quinta-feira, 8 de maio de 2014

" Fernão Magalhães, a primeira viagem à volta do mundo e seu piloto João de Lisboa... ?!"


Fernão de Magalhães
A primeira viagem à volta do mundo contada pelos que nela participaram sobre a viagem de Magalhães e de Elcano são conhecidos relatos escritos por tripulantes que viveram a grande aventura, o mais divulgado dos quais é do italiano António de Pigafetta.
A viagem à volta do mundo., pelo cavaleiro ANTÓNIO PIGAFETTA gentil-homem da vivência
Partida de Sevilha até à saída do estreito de Magalhães

A frota era formada pelo San António, de 120 toneladas com cerca de 50 homens, o Trinidad, 110 toneladas 60 homens, o Concepción, de 90 toneladas 40 homens, o  Victoria, 85 toneladas de 40 homens e Santiago 75 toneladas 30 homens. A tonelagem na altura estimava-se segundo o número de tonéis ou barris de madeira para vinho que o navio carregasse. Por isso, cada tonel media 40 pés cúbicos, assim um navio de 120 toneladas, tal como o San António, teria uma estimativa actual de 145 toneladas.
Os capitães dos outros 4 navios que estariam sob o comando de Fernão Magalhães eram seus inimigos, pela única razão deles serem espanhóis, ao passo que ele Magalhães era português.
Foi anunciada a partida de Sevilha, numa segunda feira de manhã, no dia de São Lourenço, a 10 de Agosto de 1519 com uma descarga de artilharia, e largada a vela do traquete. Desceram o Bétis, passando por Coria até à ponte do Gualdalquivir, passando perto de S. João de Alfareche. Segundo Pigafetta, havia 237 homens a bordo dos cinco navios
Numa terça feira a 20 de  Setembro de 1519, a frota partiu de São Lucar de Barrameda, o porto marítimo de Sevilha, navegando para Sudoeste, a 26 de Setembro chegaram a uma hora das ilhas Canárias chamada Tenerife, situada a 28º à latitude Norte.
Deteve-se a armada 3 dias num local apropriado, para aprovisionamento de água e lenha. De seguida entraram  num porto chamado Monte Roxo, onde passaram dois dias.
Houve um episódio singular nesta ilha, dizem que nunca chove, e que não existe fonte, nem rio, mas que cresce uma árvore cujas folhas destilam continuadamente gotas de excelente água, a qual se abasteceram.
2ª feira, dia 3 de Outubro de 1519, fizeram-se à vela rumo ao Sul.
Passaram pelas ilhas de Cabo Verde, situadas 14º 13'   de latitude Norte.
Após terem navegado muitos dias ao longo da costa da Guiné, chegaram a 8º de latitude Norte.
Tiveram ali ventos contrários, mar calmo e chuva até à linha equinocial. O tempo chuvoso durou 60 dias, contra a opinião dos antigos.
Aos 14º de latitude Norte sofreram muitas rajadas de impetuosos ventos, que, com as correntes, os impediram de avançar. Ao aproximar as rajadas tinham o cuidado de amainar as velas e punham os navios de través até o vento cessar.
Durante aqueles dias calmos e serenos, aproximaram-se dos navios, uns peixes grandes a que chamaram tubarões, que nadavam perto dos navios, com dentes terríveis e se alguém apanhassem por desgraça devoravam-no.
Viram frequentemente, durante as tempestades o "corpo-santo", isto é, "santelmo".
Numa noite muito escura apareceu como uma bela tocha na ponta do mastro grande, onde flamejou pelo espaço de duas horas. o que no meio da tempestade, foi uma grande consolação
Ao desaparecer projectou uma labareda tão grande que deixou toda a gente cegos. Julgaram-se perdidos, mas o vento cessou naquele instante.
Viram aves de muitas espécies, Umas pareciam não ter rabo; outras não fazem ninho porque não têm patas, a fêmea põe e choca os ovos nas costas do macho, no meio do mar.
Há, ainda outras que lhes chamam "cagaselas", que se alimentam dos excrementos de outras aves. Muitas vezes uma destas aves perseguia outra insistentemente, até, por fim, a outra expeliu um excremento, sobre que se arrojou avidamente. Peixes voadores e outros peixes apinhados em tão grande quantidade que pareciam formar um banco no mar..
Como habitual depois de passar a linha equinocial, ao aproximar-se do Pólo Antárctico, perderam de vista a Estrela Polar. Seguiram entre o Sul e Sudoeste e meteram proa à terra do Brasil. Avistaram pela primeira vez a costa do Brasil, perto de Pernambuco, a 29 de Novembro. Desembarcaram a 13 de Dezembro, em 23º  30' de latitude Sul, provavelmente onde viria a ser o Rio de Janeiro.. Pigafetta conta que aí se abasteceram copiosamente de aves domésticas, batatas doces, pinhas muito doces, carne de tapir, cana de açúcar e outros alimentos.
Por um anzol, ou faca trocavam por cinco ou seis galinhas, por um pente dois gansos, por um espelho ou tesouras, peixe suficiente para dez pessoas; por guizos ou uma cinta um cesto de batatas, por cartas de jogar , um rei seis galinhas......continua.....


A nau Victória completa a primeira volta ao mundo

fonte:

No dia 6 de Setembro 1522, a nau Victoria, o derradeiro navio na armada de Fernão de Magalhães e o primeiro a dar uma volta completa ao mundo, chegou ao porto de San Lúcar de Barrameda.
O cronista Antonio Pigafetta registou o momento no seu diário, com as palavras seguintes: “graças à Providência, entrámos sábado, 6 de Setembro, na baía de San Lúcar, e dos 60 homens que compunham a tripulação quando saímos das ilhas Molucas, não restavam mais que 18, a maior parte doentes. (…) Desde a nossa saída da baía de San Lúcar até ao regresso, calculo que tenhamos percorrido mais de 14460 léguas, dando a completa volta ao mundo, navegando sempre de Oriente para Ocidente”.
Chegava assim ao fim a maior viagem marítima alguma vez realizada e que durou praticamente três anos. Dos 234 homens que compunham as tripulações da armada inicial, apenas completaram toda a volta ao mundo 18, conforme relata o cronista.
A viagem de regresso foi capitaneada por Sebastián Elcano, porque Magalhães, entretanto, ficou pelo caminho…

Porque não chegou Magalhães ao fim da viagem?
Fernão de Magalhães foi o homem que planeou a viagem e concebeu o projecto de circum-navegação do globo, mas morreu numa escaramuça nas Filipinas, em 26 de Abril de 1521. Após a sua morte, os espanhóis chegaram finalmente às ilhas Molucas, que eram o objectivo principal da expedição, mas a armada dividiu-se.
A outra nau, a Trinidad, tentou regressar à Europa pela via do Pacífico, mas acabou por se perder e apenas cinco dos seus homens sobreviveram. Sebastián Elcano, pelo contrário, decidiu completar a viagem no sentido oposto.
Das Molucas passou a Timor e daí iniciou a longa viagem de regresso pela via do Cabo da Boa Esperança, que durou cerca de sete meses. Apenas fez uma escala na ilha de Santiago, em Cabo Verde, para abastecimento de alimentos e água.
Os espanhóis mentiram aos portugueses da terra, dizendo que vinham da América e não da Ásia, o que inicialmente foi aceite mas acabou por ser descoberto e por levar à captura de parte da tripulação. Estes 12 prisioneiros foram posteriormente transportados para Lisboa e libertados ao fim de algumas semanas.

Que aconteceu depois da chegada da nau Victoria? 
Depois da chegada a San Lúcar de Barrameda, o navio prosseguiu rapidamente para Sevilha, onde os homens desembarcaram finalmente em terra. Foram posteriormente sujeitos a interrogatório pelas autoridades, para apuramento dos eventos e das responsabilidades da viagem.
Sebastián Elcano foi recebido pelo rei de Espanha e foi devidamente recompensado com uma tença e um escudo de armas com a esfera do mundo. A primeira viagem à volta do mundo foi rapidamente divulgada e reconhecida como um enorme feito de navegação.
Portugal e Espanha iniciaram negociações para regular o acesso às Molucas, que ficou definido pelo Tratado de Saragoça, e os espanhóis tentaram repetidamente criar uma ligação regular entre a América e a Ásia, o que só conseguiram muito mais tarde, já na década de 1560.
Quanto ao principal responsável pela façanha, o português Fernão de Magalhães, só muito lentamente lhe foi reconhecido o devido mérito, mas hoje ocupa o devido lugar na história das navegações e do descobrimento do mundo.

João de Lisboa, piloto de Magalhães


De acordo com o historiador brasileiro Francisco Adolfo Varnhagen (1816-78, visconde de Porto Seguro):no Tratado ou Livro de Marinharia de João de Lisboa, há um detalhe muito importante, que a todos tem passado despercebido sobre o “Estreito de Magalhães

Francisco Varnhagen
A certa altura, sobre a viagem de Magalhães, Varnhagen começa por notar que o navegador tentou mudar o nome do Rio de Janeiro, para Baía de Santa Luzia... facto de menor importância, mas que ilustra bem os objectivos da viagem de Magalhães, uma renomeação dos vários pontos geográficos conhecidos.:
Fernão de Magalhães, em vão quis mudar para baía de Santa Luzia o nome do golfo, em que aportou no dia do orago daquela santa (12 De Dezembro 1519), ao qual os primeiros navegantes chamaram sempre de Rio de Janeiro.
O navegador portuense tem reservadas para si páginas muito brilhantes na história das navegações em torno do globo, levou avante o preço da própria vida, miseravelmente mal amado, quando se tratava dum tão grande homem e de tão grande feito, apelidado de traidor pelo rei dum país que não o ajudou em nada. 
Magalhães tinha como seu piloto João de Lisboa, este já tinha estado no Brasil.
Escreveu um livro sobre marinharia, cujo aparecimento  se tornou primordial importância para a história geográfica.
O aparecimento do Tratado de Marinharia seria de transcendente importância... apesar de nunca ter sido dado como perdido! A diferença é que à data de Vernhagen nunca teria nenhuma publicação". No momento apesar de estar acessível na net, continua como se estivesse fechado num cofre muito seguro, ou perdido para sempre.  Por outro lado muito que se fale da velocidade de propagação da informação via net, ...só funciona se tivesse um circuito lubrificado que estimulasse o boato. ,há pelo menos uma ano 2015 que se tem mantido esta informação acessível, certamente chegou a centenas de pessoas, mas não tem tido os efeitos desejados e quem sabe nunca terá!
O interesse das pessoas é canalizado para assuntos de outra natureza, em boa fé a sociedade cresceu mas há muito que tem os seus valores definidos. Desconhece-se como a história pode influenciar definitivamente a actualidade... no fundo, não larga o conforto maternal das certezas!
É certo que os mapas de João de Lisboa, que têm o nome do Estreito de Magalhães, foram elaborados em 1514, anteriores à viagem de 1519 de Fernão de Magalhães. Como pode isto ser possível da datação do livro “ Tratado da Marinharia” de João de Lisboa, ser de 1514 e por cima do traçado do Estreito aparecer o nome de “Estreito de Magalhães?!
 A "Cola do Dragão" foi assim representada antes da viagem oficial, conforme já dissera António Galvão...  Sendo João de Lisboa piloto de Magalhães, resultam ainda outros coisas assuntos misteriosa e põe em causa a datação da sua morte.
João de Lisboa não consta na lista de 18 sobreviventes da viagem de circum-navegação à chegada a Espanha da nau Sebastião Delcano.
A história contada por Magalhães a Pigaffeta sobre um eventual mapa de Martin Behaim ganha contornos de simples despiste ao cronista, mas no fundo também poderá não ser despiste nenhum, uma vez que já havia conhecimento da costa ocidental da América do Sul, no oceano pacífico navegado antes de 1507 , como pode ser comprovado pelo mapa de Waldseemuller elaborado em 1507.
Pedro e Jorge Reinel ajudaram também Fernão de Magalhães com diversos mapas.
Na viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães levava consigo João de Lisboa como piloto da nau capitânia, que no livro do “tratado da Marinharia” feito por si, desenhou 5 anos antes 1514 um mapa com o respectivo Estreito, com ligação do oceano Atlântico para o oceano Pacífico!.

1514 João de Lisboa
Para que tudo passasse despercebido a inscrição “estreito dos Magalhães” sobreposta no traçado do canal do mapa de João de Lisboa aparece após a conclusão da viagem de circum -navegação da chegada a Espanha por Sebastião Delcano. O mesmo é dizer que não bate a cara com a careta!  
1514 João de Lisboa
O facto de estar escrito "estreito dos Magalhãis" dá logo a a entender que foi posteriormente incluído.
Alguns dos nomes do mapa são coincidentes: (São Julião... Puerto de San Julian, Baía de São Matias... Golfo de São Matias, Rio da Cruz... Rio de Santa Cruz), sendo que a maioria dos nomes, dum modo geral não correspondem, bem como os contornos da orla marítima duma linha de costa oriental Sul Americana não são fiáveis.
Um dos nomes não coincidente, é o singular o Cabo dos Trabalhos.
A expressão "cabo dos trabalhos" tem outra conotação com a empresa!
A morte de João de Lisboa em 1525 torna-se assim num enigma!
Vernhagen acabou por dizer que em 1535 o piloto era morto, pois nessa data, Heitor de Coimbra pedia ao rei de Portugal o lugar de "piloto mor do Reino", que pertencia a João de Lisboa.
Apesar do seu nome não constar no desembarque efectuado por Sebastian Elcano, não está posto de lado que João de Lisboa tenha desembarcado num qualquer outro ponto do império português, (afinal a nau capitania Trinidad acabaria por ser capturada nas Molucas pelos portugueses).
Apesar de estar o serviço da empreitada espanhola, continuaria como "piloto mor do reino" de Portugal?
O registo histórico é suficientemente estranho, claro é demonstrar que a viagem de Magalhães acabou por servir apenas a uma formalidade acordada pela ajuda recíproca entre os reis D. Manuel I a Carlos V, para consumar a partilha dos hemisférios.
“A navegação de Magalhães, em relação à historia do Brasil, interessa apenas pelo facto da conquista das Molucas, e faz descobrir as primeiras dúvidas na inteligência dos pontos questionáveis do tratado de Tordesilhas, pontos esses que a história hoje elucida; mas que em direito na altura dos factos nunca se chegaram a aclarar.
Esta aventura conjunta, consentida, pelas duas corroas teve profundas consequências na demarcação do anti-meridiano.
A obstinação de D. Sebastião em recusar a união com com a filha da casa de Filipe II, ofereceu aos monarcas espanhóis a tomada de assalto do trono Português, que teve consequências muito gravosas para Portugal. 


Fernão de Magalhães (Ponte da Barca c.1480, Portugal, - 27 de Abril de 1521, Filipinas)

Fernão de Magalhães (Ponte da Barca c.1480, Portugal, - 27 de Abril de 1521, Filipinas) foi um navegador português que, ao serviço do rei de Espanha, planeou e comandou a expedição marítima que efectuou a primeira viagem de circum-navegação ao globo. 
Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo Sul do continente Americano, a atravessar o estreito hoje conhecido como Estreito de Magalhães e a cruzar o Oceano Pacífico, que baptizou. 
Fernão de Magalhães foi morto em batalha na ilha de Cebu, nas Filipinas no curso da expedição, posteriormente chefiada por Juan Sebastián Elcano até ao regresso em 1522. Fernão de Magalhães era filho de Rui de Magalhães e Alda de Mesquita, irmão de Duarte de Sousa, Diogo de Sousa, Isabel Magalhães e de Leonor de Magalhães, (da nobre Casa do Paço Vedro de Magalhães, Ponte da Barca). Após a morte de seus pais, aos dez anos, Magalhães tornou-se pajem da corte da Rainha D. Leonor, consorte de D. João II.
Casou com Beatriz Barbosa e teve dois filhos: Rodrigo de Magalhães e Carlos de Magalhães, ambos falecidos jovens.
Em Março de 1505, com 25 anos, alistou-se na Armada da Índia, enviada para instalar D. Francisco de Almeida como primeiro vice-rei da Índia.
Embora o seu nome não figure nas crónicas, sabe-se que ali permaneceu oito anos, e que esteve em Goa, Cochim e Quíloa.
Participou em várias batalhas, incluindo a batalha naval de Cananor em 1506, onde foi ferido.
Em 1509 partiu com Diogo Lopes de Sequeira na primeira embaixada a Malaca, onde seguia também Francisco Serrão, seu amigo e possivelmente primo.
Chegados a Malaca em Setembro, foram vítimas duma conspiração e a expedição terminou em fuga, na qual Magalhães teve um papel crucial avisando Sequeira e salvando Francisco Serrão que havia desembarcado. Para trás ficaram dezanove prisioneiros. A sua actuação valeu-lhe honras e uma promoção.
Ao serviço do novo governador, D. Afonso de Albuquerque, participou na conquista de Malaca em 1511. Após a conquista da cidade Magalhães promovido, com um rico saque e na companhia de um escravo malaio, regressou.
 As cartas do seu amigo Serrão, que tinha ficado como embaixador nas ilhas Molucas, para Magalhães seriam decisivas, pois dele obteve informações quanto à situação dos lugares produtores de especiarias. Fernão de Magalhães, após se ausentar sem permissão, perdeu influência.
Em serviço em Azamor (Marrocos) foi depois acusado de comércio ilegal com os mouros, com várias das acusações comprovadas cessaram as ofertas de emprego a partir de 15 de Maio de 1514.
Mais tarde, em 1515, surgiu uma oferta para membro da tripulação de um navio, mas Magalhães rejeitou-a.
Em Lisboa dedicou-se a estudar as mais recentes cartas, investigando uma passagem para o pacífico pelo Atlântico Sul e a possibilidade de as Molucas estarem na zona de Tordesilhas espanhola, em parceria com o cosmógrafo Rui Faleiro.
Em 1517 foi a Sevilha com Rui Faleiro, tendo encontrado no feitor da "Casa de la Contratación" da cidade um adepto do projecto que entretanto concebera: dar a Espanha a possibilidade de atingir as Molucas pelo Ocidente, por mares não reservados aos portugueses no Tratado de Tordesilhas e, além disso, segundo Faleiro, provar que as ilhas das especiarias se situavam no hemisfério castelhano.
Com a influência do bispo de Burgos conseguiram a aprovação do projecto por parte de Carlos V, e começaram os morosos preparativos para a viagem, cheios de incidentes; o cartógrafo de origem portuguesa Diogo Ribeiro que começara a trabalhar para Espanha em 1518, na Casa de Contratación em Sevilha participou no desenvolvimento dos mapas utilizados na viagem.
Depois da ruptura com Rui Faleiro, Magalhães continuou a aparelhagem dos cinco navios que, com 256 homens de tripulação, partiram de Sanlúcar de Barrameda em 20 de Setembro de 1519.
A esquadra tinha cinco navios e uma tripulação total de 234 homens, com cerca de 40 portugueses entre os quais Duarte Barbosa, cunhado de Magalhães, João Serrão, primo ou irmão de Francisco Serrão e Estevão Gomes.
Seguia também Henrique de Malaca.
Antonio Pigafetta, escritor italiano que havia pago do seu próprio bolso para viajar com a expedição, escreveu um diário completo de toda a viagem, possibilitado pelo facto de Pigafetta ter sido um dos 18 homens a retornar vivo para a Europa.
Dessa forma, legou à posteridade um raro e importante registo de onde se pode extrair muito do que se sabe sobre este episódio da história. A armada fez escala nas ilhas Canárias e alcançou a costa da América do Sul, chegando em 13 de Dezembro ao Rio de Janeiro. Prosseguindo para o sul, atingiram Puerto San Julian à entrada do estreito, na extremidade da actual costa da Argentina, onde o capitão decidiu hibernar.
Irrompeu então uma revolta que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de espera, período no qual a "Santiago" foi perdida em uma viagem de reconhecimento, tendo os seus tripulantes conseguido ser resgatados, Magalhães encontrou o estreito que hoje leva seu nome, aprofundando-se nele. 
Em outra viagem de reconhecimento, outra nau foi perdida, mas desta vez por um motim na "San Antonio" onde a tripulação, sem que soubesse seu capitão-mor, iniciou uma viagem de volta (realmente estes completaram a viagem, espalhando ofensas contra Fernão de Magalhães na Espanha).
Apenas em Novembro a esquadra atravessaria o Estreito, penetrando nas águas do Mar do Sul (assim baptizado por Balboa), e baptizando o oceano em que entravam como “Pacífico” por contraste às dificuldades encontradas no Estreito.
Depois de cerca de quatro meses, a fome, a sede e as doenças (principalmente o escorbuto) começaram a dizimar a tripulação.
No Pacífico que encontrou as nebulosas que hoje ostenta o seu nome - as nebulosas de Magalhães.
Em Março de 1521, alcançaram a ilha de Ladrões no actual arquipélago de Guam, chegando à ilha de Cebu nas actuais ilhas Filipinas em 7 de Abril.
Imediatamente começaram com os nativos as trocas comerciais.

Dias depois, porém, Fernão de Magalhães morreu em combate com os nativos na Ilha de Mactan, atraído a uma emboscada.

A batalha da ilha de Mactan

Na ilha de Mactan, (Filipinas), um chefe local saiu para pedir a Magalhães ajuda contra um dos seus rivais. O comandante português decidiu enviar 60 homens “ armados com couraças e elmos” a bordo de três barcaças, e participou na expedição. Por causa dos escolhos, as barcaças detiveram-se a alguma distância da margem e 49 homens saltaram das embarcações. Ao chegarem à praia, encontraram 1500 indígenas que lhes lançaram pedras, flechas e lanças, dirigidas sobretudo às suas pernas, que iam destapadas. Magalhães mandou incendiar as cabanas dos indígenas, enfurecendo-os mais. “ Não resistimos às lanças e às pedras  […] . As bombardas das barcaças estavam demasiado longe, pelo que decidimos retirar-nos”. Porém, os indígenas conseguiram cercar Magalhães, derrubaram-no e torturaram-no com lanças até à morte. Com ele morreram mais seis homens. Alguns dias mais tarde, os canhões dos navios europeus também não serviram de nada no resgate dos expedicionários que tinham caído numa cilada dos seus antigos aliados da ilha de Cebu

A expedição prosseguiu sob o comando de João Lopes Carvalho, deixando Cebu no início de Março de 1522. Dois meses depois, seria comandada por Juan Sebastián Elcano.
Decidiram incendiar a nau Concepción, visto o pequeno número de homens para operá-la, e finalmente conseguiram chegar às Molucas, onde obtiveram seu suprimento de especiarias.
Trinidad acabou ali permanecendo para reparos e a "Victoria" voltou sozinha para casa, contornando o Índico pelo Sul, a fim de não encontrar navios portugueses.
A Trinidad, após os reparos tentou seguir uma rota pelo Pacífico até a América Central, onde poderia contactar os espanhóis e levar sua carga, no entanto acabou tendo de retornar às Molucas onde seus tripulantes foram aprisionados pelos portugueses que haviam chegado.
A nau "Victoria" dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1522, fez escala em Cabo Verde, onde alguns homens foram detidos pelos portugueses, alcançando finalmente o porto de S. Lúcar de Barrameda, com apenas 18 homens na tripulação.
Uma única nau tinha completado a circum-navegação do globo ao alcançar Sevilha em 6 de Setembro de 1522.
Juan Sebastián Elcano, a restante tripulação da expedição de Magalhães e o último navio da frota regressaram decorridos três anos após a partida.
A expedição de facto trouxe poucos benefícios financeiros, não tendo a tripulação chegado a receber o pagamento.

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