terça-feira, 20 de abril de 2010

"a doença do macaco verde"



Por: Dr. Manuel Luciano da Silva, Médico


Este artigo foi publicado na "Comunidade Lusíada" dos quatro jornais do Condado de Bristol, Rhode Island, E. U. A. -- (Bristol Phoenix, Barrington Times, Sakonnet Times e Warren-Gazette), -- em 5 de Setembro de 1985.

Há quase vinte anos eu escrevi que "a ajuizar pela promiscuidade humana em relações sexuais a AIDS ou SIDA pode vir a tornar-se o maior flagelo da humanidade!" Infelizmente, o meu prognóstico saiu certo e até maior do que eu calculei. Hoje existem hoje (2004) no mundo mais de QUARENTA MILHÕES de serem humanos com a Doença da Sida.

Embora se tenham descoberto certos medicamentos que evitam a multiplicação do vírus desta doença, a mortalidade ainda continua a ser devastadora e fenomenal.

Nunca pensei que Portugal, Açores e Madeira, se viessem a tornar em campeões da SIDA ou AIDS na Europa.

Esta situação dramática mede bem o estado moral e higiénico em que o povo português se encontra. É para mim uma grande tristeza, ao comparar o Portugal que eu conheci há mais de meio século.

Macaco Vervet ou Cercopithecus Aethiops

Aqui está o artigo que escrevi em 1985, cuja informação continua medicamente perfeitamente actualizada!

Existem no mundo cerca de duzentas espécies de macacos.

Uns são pequenos, do tamanho de ratinhos e outros grandes e ferozes como os gorilas. Todos eles são primatas.

Quer isto dizer que têm os polegares oponíveis aos outros dedos como se passa na raça humana. Charles Darwin, em 1859, afirmou categoricamente na sua obra imortal "A Origem das Espécies" que nós somos todos primos direitos dos macacos... Será por isso que a nossa sociedade continua a ter abundância de macaquices?

Além de terem tamanhos diferentes os macacos possuem pelugem de cores variadas: castanhos, cinzentos, avermelhados, azulados e até verdes! Pois é dos macacos verdes da África Central, mais especificamente do Zaire (antigo Congo Belga, ao norte de Angola) que saiu o vírus que origina a doença terrível "AIDS" ou "SIDA" em Português e que está a causar tanto pânico, tanto terror nos Estados Unidos da América e no mundo!

Os macacos verdes, ou verbetes, são do tamanho de gatos: a fêmea pesa 3,3 quilos e o macho 4,5 quilos.
São muito brincalhões e por isso os habitantes do Zaire usam - os macacos como mascotes nas suas casas.

Mas os cientistas vieram a descobrir agora que setenta por cento dos macacos verdes têm no seu sangue o mesmo vírus que causa a doença AIDS ou SIDA na raça humana! Os macacos verdes embora tenham o vírus não sofrem da doença. Estão imunizados.

Como é que dos macacos verdes do Zaire o terrível vírus veio parar à América do Norte?

O contágio humano começou quando os macacos verdes no Zaire na brincadeira ferraram as pessoas transmitindo-lhes o vírus.

Daí por diante o contágio passou a ser inter-humano. No Zaire a AIDS aparece igualmente nos homens e nas mulheres.

Quando os negros do Zaire começaram a emigrar para a Europa e para o Haiti (na América Central ou Caraíbas) alguns levaram consigo o vírus da AIDS ou SIDA.

Haiti é uma pequena república na parte ocidental da ilha Espanhola onde Cristóvão Cólon [Colombo] chegou em 1492. A parte oriental da mesma ilha é ocupada pela república de São Domingo.

Nos últimos anos Haiti tem sido o lugar preferido — 'o paraíso' — dos homossexuais americanos para passar férias não só pelo clima, mas também por ser mais barato.

Os homossexuais são indivíduos muito promíscuos. Devido às suas "macaquices" trouxeram com eles para a Flórida o vírus da AIDS ou SIDA.

Mas não levou muito tempo que a peste da AIDS se espalhasse aos grandes centros metropolitanos americanos onde os homossexuais abundam: São Francisco, Nova Iorque, Los Angeles, Miami, Boston, Chicago, etc.


Descoberta da doença

Foi, em 1981, que o Dr. Richard Gottlied, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, detectou os primeiros casos de AIDS ou SIDA nos homossexuais e drogados que usavam injecções.

Ele observou que se tratava de uma doença totalmente desconhecida porque as pessoas com AIDS apresentavam uma combinação de três doenças:

(1) pneumonia que não se curava com nenhum antibiótico por mais forte que ele fosse;

(2) sarcomas de Kaposi, espalhados pela pele e que são cancros muitíssimo raros (parecidos com furúnculos) mas que só aparecem nas pessoas muito velhas. Foi portanto uma verdadeira surpresa encontrar os sarcomas de Kaposi em indivíduos tão novos com vinte e com trinta anos;

(3) os doentes com AIDS se não morriam de pneumonia, ou do cancro Kaposi, morriam de outras infecções, porque o seu corpo perdeu a capacidade de se defender contra as infecções mais simples, isto é, o corpo perdeu por completo toda a imunidade.

Daí a razão do nome AIDS (Acquired Immune Deficiency Syndrome) ou em Português SIDA (Síndroma Imuno Deficiente Adquirido).

Em 1983, o Dr. Luc Montagnier do Institute de Pasteur, em Paris, França e em 1984, o Dr. Robert Gallo do Institute Nacional Americano de Cancro, descobriram e isolaram o vírus específico que causa a AIDS ou SIDA.

Veio-se então a descobrir também porque é que os doentes com AIDS perdem toda a imunidade, ou toda a defesa contra as várias infecções. Nós temos, normalmente, no nosso sangue um tipo de células chamadas linfócitos –T, (T derivado glândula timo), cuja função principal é defender-nos contra o cancro ou certos tipos de infecções.

Sabe-se já que o vírus da AIDS entra dentro dos linfócitos -T (através dos poros pequeníssimos da membrana da célula) e usando o material que compõe o núcleo dos linfócitos -T, multiplica-se aos triliões, causando a explosão da mesma célula.

Com este processo o número aumenta cada vez mais no sangue, indo atacar sucessivamente outros linfócitos –T, acabando por os destruir todos, resultando daí as pessoas ficarem sem imunidade nenhuma para se defender mesmo das simples infecções que se tornam por isso virulentas e fatais.
Contágio


O vírus da AIDS ou SIDA não vive na água nem no ar.

O contágio da AIDS só se faz de sangue para sangue! Quer isto dizer que uma pessoa só apanha AIDS ou SIDA por meio de transfusão, ou agulhas usadas por pessoa com AIDS (no caso dos drogados injectáveis) ou tendo relações sexuais muito íntimas em que haja corte nos lábios ou nas mucosas dos órgãos genitais.

É preciso que haja uma porta de entrada (um corte ou uma úlcera) para o vírus poder entrar na circulação da pessoa, que vai apanhar a AIDS ou SIDA.

Conclusão

Ninguém apanha a AIDS ou SIDA pelo aperto de mão, pelo beijo na face, ou usando a mesma piscina, a mesma banheira ou o mesmo chuveiro; nem pelas maçanetas das portas ou nos assentos das retretes ou usando a mesma louça ou os mesmos talheres.

As pessoas que têm que receber transfusões (por terem que ser operadas ou por serem hemofílicos) devemos informar que todos os hospitais na América têm já um teste para verificar se os sangues dados têm ou não o vírus da AIDS. Este teste é seguro em 99.8 por cento.


A nossa mensagem médica hoje é muito simples: Quem não quiser apanhar a doença do macaco verde, que é FATAL, deve proteger-se com o preservativo ou condom, ou então NUNCA se deve envolver em macaquices sexuais! Deve portar-se SEMPRE como pessoa exemplar e honrada! Mas a ajuizar pela promiscuidade humana em relações sexuais a AIDS ou SIDA pode vir a tornar-se o maior flagelo da humanidade!

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