Oeste dele se pruma em 13 metros. Passado o cabo parece montanhoso o terreno por se empolarem nele várias colinas; nada consta porém ao certo, por não ter sido ainda visitado, e só se pôde afirmar que já não é alagadiço ; de espaço a espaço se mostram abertas, por onde se vêem terras como que amanhadas. Corre a beira-mar coisa de 63 milhas para SE3/4S. entre o cabo de Santa Catarina e a ponta das Pedras: é toda baixa, com praia estreita de areia por sítios, e arvoredo por outros e dele partem suas pontinhas, a mais bojante das quais fica perto da foz do rio de Sesta.
O método de navegação, se era vantajoso
por permitir um meticuloso conhecimento da costa, não era isento de graves
dificuldades, estavam a navegar contra correntes e ventos contrários!
Duarte Pacheco mais tarde ainda aconselhava, “sabendo pouco a pouco o que nella hia, a asy suas
Rootas e conhecenças, e cada província de que gente era, pela verdadeiramente
saberem ho luguar em que estauam, por onde podiam seer certos da terra que hiam
buscar” [Esmeraldo de situ orbis].
Seguindo para Sul, depois do cabo
Santa Catarina, Gabão, a guarnição reconheceu sucessivamente:
“angra “, Sette
Cama, Gabão
– 2º 30’ latitude Sul [mapa de Cristóforo Soligo1485/86].
“aguada“, baía
da Mayumba, Gabão
– 3º 22’ latitude Sul [mapa de Cristóforo Soligo 1485/86].
"Serra de Sam Sprit" -Basse-Banio Gabão 3°25'45.0" Lat.
Sul, 10°41'17.7" Long. Este [mapa de Pedro Reinel 1485 e planisfério dito de
Cantino 1502]
“as duas
montas”, Mamas de Banda, Gabão – 3º 47´latitude Sul [mapa de Cristóforo Soligo 1485/86].
Esmeraldo de Situ Orbis de 1502 – Duarte Pacheco Pereira:
"Adiante do cabo Santa
Catarina são achadas umas barreiras vermelhas sobre o nível do mar as
quais distam uma légua mais ou menos. Ao longo da ribeira são razoavelmente
altas e jazem do dito cabo Santa Catarina noroeste
e sueste e toma a quarta de este e oeste e a vinte léguas na rota e estas se
apartam em latitude da linha equinocial contra o pólo antárctico cinco graus e
desta terra é de muito arvoredo e povoados e ali há nela muitos elefantes e
outros muitos animais de diversas espécies".
"Doze léguas além das ditas barreiras
vermelhas são achadas duas grandes moitas sobre o
nível do mar que é mais alto o seu arvoredo que todo o outro e ao longo da
ribeira tudo é praia e costa brava e esta terra não é alta nem muito menos é
baixa senão num meio razoado e jazem as ditas barreiras vermelhas com
estas moitas noroeste e sudeste e tem as ditas doze léguas
como dito é".
“apraia
fremoxa”, Luango, Brazaville]
– 4º 38’ latitude Sul [mapa de Cristóforo Soligo 1485/86]. "praia formosa "[
mapa de Pedro Reinel 1485],
"angra do Judiu", Loango Congo 4°39'32.5" Lat. Sul, 11°48'18.2" Long. Este [ mapa ude Pedro Reinel 1485] golfo del judeo, Martellus,
Henricus Germanus- Insularium Illustratu, de 1489
“barrocas dos Favais ”, [Diosso- Loango,Ponta Negra – Brazaville].’ 4°37'39.5" latitude
Sul 11°50'11.9" longitude Este [
planisfério dito de Cantino 1502].
«..multidão de pessoas do Soyo, vendo a novidade dos navios, sem saber que coisa aquilo era, começam a gritar com sinais de admiração, amindele, amindele, igual a mudele, branco na significação actual, naquele tempo, amindele significava coisas, como baleias, que vêm do mar..»
Embora não estabelecesse contactos com a rainha “Malele kya Nsi”, o navegador foi aconselhado a ir ao encontro do “Manisoyo”, Ndom Malele kya Nsi, chefe e soberano local, representante do rei do Congo, à praça de M’ Pinda, 10 km da ponta do Padrão.
Estabelecida a certeza da existência do potentado, em obediência às instruções recebidas do próprio D. João II, que lhe mandou proceder de forma a ganhar a confiança dos povos que encontrasse, a abraçar o cristianismo, escolheu 2 portugueses idóneos para levarem ao imperador um presente, de muitas coisas variadas umas das outras.
N'Zeto, Ambrizete |
Feita aguada no rio Bengo atingiu a ilha de Luanda povoada de pescadores, a que chamou ”Ilha das Cabras”
"ilha das Cabras" [ilha de Luanda] latitude 9º Sul latitude Sul Esmeraldo de Situ Orbis de 1502- Duarte Pacheco Pereira, G..do mestre, [baía de Luanda], Planisfério dito de Cantino 1502
“Jaz a Ponta das Camboas e a Ponta de São Lourenço norte e sul e tem vinte léguas na rota e esta terra toda é muito baixa e não é de tanto arvoredo como atrás fica”.
Mais para Sul ainda desagua o rio das Palmas, e quase defronte do monte Redondo, e em 14º 45' Sul, e 21º 47’ Este, sai a ponta de Santa Gertrudes, meridional de Obaba (Baba, por corrupção, e também chamada por alguns baía do Meio ou das Moscas), que é barreira baixa; ao Norte dela se prolonga praia de areia com seus médãos, e para o sertão se levanta terra grossa e clara. Tem Obaba feitorias de pesca, e ancoradouro muito desamparado, em 13 ou 15 metros, a coisa de amarra da praia; pouco mais fora se acham 30, 80, e depois 100 metros de fundo. Cerca de 6 milhas para Sul do monte do Velho corre quase paralela à costa, à distância de uns 400 a 600 metros, uma fiada de rochas, cuja mais alta tem 3 metros acima do nível do mar. Ergue-se o monte Redondo, que do feitio tira o nome, e que já por vezes tem sido confundido com o do Velho, pouco para Norte da altura de Obaba. Este e outros de menos vulto, e que lhe ficam vizinhos, se chamam Mesas Grandes.
Divide a ponta de Santa Gertrudes a praia de Obaba da baía do Mucuio (ou da Tartaruga), que é aberta para Noroeste, mas onde há bom e abrigado surgidouro a sotavento da ponta Sudoeste, que fica a umas 6 milhas da precedente, em 14º50'Sul e é rasa, areienta e escura. Distingue bem a ponta Sudoeste. da baía do Mucuio quem a ver do Sul. por se despegar então da costa ; dificilmente porém a percebe quem for do Norte, porque vista dali se confunde com a costa de Este, que é quase da mesma altura. Conquanto inspirem seu receio várias pedras que há junto à raiz da ponta Sudoeste do Mucuio, podem-na montar de perto por não deitar restinga. Há fundeadouro dentro da baía em 26, 29 ou 32 metros.
Outra baía, extensa mas muito aberta, a das Pipas (assim denominada porque em 1842 queimou a estação naval portuguesa grande cópia de pipas destinadas a embarque em navio negreiro, e que estavam armazenadas ali, fica em 14º 28’ Sul, umas 9 milhas para Sul do Mucuio. É mais pequena que esta, e tem bom ancoradouro em 19 ou 24 metros. Termina esta baia da banda do Sul em ponta esbranquiçada e cortada a pique direito ao mar, no focinho da qual se levanta o Gigante rochedo que faz de longe como sendo um navio de panos largos. Segue-se à baía das Pipas a semi-circular baía das Tartarugas, sita em 15" 4', moldada de morros chatos por cima. escuros e raiados de veios claros, que todos parecem convergir para o mesmo sitio e abrem por cima. Tem fundeadouro em 38 metros, e muito pescado.
Mais para Sul se divisa, em 15° 7', o chamado Portal ou Quebrada, do Girahulo {ou Giraúl), que é uma aberta nas barreiras, por onde sai no tempo das chuvas o río Girahúlo, ou Quenina. Depois vem a ponta do Girahúlo (cabo Euspa), extremo setentrional da baía de Moçâmedes. ou angra do Negro. Só por grandes chuvas é que desagua no mar o GirahúJo, cujo leito corre por entre vastos plantios. Perto de suas margens se levantam grandes morros escuros quase todos graníticos; tem nas vizinhanças minas de cobre e matas de madeiras de construcç3o. Nasce na serra de Chela.
A Ponta Redonda do Farol Giraúl, extremo setentrional da baía de Moçâmedes, ou baía do Namibe , também conhecida por Pontal Norte, encontra-se o Farol de sinalização marítima.
A uma distância de 7,7 Km separa esta ponta, da foz onde desagua o rio Giraúl a Norte.
A Ponta Redonda do Farol Giraúl, é rasa, pouco saída, muito escura e cortada a pique, com 36 m de fundo de pedra. Segue dali a beira mar para SE, obra de 800 metros = 0,5 milhas, até à Ponta Redonda. Desta ponta, declina a beira-mar para NE e NNE até ao porto Mineiro, numa extensão de 2,5 Km.
Da ponta Redonda do Giraúl ao potro Mineiro, a beira-mar é alta, íngreme, pedrada, negra e pontiaguda.
No porto Mineiro , uma inflexão da beira-mar para Sul, diferencia-se da ponta redonda do Giraúl, por ser baixa, até à foz do rio Béro, numa extensão de 5 Km se abre a baía do Saco do Giraúl, formando uma enseada de praia arenosa.
Um espesso manto de nevoeiro retirou toda a visibilidade da baía e região envolvente, dificultando deste modo a navegação prosseguir a sua rota.
Depois da latitude 2º Sul, o registo sucessivo de;
Divide a ponta de Santa Gertrudes a praia de Obaba da baia do Mucuio (ou da Tartaruga), que é aberta para NO., mas onde há bom e abrigado surgidouro a sotavento da ponta SO., que fica a umas 6 milhas da precedente, em 14º50'Sul e é casa, areienta e escura.
Distingue bem a ponta SO. da baía do Mucuio quem a vir do Sul por se despegar então da costa ; dificilmente porém a percebe quem torna do Norte, porque vista dali se confunde com a costa de Este, que é quase da mesma altura.
Conquanto inspirem seu receio várias pedras que há junto à da ponta SO. do Mucuio, podem-na montar de perto por não deitar restinga. Há fundeadouro dentro da baía em 26, 29 e 32 metros.
Fenece esta baía da banda do S. em ponta esbranquiçada e cortada a pique direito ao mar, no focinho da qual se levanta o Gigante rochedo que faz de longe um como navio de panos largos.
Segue-se à baía das Pipas a semicircular baia das Tartarugas, sita em 15" 4', moldada de morros chatos por cima. escuros e raiados de veios claros, que todos parecem convergir para o mesmo sitio e abrem por cima. Tem fundeadouro em 38 metros, e muito pescado
farol da ponta redonda do Giraúl
Finalmente, a delimitação de um cabo
redondo extremo Sul da mapa, a Ponta
Redonda do Farol do Giraúl à
latitude 15º 08' Sul,
Depois vem a ponta do Giraúl (cabo Euspa), extremo setentrional da baia de Moçâmedes. ou angra do Negro, corre para Leste 0,8 Km e Nordeste 2,5 Km, . Da ponta do farol ao porto saco mineiro a orla marítima tem 3,3 Km.
baía de Moçâmedes, no horizonte o farol da Ponta Redonda do Farol do Giraúl, vista da ponta Grossa, Pau ou de Noronha.
A guarnição entrou numa larga baía, baía de Moçâmedes - Namibe, sem dar por isso!
costa marítima da foz do rio Catumbela à
ponta redonda do farol do Giraúl, baía de Moçâmedes, Namibe
O extremo Sul do mapa de Soligo, está assinalado um cabo redondo (12), o traçado da orla marítima depois do cabo define, uma linha na direcção do ponto cardeal Nordeste e desaparece!
O cabo redondo desenhado, corresponde ao actual Ponta Redonda do Farol do Giraúl, da baía de Moçâmedes, Namibe, Angola..
A Ponta Redonda do Farol Giraúl, extremo setentrional da baía de Moçâmedes, ou baía do Namibe , também conhecida por Pontal Norte, encontra-se o Farol de sinalização marítima.
A uma distância de 7,7 Km separa esta
ponta, da foz onde desagua o rio Giraúl a Norte.
A Ponta Redonda do Farol Giraúl está à latitude 15º 18' 82" Sul e longitude 12º 06' 56" Este. É rasa, pouco saída, muito escura e cortada a pique, com 36 m de fundo de pedra. Segue dali a beira mar para Sudeste, obra de 800 metros = 0,5 milhas, até à Ponta Redonda.
Desta ponta, declina a beira-mar para Nordeste e Nor-Nordeste até ao porto Mineiro do Saco do Giraúl, numa extensão de 2,5 Km.
Da ponta Redonda do Giraúl ao porto Mineiro, a beira-mar é alta, íngreme, pedrada, negra e pontiaguda.
No porto Mineiro , uma inflexão da beira-mar para Sul, diferencia-se da ponta redonda do Giraúl, por ser baixa, até à foz do rio Béro, numa extensão de 5 Km se abre a baía do Saco do Giraúl, formando uma enseada de praia arenosa.
recorte da costa marítima da foz do rio Catumbela à ponta redonda do farol do Giraúl, baía de Moçâmedes, Namibe mapa de Cristóforo Soligo
ver foto seguinte da baía de Moçâmedes, Namibe
Notar o espesso manto nevoeiro envolvente! Posição (a) ………ponto referencial das caravelas vindas no sentido Norte/Sul. Posição (b)……….aproximação à baía do Saco, porto mineiro. Ponto ( c ) …….....setas indicativas da corrente fria de Benguela, sentido oposto aos ponteiro do relógio, isto é Sul/Norte. Ponto (1) …………Ponta Redonda do Farol do Giraul, onde se localiza o farol de sinalização marítima. Ponto (2)………... Ponta Grossa ou de Noronha. Ponto (3) ………...Confluência ou inflexão costa marítima, no porto mineiro do Saco do Giraúl.
foto
satélite da baía de Moçâmedes, Namibe
A guarnição dobrou a actual Ponta Redonda do Farol do Giraúl, da baía de Moçâmedes – Namibe – Angola.(1) e bordejou a orla marítima pouco mais de 1 Km .
Da ponta onde se encontra o farol de sinalização marítima, ao porto mineiro
do Giraul, são 3,3 Km.
A orla marítima a partir do porto
mineiro do Saco do Giraúl (3),
faz uma inflexão abrupta.
Segue para Sudeste, Sul, Oeste e
Noroeste, até à Ponta Grossa ou Noronha (2),
formando a baía de Moçâmedes.
Do farol da Ponta Redonda
do Giraúl, à ponta Grossa ou Noronha, são 15
Km aproximados.
Porque motivo, a guarnição nesta 1ª viagem de exploração marítima, não avistou o ponto de inflexão (3), da costa da baía de Moçâmedes, bem como toda a extensão da beira-mar passando pelo pela foz do rio Bero , baía do Saco Sul até à ponta de Grossa !?!:
ponta redonda do farol Giraúl, baía de Moçâmedes, Namibe
vista da baía de Moçâmedes - foto obtida
da ponta redonda do farol Giraúl no horizonte a ponta Grossa ou Noronha,
junto ao cais do porto marítimo
À vista dos rochedos altos e pontiagudos da Ponta Redonda do Farol do Giraúl (1), para Leste 1 km, e para Nordeste 2 km, aproximação à posição (b) .
Na posição (b) , não avistou o ponto de inflexão (3), confluência da extracção do minério e porto mineiro do Saco Giraúl, bem como a extensão da orla marítima que passa pela foz do rio Bero, da cidade de Moçâmedes, Namibe, do Saco Sul, do Porto Cais e Ponta Grossa, Pau ou Noronha(2), formando a baía de Moçâmedes, devido ao espesso manto de nevoeiro cerrado que na altura se fazia sentir.
A carta ou mapa de Cristóforo Soligo de 1485/86, mostra inequivocamente o desenho dum cabo extremo, e a continuidade da linha da costa no sentido do Nordeste num limite claramente definido!
ponte de inflexão vista para Norte e para Sul da baía de Moçâmedes, Namibe, foto obtida do porto mineiro e aérea do saco Giraúl
Não se vê qualquer sinal de inversão do
traçado da orla marítima para Sul ou Sudeste, o que indicia a nossa teoria
descrita.
Não obstante as condições climatéricas de instabilidade, acresce o facto da
guarnição se encontrar num mar incógnito, vulnerável e desconhecido.
Não iria arriscar, a navegação
pelo nevoeiro por tempo indeterminado.
Uma vez que, os navios não podiam avançar, a guarnição viu-se constrangida a
retroceder.
Dando meia volta à posição ponto (b) , quatro quartas para estibordo [ lado direito
das embarcações], efectuou uma manobra de 180 graus, retomando a navegação de
velas a todo o pano em direcção a Oeste, posição (a) , a
fim de se fazer ao mar oceano.
De ventos de feição e da corrente
marítima vinda do Sul, zarpou a Norte, deixando para trás o tempo
nebuloso.
Encontrada a latitude do cabo, 15º” 8’
Sul, verificou corresponder à aproximação do “Promontório Prassum”
do mapa de “Fra Mauro”, extremo Sul de África, onde começava o golfo arábico.
Iludida pela descoberta do extremo Sul
do continente africano, a guarnição ficou animada!
As portas do oceano Índico estavam
definitivamente abertas?...
O regresso ao reino, passando pelo rio
Zaire para recuperar os dois emissários que antes os enviara ao
Manicongo, que em lugar deles trouxe 4 africanos, terminou seis meses depois no
pátrio Tejo, princípios de Abril de 1484.
A aproximação ao promontório Prassum do
Mapa de Fra Mauro foi anunciada ao rei D. João II de Portugal.
O monarca português encheu-se de contentamento e alegria.
A certeza desse convencimento está
patente na oração de obediência ao Papa, proferida por Fernandes Lucena no dia
11 de Dezembro de 1485:
“os
portugueses estão a alguns dias de viagem de explorar o Golfo arábico, onde
reinos e povos que habitam a Ásia, mal conhecidos de nós por notícias muito
incertas, praticam escrupulosamente a fé santíssima do Salvador, efectivamente,
descoberta já uma parte enormíssima da costa africana, chegaram os nossos no
ano passado até perto do Promontório Prassum “.
Dear sir
ResponderEliminarmy name is Martino Sacchi. Your work about Diogo Cao is really interesting. I'm writing a book abok Age of Discoveries, and your ideas help me. I've a question: is it possibile to see Spitzkuppe from Ponta do Faralhones? And where is exactely Dias' Angra das Voltas?
My mail address is: martino.sacchi@libero.it
Than you
Martino sacchi
Um magnífico e raríssimo documento que merecer ser bem divulgado especialmente pelos nossos jovens.
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