Fonte: Enciclopédia Meridiano Fisher,
“Astronomia”, de Karl Stumpff – tomo 1 – 1ª edição : Abril de 1965
O cálculo do tempo baseia-se em certas
unidades de tempo que desempenham papel importante na vida do homem.
Recorrendo a essas unidades,
subdivide-se o decorrer do tempo em determinadas partes; É através da numeração
destas que se pode medir a duração de períodos mais longos de tempo.
Tais unidades de tempo naturais são o
dia, o mês e o ano.
Inicialmente, o dia era o espaço de
tempo, compreendido entre dois nascimentos (ou ocasos ) sucessivos do Sol, pelo
que era medida de grande irregularidade.
Nem mesmo o intervalo compreendido
entre duas culminações superiores do Sol (isto é, de meio dia ao meio-dia
imediato), o «dia solar verdadeiro», é uniformemente longo, razão por que hoje
se usa em sua substituição o «dia solar médio», cuja duração é constante e que
corresponde à duração média do dia solar verdadeiro.
A forma mais simples do cálculo do
tempo baseia-se na numeração progressiva dos dias. G.G. Scaligero (1540 – 1609)
propôs em 1581 numerar progressivamente os dias a partir de uma data
pré-histórica ( o dia 1 de Janeiro de 4713 a. C., que teria o número de ordem
zero).
Esta «data juliana» (J.D. = julianus
dies) foi crismada por Scaligero em honra de seu pai Júlio Scaligero:
permitiria ela, um fácil cálculo dos intervalos de tempo, enquanto no sistema
das datas actuais (dia, mês, ano) é absolutamente necessário ter em consideração
o desigual comprimento dos anos e dos meses.
Com base no Julianus dies também é
fácil obter o dia da semana: divide-se o número por 7; se o resto é zero, é
segunda feira, se é 1, é terça feira, etc.
Por exemplo o dia 1 de Janeiro de 1963
tem a data juliana de 2 438 031: trata-se de uma segunda feira, dado que o
resto da divisão é 1.
Segundo o que se estabeleceu em época
recente, os dias julianos começam sempre ao meio dia médio do meridiano zero (
12 h tempo universal --- órbita da Lua); corresponde ao espaço de tempo em que
se verifica o alternar-se das várias fases lunares.
O mês sinódico tinha principalmente
grande importância entre povos nómadas da Ásia Menor (que guardavam os seus
rebanhos durante a noite); ainda hoje este mês de 29,53 dias constitui a base
tradicional do calendário dos Hebreus e dos Muçulmanos.
Por sua vez, para os agricultores
egípcios, já na antiguidade, era o ano a mais importante das grandes unidades
de tempo.
As tentativas para estabelecer uma
relação entre ano e mês que pudesse ser utilizada para o cálculo do tempo
conduziram na Antiguidade a diversas formas de calendário.
O calendário muçulmano baseia-se ainda
hoje no ano lunar de 12 meses sinódicos ( 354 ou 355 dias): o início de cada
ano vai sendo sucessivamente 11-12 dias mais cedo e no fim de 32-33 anos
percorreu em sentido inverso todas as estações.
O calendário judaico, como de resto
também os calendários grego antigo e romano, considerava por sua vez um «ano
lunissolar»; o seu comprimento era conciliado com o alternar das estações
mediante a introdução periódica de um décimo terceiro mês.
Dado que 235 meses sinódicos completam
quase exactamente 19 anos trópicos, ao passo que 19 anos lunares compreendem
somente 228 sinódicos, no cálculo do tempo lunissolar devem ser inseridos 7
meses intercalados num ciclo de 19 anos.
Um sistema deste tipo foi introduzido
à volta de 440 a.C. pelo grego Meton, que todavia deve ter copiado a ideia dos
Babilónicos.
O ciclo de Meton tem, portanto, 12
anos de 12 meses e 7 anos bissextos de 13 meses sinódicos.
O início dos meses, que duravam
alternadamente 29 e 30 dias, foi fixado através da observação: o aparecimento
da estreitíssima foice da «lua nova» no céu nocturno anunciava o início do mês.
REFORMAS
DO CALENDÁRO
Os Romanos herdaram dos Gregos o ano
lunissolar, mas, dado que estes utilizavam de maneira muito arbitrária as
regras que regulavam a introdução dos meses intercalados, o calendário romano
encontrava-se em condições desastrosas no tempo de César.
Por sugestão do sábio grego Sosigenes
(século I a.C.), Júlio César (100-44 a.C), realizou no ano 46 a.C. a reforma do
calendário que dele recebe o nome de juniana; baseia-se ela no comprimento do
ano, determinado mediante observações astronómicas pelos Egípcios, que é de 365
dias e 1/4 .
Por outro lado, o ano egípcio tinha
365 dias, é por esta razão que, após 1460 anos (período sotíaco), o início do
ano, depois de percorrer ao contrário todas as estações, vinha a estar de
acordo com a natureza.
Júlio César teve em consideração o
excesso de 1/4 de dia e a cada três anos normais de 365 dias fez seguir um
bissexto de 366 dias.
Os anos foram divididos em doze meses,
cujo comprimento médio era pouco superior ao de um mês sinódico; perdeu-se
assim a íntima relação do calendário com o ciclo da Lua.
O início do ano (no princípio era em 1
de Março). Foi fixado no dia 1 de Janeiro, data em que os cônsules assumiam
normalmente o seu cargo. Remontam igualmente à época romana os nomes e as
durações actuais dos meses.
Os meses de Julho (Julius) e Agosto
(Augustus), inicialmente denominados por (Quintilis) e (Sextilis), dado que
eram o quinto e o sexto mês do antigo calendário, receberam os seus nomes em
honra de Júlio César e do seu sucessor Augusto.
O ano juliano de 365,25 dias é
ligeiramente mais longo do que o ano trópico (365,24220 dias). No decurso dos
séculos, o início da Primavera deslocou-se pouco a pouco até provocar
antecipação sensível.
Este erro tinha já atingido 10 dias no
século XVI.
Em 1582, o papa Gregório XIII, de
acordo com os mais importantes astrónomos do seu tempo, realizou nova reforma
do calendário; esta impôs-se imediatamente nos países católicos, mas só com
atrasos em parte consideráveis nos países protestantes: por exemplo,
Em Inglaterra só foi introduzido em
1752 e na Suécia em 1844.
A reforma gregoriana do calendário
continha as seguintes prescrições:
1. Ao trazer o início da Primavera
para 21 de Março, que a errónea duração do ano no calendário antigo tinha feito
antecipar para 11 de Março, fez-se seguir imediatamente: a 4 de Outubro de 1532
o dia 15 de Outubro;
2. Todos os anos cujo número de ordem
é divisível por 100, mas não por 400 (portanto os anos de 1700, 800, 1900,
2100, etc.), não deviam no futuro ser anos bissextos.
Assim, o comprimento médio do ano foi
reduzido para 365,2425 dias.
A diferença existente entre este ano
gregoriano e o ano trópico é tão pequena que só chega a cerca de um dia por
cada período de 3300 anos.
Propostas recentes para nova reforma
do calendário não dizem tanto respeito às regras a seguir para determinar os
anos bissextos como por sua vez à oportunidade de eliminar certas desvantagens
do calendário gregoriano, como, por exemplo, o comprimento irregular dos meses
e a mobilidade da festa pascal, com todas as festas cristãs que com ela estão
relacionadas.
Propôs-se assim fixar em 31 dias o
comprimento do primeiro mês de cada trimestre (Janeiro, Abril, Julho e Outubro)
e em 30 dias o dos outros meses; além disso, adicionar um dia 31 de Junho nos
anos comuns e introduzir também nos anos bissextos um dia 31 de Dezembro, sem
designação do dia da semana.
O primeiro dia de cada trimestre
deveria ser domingo e a cada data corresponderia um dia da semana fixado uma
vez para sempre.
A Páscoa coincidiria todos os anos com
o domingo 8 de Abril, data que está no meio do intervalo que compreende as
possíveis datas pascais segundo o actual calendário ( do dia 22 de Março até ao
dia 25 de Abril).
Uma das grandes desvantagens desta e
de outras semelhantes propostas de reforma do calendário está na destruição da
semana, o que significa a interrupção de tradição milenária.
ERAS
CRONOLÓGICAS
A numeração dos anos a partir do
nascimento de Cristo foi proposta em 525 pelo abade Dionísio, O Pequeno.
Desde então ela impôs-se pouco a pouco
no Ocidente cristão. O momento inicial deste cálculo do tempo, isto é, da
chamada «era cristã», é talvez posterior quatro a sete anos à data do
nascimento do Redentor.
Paralelamente a este sistema de
numeração dos anos, existiram no decurso dos séculos, e existem ainda hoje,
numerosos outros sistemas (eras).
Ptolomeu, no seu Almajesto (
----teoria dos epiciclos), utiliza uma era que começa com a ascensão ao trono
do rei de Babilónia Nabonassar (747 a. C.).
Imitando os outros povos da
Antiguidade, os Romanos calculavam os anos a partir da data em que cada
imperador ou cada cônsul assumia a seu cargo; existia, além disso, um cálculo
de tempo ab urbe condita, isto é, a partir da fundação de Roma (753 a.C.).
Os Muçulmanos numeram os seus anos
lunares a partir da data da fuga de Mafoma para Medina (622 d.C.).
Os Hebreus tinham diversas eras, entre
as quais a que se iniciava com a «criação do mundo»; com base em estudos
teológicos, foi ela fixada no ano 3761 a.C.
As modernas tentativas para substituir
a era cristã por outras eras faliram sempre e com rapidez: tal sorte coube à
numeração dos anos a partir do início da 1ª Revolução Francesa e em Itália, no
período entre as duas grandes guerras, à era fascista.
Nos cálculos dos historiadores falta o
ano zero, pois ao ano 1 a.C. segue imediatamente o ano 1 d. C.
Trata-se de costume que poderia
provocar erros com facilidade quando se quer calcular períodos de tempo
decorridos entre datas anteriores e sucessivas ao nascimento de Cristo.
Os astrónomos preferem introduzir o
ano zero (= 1 a. C.) e usar os números negativos para os anos precedentes [ 2
a.C. = -1; em geral, n a. C. = -n-1)].
Assim ,por exemplo , o 2000º
aniversário da morte de César foi em 15 de Março de 1957, pois que o ano 44
a.C. (segundo a numeração dos historiadores) equivale ao ano -43 (segundo o
cálculo dos astrónomos): de acordo com as regras da álgebra 1957 – (-43) = 1957
+ 43 = 2000.
Aceitando uma proposta de F.W. Bessel,
os astrónomos fixam o início do ano trópico na data em que o Sol médio ( ----
tempo e medida do tempo) atinge a ascensão recta de 280º = 18h 40m. Esta data,
início do « ano fictício», coincide sempre aproximadamente com o início civil
do ano. Além disso, essa data é definida de maneira universal, ao passo que o
início civil do ano da longitude geográfica do local.
A
DATA DA PÁSCOA
Segundo as regras do Concílio de
Niceia (325 d. C.) e pela tradição, a festa pascal deve ser celebrada no
Domingo seguinte ao primeiro plenilúnio da Primavera, ou seja, a Páscoa será no
Domingo a seguir à fase da Lua Cheia depois do começo da Primavera.
O cálculo rigoroso da data pascal é
difícil, pois exige conhecimento exactíssimo do complicado movimento da Lua.
Na época cristã antiga eram utilizados
diversos processos para a determinação daquela data: Estes (sobretudo após a
cisão que fez aparecer as Igrejas do Ocidente e do Oriente) conduziram a
consideráveis divergências.
Hoje calcula-se a data da Páscoa com
base em teoria simplificada da Lua, na qual se consideram as irregularidades
mais importantes do movimento lunar (----órbita da Lua): só em excepcionais
casos os resultados se afastam dos do cálculo rigoroso.
Damos em seguida, sem reproduzir a
complicada demonstração, a regra simples apresentada por C.F. Gauss
(1777-1855). Para o cálculo da data da Páscoa no calendário gregoriano (a
partir de 1583). Seja A o ano do intervalo, e m e n números que variam ao longo
do tempo a seguinte tabela: A =[ 1583 - 1699]; m=22; n=2
=[ 1700 - 1799]; =23; =3
= [1800 - 1899]; =23; =4
= [1900 - 2099]; =24; =5
= [2100 - 2199]; =24; =6
Se se indica o resto das divisões de A
por 19, por a, de A por 4, por b, de A por 7, por c, de (19a+m) por 30, por d,
e de (2b+4c+6d+n) por 7, por e, a Páscoa será o dia (22+d+e) de Março, ou o dia
(d+e-9) de Abril.
Para os casos limites existem ainda as
seguintes regras adicionais:
1. O dia 26 de Abril deve ser sempre
substituído por 19 de Abril;
2. O dia 25 de Abril deve ser
substituído por 18 de Abril se d = 28, e = 6 e a superior a 10. No século XX
estas regras adicionais são usadas somente duas vezes: a primeira regra em 1981
e a segunda em 1954.
cálculo da data da Páscoa no calendário gregoriano, segundo C.F. Gauss (1777-1855),
Determinação da regra simples apresentada por C.F.
Gauss (1777-1855), para o cálculo da data da Páscoa no calendário
gregoriano (a partir de 1583). Seja A o ano do intervalo, e m e n números que
variam ao longo do tempo a seguinte tabela: A =[ 1583 - 1699]; m=22; n=2
=[ 1700 - 1799]; m=23; n=3
= [1800 - 1899]; m=23;n =4
= [1900 - 2099]; m=24; n=5
= [2100 - 2199]; m=24; n=6
Se se indica o resto das divisões de A por 19, por a, de A por 4, por b, de
A por 7, por c, de (19a+m) por 30, por d, e de (2b+4c+6d+n) por 7, por e, a
Páscoa será o dia (22+d+e) de Março, ou o dia (d+e-9) de Abril.
Para os casos limites existem ainda as seguintes regras adicionais:
1. O dia 26 de Abril deve ser sempre
substituído por 19 de Abril;
2. O dia 25 de Abril deve ser substituído por 18 de Abril se d = 28, e = 6
e a superior a 10. No século XX estas regras adicionais são usadas somente duas
vezes: a primeira regra em 1981 e a segunda em 1954.
Por exemplo: Qual o dia e mês de
Páscoa para o Ano 2018
Consultada a tabela acima referenciada
temos:
A =[1900 - 2099]; m=24; n=5
2018 / 19 = 106 resto
4 por a)
2018 / 4 = 504 resto
2 por b)
2018 / 7 = 288 resto
2 por c)
(19a + m) / 30 = (19x4 + 24) / 30 =
(76+24) / 30 =100 / 30 =33 resto 7 por d)
(2b+4c+6d+n) / 7= (2x2+4x2+6x7+5) / 7 =
(4+8+42+5) / 7 = 59 / 7 =8 resto 3 por e)
Para o ano de 2018 a Páscoa será ; (22+d+e) de
Março (22+7+3) = 32. O
mês de Março tem 31dias, 32 não serve, ou ( d+e - 9 ) =
(7+3 -9 ) = (10-9) =1 de Abril
Muito importante:
História do Calendário
por :João M. Tomas dos Anjos
O CALENDÁRIO
E a sua evolução em Portugal
Introdução Calendário, é o sistema de medição do tempo que se necessita
para a vida civil, dividindo o tempo em dias, semanas, meses e anos. As
divisões do calendário estão baseadas nos movimentos aparentes do sol e da
lua.. Um dia é a média de tempo necessária para uma rotação da terra no seu
eixo. O ano está baseado no tempo necessário para uma rotação da terra à volta
do sol, e é chamado o ano solar. Um ano solar ou trópico tem 365 dias, 5 horas,
48 minutos e 45,5 segundos.
O mês era calculado pelos povos antigos como o tempo entre duas luas
cheias, ou o número de dias necessários para que lua desse uma volta ao redor
da terra. ( 29,5 dias ).Esta medida chamada de mês lunar, resultava num ano
lunar ( de 12 meses ) de 354 dias, 11 ¼ dias mais curta que o ano solar. A
semana deriva da tradição Judia-Cristã, de descansar ao sétimo dia. Os romanos
davam aos dias da semana, nomes em honra do sol, da lua e de vários planetas
Calendários antigos
Hammurabi
Cerca de 238 AC, o rei Ptolomeu III ordenou que um dia extra fosse
adicionado de cada 4 em 4 anos, similar ao moderno ano bissexto. Na antiga
Grécia utilizou-se um calendário de ano lunar de 354 dias.Os antigos babilónios tinham um calendário lunar de 12 meses lunares de 30
dias cada, e adicionavam meses extras quando necessitavam acertar o calendário
com as estações do ano. Os antigos egípcios foram os primeiros a substituir o
calendário lunar pelo solar, baseado no ano solar.
Mediam o ano solar em 365 dias, divididos em 12 meses de 30 dias cada, com 5
dias extras no fim.
Os gregos foram os primeiros a intercalar meses extras com base científica,
adicionando meses em intervalos específicos do ciclo dos anos solares.
O Primitivo Calendário Romano
O primitivo calendário da cidade de Roma, era um calendário lunar, e tinha
304 dias, divididos em dez meses, desde Março a Dezembro. O ano começava em 1
de Março. É atribuído a Rómulo. Numa Pompilius, que por tradição foi o segundo
rei de Roma ( 715-673 BC ? ), acrescentou lhe mais dois meses, Janeiro e
Fevereiro, para um ano de 354 dias. Em ( 616-579 BC ) o etrusco Tarquinius
Priscus , por receio supersticioso dos meses com números pares, deu um dia mais
a Janeiro, e sistema passou a ser de um ano com doze meses e 355 dias.
Janeiro tinha 29 dias, Fevereiro tinha 28 dias, Maio, Julho e Outubro 31
dias, Janeiro, Abril, Junho , Agosto , Setembro, Novembro e Dezembro 29 dias.
Mais tarde Júlio César, numa reforma aconselhada pelo astrónomo alexandrino
Sosígenes, adoptou um calendário com 365,25 dias no ano trópico, que mesmo
assim era maior que o ano solar em 11m e 14seg. Isto dava um erro de 3 dias em
cada 400 anos.
Desta forma, atribuiu 445 dias ao ano de 46 A.C., para reajustar o ano
civil ao solar. A diferença de 6 horas entre o ano solar e o ano civil ( na
altura ) era ajustado de 4 em 4 anos, no mês de Fevereiro, dia 24, repetindo
esse dia. Estes anos de 366 dias, chamam-se bissextos, porque os latinos
chamavam ao dia 25 de Fevereiro "bi-sextus kalendas Martii" quando
este tinha 29 dias. O começo do ano, passou nesta altura, de 1 de Março para 1
de Janeiro.
Mudou-se também o nome do quinto mês do ano "quintilius" para
Julho ( Julius )em homenagem a Júlio César, e mais tarde o sexto mês
"sextilius" passa para o que hoje é Agosto ( Augustus )em homenagem a
Octávio César Augusto.
O Calendário na Península Ibérica
Dama de Elche
É a chamada era de Espanha comemorando a conquista definitiva da península
pelos romanos e a introdução nela do calendário Juliano. Procede 38 anos ao ano
de nascimento de Cristo Na Península Ibérica vigorou desde o século V, a chamada ERA de Espanha ou
Hispânica, Gótica, de Augusto ou de César, usada nos mais antigos documentos
dos arquivos portugueses, sob as formas sub era ou in era Começava no dia 1 de
Janeiro do ano 38 A.C., ano 716 da fundação de Roma.
O primeiro da era cristã coincide com o ano 39 da era de Espanha. Para
converter, pois, a era de Espanha ou de César, à do Nascimento é preciso tirar
daquela 38 anos.
Decreto Régio de D.João I
Em Portugal, o decreto Régio de D. João I, em 22 de Agosto do ano da Era
Juliana de 1460, ordenou que daí em diante se passasse a usar o ano do
nascimento de Cristo como ano do começo ou referência, substituindo assim a era
de César. Assim, o dia a seguir ao decreto régio, deixaria de ser o:
16 de Agosto de 1460 Era Juliana para ser o
16 de Agosto de 1422 Era de Cristo
Ano do Nascimento ou "ANNO
DOMINI". Esta mudança já tinha sido efectuada
em Aragão em 1350, Leão e Castela em 1383. Esta Era Cristã usada pela maioria
dos povos ( Europeus ), fixada em 25 de Dezembro do ano do Nascimento de
Cristo, ou seja o ano 753 da fundação de Roma.
D.João I
No entanto nos séculos XIV, XV e XVI usaram-se indiferentemente as datas de
25 de Dezembro ou de 1 de Janeiro para começo do ano , embora esta última
tivesse predominado. Contudo o hábito de utilizar a era Juliana ou Hispânica
persistiu durante décadas e ainda Zurara a menciona na CRÓNICA DA TOMADA DE
CEUTA dando-lhe a data de 1453 ( 1415 DC ). Em alguns documentos portugueses encontra-se também a era - anno a Passione
- cujo ponto de partida é posterior 33 anos à era cristã. Até ao século XIV o
ano novo começava em 25 de Março ( Anunciação ). Era ou estilo da Incarnação ou
Anunciação. Foi também adoptada na Idade Média, algumas vezes, a era ou estilo
da Páscoa, variável pela mobilidade desta festa. A Era ou estilo da circuncisão
começava no dia 1 de Janeiro.
Deve-se portanto ter,. cuidado na atribuição do ano aos documentos ou datas
gravadas dos séculos XV e XVI, datados entre 25 e 31 de Janeiro, que o indicam
muitas vezes acrescido de uma unidade em relação ao estilo actual . Só com a
Reforma Gregoriana ( 15 de Outubro de 1582 ) se estabeleceu o 1 de Janeiro para
começo do ano. Em alguns documentos dos arquivos portugueses foi também usada a
Hégira ou ano arábico, que começa em 622 do ano de Cristo, data da fugida de
Mahomed de Meca para Medina.
Calendário Gregoriano
Para corrigir o erro, entre o ano solar e ano civil, que no ano de 1582
(D.C.) já era de 10 dias, ( o equinócio da Primavera que deveria ser em 21 de
Março de 1582 ocorreu em 11 de Março ) o Papa Gregório XIII, pela sua Bula
Inter Gravissimas de 24 de Fevereiro de 1582, ordenava a reforma do Calendário,
para um ano trópico de 365,2425 dias.
Nesta reforma os anos bissextos sucedem-se de 4 em 4 anos ( Fevereiro com
29 dias ). Todos os anos seculares são anos normais, ( 1.700, 1.800, 1.900 )
excepto os divisíveis por 400 ( 1.600, 2.000 ) que são ou serão anos bissextos.
Para se conseguir a devida correcção, o dia a seguir a 04 de Outubro de 1582 (
quinta-feira), foi o dia 15 de Outubro de 1582 ( sexta-feira).
o Papa Gregório XIII
Desta maneira a diferença entre o ano civil e o natural ( solar ) não
atingirá um dia em menos de 5.000 anos. O Calendário Gregoriano é também
chamado Calendário Cristão porque considera a data do nascimento de Cristo como
a data de começo. As datas da Era Cristã, são também designadas pr AD ( anno
Domini ) e DC ( depois de Cristo ). No entanto o nascimento de Cristo
originalmente dado para 25 de Dezembro, 1 DC, é hoje assumido como em 4 AC.
A aprovação desta Reforma foi imediata ( 04 de Outubro de 1582 ) em
Portugal, Espanha e Roma. Em França e Holanda foi aprovada em Dezembro de 1582.
Na Áustria em 1583, nos Estados Católicos de Alemanha e Suíça em 1584, na
Polónia em 1586. Foi aprovada na Hungria em 1587 e em 1700 pelos Estados
protestantes de Alemanha e Suíça. Foi aprovada na Inglaterra e Suécia em 1757,
em 1918 na U.R.S.S., em 1923 na Grécia e na Turquia em 1923.
O calendário Juliano
No ano 46 a.C. Júlio César (Gaius Julius Cesar, 102-44 a.C.), orientado
pelo astrónomo alexandrino Sosígenes (90-? a.C.), reformou o calendário romano,
para uniformizar os calendários diferentes usados pelos territórios ocupados
pelos romanos. Introduziu o Calendário Juliano, de doze meses, no qual a cada
três anos de 365 dias seguia outro de 366 dias (ano bissexto). Assim, o ano
juliano tem em média 365,25 dias.
Para acertar o calendário com a primavera, foram adicionados 67 dias àquele
ano e o primeiro dia do mês de Março de 45 a.C., no calendário romano, foi
chamado de 1 de Janeiro no calendário Juliano. Este ano é chamado de Ano da
Confusão.
As principais reformas são: o início do ano passa de 1º de Março para 1º de
Janeiro; os meses passam a ter 30 e 31 dias intercalados (excepto Fevereiro);
quintilis e sextilis ficam com 31 dias porque têm nome de imperadores; o 13º
mês, mercedonius, é suprimido.
O calendário egípcio
Primeiro calendário da história da humanidade e começa com a enchente anual
do rio Nilo. Surge por volta de 3000 a.C. O ano tem 365 dias, divididos em 12
meses de 30 dias e mais cinco dias extras, dedicados aos deuses.
Os egípcios são os primeiros a utilizar um calendário solar , embora os 12
meses de 30 dias sejam de origem lunar. O ano tem 365 dias - e 6 horas a menos
que o ano solar, o que significa atraso de um dia a cada quatro anos.
Havia três estações determinadas pelo fluxo do rio Nilo: Cheias (akket);
Semeio (pert) e Colheita (shemu). A relação entre as estações definidas pelo
Nilo e as estações naturais era feita pelo nascer heliacal da estrela Sirius,
conhecida dos egípcios pelo nome de Sothis. A primeira aparição da estrela no
céu da manhã, depois da sua conjunção com o sol determinava o início da
contagem das estação das Cheias.
O calendário egípcio foi reconhecido pelos astrónomos gregos e tornou-se o
calendário de referência da astronomia por muito tempo. Copérnico usou-o para
construir suas tábuas da lua e planetas. Já no ano 238 a.C., o Rei Ptolomeu III
tentou acrescentar um dia extra ao calendário a cada 4 anos, como no ano
bissexto actual. No entanto sua proposta não teve eco. Somente entre 26 a.C. e
23 a.C., a modificação é realizada, sob o império romano na mão de Augusto que
introduziu tal modificação no calendário.
O ano egípcio de 23-22 AC possui o mês correspondente a Agosto com 30 dias.
A partir de então, este mesmo mês voltou a possuir 29 dias salvo nos anos
bissextos, quando tinha um dia a mais. Esse novo calendário passou a se chamar
Alexandrino.
Esta reforma não foi aceita integralmente e os dois calendários
permaneceram paralelos até pelo menos 238 dC. Os astrónomos e astrólogos
mantiveram a notação antiga. Ptolomeu usava-o, salvo no tratado de fenómenos
anuais em que o novo calendário tinha mais conveniência.
Os persas adoptaram o antigo calendário egípcio em 500 aC. Não é bem certo
se foi adoptado exactamente ou com modificações. Os arménios ainda o adoptam.
Os três últimos meses do calendário arménio correspondem exactamente aos três
primeiros do antigo calendário egípcio. Em seguida vêm os cinco dias finais,
característicos deste.
O calendário alexandrino é ainda usado na Etiópia, na igreja Cóptica e para
fins de agricultura no moderno Egipto e vizinhos do norte da África.
O primeiro calendário romano
O primeiro calendário romano foi criado por Rômulo em 753 a.C., ano de
fundação de Roma, baseado no calendário egípcio. Era um calendário lunar, e
tinha 304 dias, divididos em dez meses, dez meses lunares, seis de 30 dias e
quatro de 31, desde Março a Dezembro. O primeiro mês é o Martius (Março) e
adopta a meia-noite para início do dia. Numa Pompilius, que por tradição foi o
segundo rei de Roma (715-673 BC ?), discípulo de Pitágoras, reconhece a
necessidade de se instalar um calendário com base astronómica. Elabora um
calendário solar composto de 355 dias distribuídos em 12 meses.
Supersticioso, considerava os dias pares azarados. Por isso, diminuiu um
dia dos seis meses de 30 dias. Aos seis dias juntou mais 51, formando dois
novos meses.
Januarius, com 29 dias, é colocado sob a protecção de Janus, o deus da paz,
representado por duas faces, uma olhando para o passado (fim do ano) outra para
o futuro (ano novo).
Februarius, com 28 dias, azarado por ser número par, é dedicado ao deus da
purificação dos mortos, Februa. Sua denominação faz referência à
"febre", é o mês das doenças, considerado de mau agouro.
Assim, o ano fica com 355 em vez de 354, que era o valor do ano lunar, para
evitar o suposto azar de um número par. A cada dois anos, há um 13º mês,
Mercedonius, com 22 ou 23 dias.
Os anos no calendário romano eram chamados de A.U.C. (ab urbe condita), a
partir da fundação da cidade de Roma. Neste sistema, o dia 11 de Janeiro de 2000
marcou o ano novo do 2753 A.U.C.
O calendário chinês
O calendário surgiu com o terceiro herói cultural, Huang-ti, o Senhor
Amarelo ou Senhor Augusto. Foi introduzido em 2.637 a.C., baseado nas fases da
lua e, posteriormente, no ano lunissolar de 12 meses. Cada mês pode ter 29 ou
30 dias e o ano tem 354 ou 355 dias.
Comporta dois ciclos: um de 12 anos (354 ou 355 dias, ou 12 meses
lunares) e um de sete anos (com anos de 383 ou 384 dias, ou 13 meses). Os
chineses inserem meses adicionais em intervalos fixos para resolver a diferença
entre o ano solar (365 dias) e o ano lunar (354 dias). O ano novo começa sempre
em uma lua nova, entre 21 de Janeiro e 20 de Fevereiro.
Signos do calendário chinês
O calendário chinês é um dos mais antigos registos cronológicos que há na
história dos povos. E com o calendário, onde cada ano recebe o nome de um dos
12 animais: galo, cão, porco, rato, búfalo, tigre, gato, dragão, serpente,
cavalo, cobra e macaco, surgiu o horóscopo chinês, os 12 signos animais ou
subdivisões do mundo (que formam o Astral Chinês).
Os anos do Dragão repetem-se a cada 12 anos. O ano do Dragão Dourado ocorre
uma vez a cada 3000 anos (ocorreu no nosso ano 2000) e é suposto trazer a
harmonia completa dos cinco elementos da filosofia chinesa (metal, madeira,
água, fogo e terra), o que se reflectiria em um sentimento de felicidade para
todos.
Calendário azteca
O calendário azteca era basicamente igual ao dos maias. O ano possuí início
no solstício de Inverno com um ciclo de 18 meses de 20 dias cada e mais um
curto período, ou mês diminuto de 5 dias.
Com 104 anos comuns tinha-se um grande ciclo no qual intercalavam 25 dias.
Zodíaco do Calendário Azteca
Essa exactidão do ciclo de 260 anos sagrados em relação ao exacto movimento
do Sol, possuía uma diferença de apenas 0,01136 de dia, ou seja, um pouco mais
de um centésimo de dia.
O calendário azteca dava aos dias nomes próprios que correspondiam a
números de ordem no decorrer do mês. Os dias corriam de 1 a 20, e os festivais
eram comemorados no último dia do mês.
A escrita da data informava o ano em curso, o número e o nome do dia, sem
mencionar o dia do mês e o próprio mês. Para citar umaO ocorrência de longa
duração, os aztecas informavam apenas o ano em curso.
Os meses no calendário azteca eram 18, totalizando 360 dias, mais cinco
dias suplementares, denominados Nemotemi ou"dias vazios"
O calendário Babilónico
É um dos calendários mais antigos, compreende 12 meses lunares (divididos
em quatro semanas), de 29 ou 30 dias cada um, cujo início é assinalado pelo
aparecimento da lua nova.
O ano tem 354 dias, 11 dias a menos que o ano solar. Ao fim de três anos há
um desfasamento de cerca de um mês em relação ao ano solar. Para resolver essa
diferença foi acrescentado um mês complementar (13º mês) ao final de cada
período de três anos
O mês suplementar é introduzido após elul ou adar, conservando o mesmo nome
seguido da indicação de segundo.
Para determinar a época de acrescentar o mês complementar, observava-se o
nascer de determinadas estrelas e constelações. Muitas observações causavam
erros.
Chegou-se a colocar dois meses suplementares no mesmo ano.
Em cerca de 480 a.C., os babilónios adoptam um ciclo de 19 anos, no qual
introduzem os meses complementares em sete anos. Dessa forma conseguem maior
concordância entre o ano lunar e o solar.
O calendário Muçulmano
Baseado no ano lunar de 354 dias, 355 nos anos abundantes, com 12 meses de
29 ou 30 dias intercalados. O mês começa quando o crescente lunar aparece pela
primeira vez após o pôr-do-sol. Tem cerca de 11 dias a menos que o calendário
solar. Para ajustar essa diferença, num ciclo de 30 anos, 11 anos são
abundantes, com 355 dias (e o restante, 19 meses, tem 354).
O ano 1 é a data da Hégira, a fuga de Maomé de Meca para Medina, em 16 de
Julho de 622.
Os muçulmanos consideram o pôr-do-sol o começo de um novo dia. O dia santificado
é a sexta-feira.
Para fazer uma aproximação entre os anos muçulmanos e gregorianos:
tira-se 622 (ano da Hégira) do ano em curso
multiplica-se o resultado por 1,031 (número de dias do ano gregoriano
dividido pelo número de dias do ano lunar).
Exemplo: 2008 - 622 = 1386
1386 x 1,031 = 1429.
O calendário judaico
O calendário judaico, diferentemente do gregoriano, é baseado no movimento
lunar. Onde cada mês se inicia com a lua nova (quando é possível visualizar o
primeiro reflexo de luz sobre a superfície lunar. Antigamente o calendário era
determinado simplesmente por observação.
O grande problema com o calendário lunar é que se compararmos com o
calendário gregoriano, temos em um ano solar 12,4 meses lunares, o que ocorre
uma diferença a cada ano de aproximadamente 11 dias, para compensar esta
diferença, a cada ciclo de 19 anos acrescenta-se um mês inteiro (Adar II).São
acrescidos no terceiro, sexto, oitavo, décimo-primeiro, décimo-quarto,
décimo-sétimo e décimo-nono anos desse ciclo.
Início da contagem
O início da contagem do calendário judaico se refere à criação do mundo.
Os meses do calendário judaico
O primeiro mês do calendário judaico e o mês de Nissan, quando temos a
comemoração de Pessach. Entretanto, o ano novo judaico ocorre em Tishrei
(quando é acrescentado um número ao ano anterior).
O calendário Incaico
Não há muita documentação precisa sobre o calendário incaico, já que essa
cultura passou por maior destruição por parte dos conquistadores. O
conhecimento preciso das constelações levou a impressionantes semelhanças com
as figuras usadas pelos criadores do Zodíaco para representá-las, e com os
signos zodiacais
O observatório de Cuzco era o responsável pela base do calendário incaico:
possuía oito torres voltadas para o nascente e outras oito apontando para o
poente, com alturas desiguais (duas pequenas intercaladas entre duas bastante
altas). Sua sombra projectada no terraço ao redor permitia aos observadores
imperiais definir a exacta situação dos solstícios, enquanto as colunas
zodiacais (curiosamente semelhantes ao zodíaco caldeu) permitiam definir os
equinócios.
Essa exactidão do ciclo de 260 anos sagrados em relação ao exacto movimento
do Sol, possuía uma diferença de apenas 0,01136 de dia, ou seja, um pouco mais
de um centésimo de dia.
O calendário azteca dava aos dias nomes próprios que correspondiam a
números de ordem no decorrer do mês. Os dias corriam de 1 a 20, e os festivais
eram comemorados no último dia do mês.
Bibliografia
Enciclopédia Portuguesa ou Brasileira - Dicionário da História de Portugal -
Joel Serrão Manuais de Cronologia e DiplomáticaL’ Art de véréfier les Dates -
Manuel de Diplomatique - A.Giry Que dia é hoje ( Internet)
fonte:
As estrelas compõem, no céu nocturno, o fundo de
objectos astronómicos que parecem não se mover em relação uns aos outros (ao
contrário do que fazem os objectos que compõem o Sistema Solar).
Nenhum objecto celeste é de facto fixo em relação a um
outro. Não entanto, os objectos que se situam fora do sistema solar movem-se
tão lentamente no céu que a mudança nas suas posições relativas é quase
imperceptível se considerarmos as escalas de tempo do ser humano.
Assim sendo, daqui surge a definição da Ano
Sideral :
Ao descrever uma órbita em torno do Sol, é o tempo que
decorre até a Terra retornar à mesma posição em relação às estrelas.
O ano sideral é aproximadamente igual
a 365,2564 dias. (365d 6h 9m 10 s)
Vejamos agora a definição da Ano Tropical :
Um ano tropical (também conhecido como ano solar) é o
tempo que o Sol leva para retornar à mesma posição na eclíptica.
Um ano tropical é, por exemplo, o tempo que decorre
entre dois equinócios vernais ou dois solstícios de verão.
Por causa da precessão dos equinócios, o ciclo sazonal
não permanece exactamente sincronizado com a posição da Terra em sua órbita ao
redor do Sol. Como consequência, o ano tropical é cerca de
20 minutos mais curto ( 365,2422 dias - 365d 5h 48m 45s) que o
tempo que a Terra leva para completar uma órbita completa em torno do Sol,
medida em relação às estrelas fixas (o ano sideral).
Em 46 a.C., Júlio César implementou uma profunda
reforma do calendário, definindo Janeiro como primeiro mês do ano (até então
era o mês de Março o primeiro mês do ano, coincidindo com o Equinócio) e
criando o conceito de ano bissexto, ano de 366 dias que deveria ocorrer
de quatro em quatro anos. Com estas mudanças, o calendário anual passou a ter
doze meses que somavam 365 dias.
Convém referir que durante um período inicial, os anos
bissextos no calendário Juliano ocorriam de 3 em 3 anos, dando origem a
correcções que foram mais tarde implementadas após se concluir que esta
estratégia estava errada. Foi então decidido (ano 8 DC), que os anos bissextos
ocorreriam de 4 em 4 anos.
Os anos bissextos definidos no calendário Juliano para
ocorrer de 4 em 4 anos, resultavam num valor médio do ano de 365,25 dias, valor
que se aproximava bastante de 365,2422 dias, valor do ano tropical. Apesar de
tudo, por cada ano Juliano era registado um atraso de cerca de 11,23 minutos
face ao ano tropical (recordemos, ano tropical é o tempo que a
Terra leva para completar uma órbita completa em torno do Sol). A
este ritmo, para cada período de cem anos decorridos, o atraso acumulado era
igual a 1.123 minutos, cerca de 18,72 horas. Por volta do ano 1000 DC, o atraso
acumulado já ultrapassava os sete dias de calendário.
O calendário juliano foi oficialmente reformado em
1582, pelo papa Gregório XIII, dando origem ao calendário gregoriano, que entrou em vigor no dia 4 de Outubro de 1582, tendo
sido progressivamente adoptado por diversos países, e hoje é utilizado
pela maioria dos países ocidentais. Nessa data, 4 de Outubro de 1582, foram
suprimidos os 10 dias acumulados no calendário juliano até então, pelo que
o o dia seguinte foi o dia 15 de Outubro de 1582.
O calendário gregoriano também adoptou uma estratégia
diferente para os anos bissextos, de modo a evitar os erros acumulados durante
a vigência do calendário Juliano. Foram adoptadas as seguintes regras:
De 4 em 4 anos é ano bissexto
De 100 em 100 anos não é ano bissexto
De 400 em 400 anos é ano bissexto
As últimas regras têm prevalência sobre as anteriores.
Isto significa que todos os anos múltiplos de 400 (1600, 2000, 2400,
2800....) são bissextos, e também são bissextos todos os múltiplos de 4, excepto se for um
ano múltiplo de 100 mas não de 400.
O calendário gregoriano foi adoptado por países onde a
Igreja Católica era predominante, entretanto, a Igreja Ortodoxa não aceitou
seguir esta mudança, optando pela permanência no calendário juliano o que
explica hoje a diferença de 13 dias entre estes dois calendários.
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