Os Portugueses foram os primeiros a navegar pela costa ocidental da América!
1507 mapa de Waldseemüller
Consultar:
Universalis cosmographia secundum Ptholomaei traditionem et Americi
Vespucii alioru[m]que lustrationes
fonte:
Por : José Pestana da Agência LUSA -
fonte: http://www.dightonrock.com/
Analista diz que foi Portugal que
descobriu o Oceano Pacífico
Washington, 6 de Outubro de 2002 – Os
portugueses viajaram pela costa ocidental da América Latina muito antes de
1513, quando o espanhol Fernando Balboa “descobriu” o Oceano Pacífico para os
europeus ou da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães em 1519, diz o
historiador e analista, Peter Dickson.
Numa investigação que está a causar
sensação entre os historiadores norte-americanos, Dickson disse que os seus
estudos começaram quando pela primeira vez viu o chamado mapa de Waldseemuller
elaborado em 1507. O continente “América” aparece pela primeira vez, em honra
do navegador Américo Vespucci.
De acordo com a história, esse mapa
foi elaborado antes de navegadores europeus conhecerem a parte ocidental do
continente americano banhada pelo Oceano Pacífico.
Dickson, que viu o mapa pela primeira
vez em 1995, disse ter ficado “imediatamente espantado” em como os pontos
fundamentais geográficos do continente estarem correctos, não só na costa
Atlântica como também na costa do Pacifico, em que os europeus alegadamente
nunca tinham estado nessa altura.
Em estudos mais aprofundados, Dickson
notou que o local onde o continente sul-americano faz um ângulo em direcção ao
Pacífico e onde está hoje a fronteira entre o Chile e o Peru, está no mapa de
1507 localizado entre os 18 e 19 graus de latitude sul, virtualmente o mesmo
local dos mapas de hoje em dia.
“Quando vi esse ângulo fiquei
verdadeiramente aparvalhado”, disse Dickson.
“Os meus estudos mostram que o local
nesse mapa tem uma margem de erro de menos de meio grau. Como é que aqueles que
elaboraram o mapa poderiam saber disso, se nunca ninguém tinha estado nessa
zona?”, acrescentou.
Mapa de Waldseemuller feito em 1507
recorte do mapa de 1507 de
Waldseemüller a cores
Na parte superior do mapa, no quadro representativo
de Vespúcio, está o perfil daAmérica do
Sul, tal como hoje o conhecemos. No mapa, o ângulo de inflexão de 45 º do
continente, está entre os paralelos 18 e 19, exactamente como hoje se
verifica.
Situa-se a 18º
e 27` próximo da cidade de Arica, no Norte do Chile, junto da
fronteira com o Perú.
Como era
possível alguém saber isso seis anos antes da " descoberta" do
Pacífico?
Devido à
politica de sigilo de Portugal não recebeu o reconhecimento daquilo que deu ao
Mundo.
Mas como
disse Garcia de Orta . " O
mundo aprendeu mais num só dia com os Portugueses do que em cem anos com os
Romanos".
O mapa revela
pela primeira vez o nome de América dado ao continente e as montanhas
dos Andes , que só são visíveis do Pacifico. Martin Waldseemüller, depois de descobertas as
mentiras de Vespúcio, deixou de chamar
" América " à nova terra e passou a chamar-lhe " Terra
Incógnita ".
O mapa mostra
os Oceanos Atlântico e Pacífico, numa altura em que este era desconhecido, pois
só foi "descoberto" oficialmente em 1513 por Vasco Nuñez de Balboa e baptizado porMagalhães em 1520. Mas Balboa viajou por terra do Atlântico para o
Pacifico, através doistmo do Panamá.
Mostra também
a península da Flórida, "descoberta" oficial em 1513 por Juan Ponce de León, mas o nomes dos locais estão
em Português, o que leva a crer que os portugueses anos antes já
conheciam.
Assinala ainda
a bandeira das quinas na Terra do Fogo e numas ilhas que poderão ser Portuguesas
recorte do mapa de 1507 de Waldseemüller a preto e branco
Este mapa do século XVI mostra a prova
de que Portugal chegou ao Pacífico primeiro que a Espanha. Preste atenção ao
Oceano Pacífico que está desenhado neste mapa, mas só agora é que o historiador
amador, Peter Dickson, notou esta descoberta!
Dickson, embora tenha feito a sua
carreira como analista, é conhecido como um historiador especializado nas
descobertas marítimas, falou na Biblioteca do Congresso sobre a sua teoria,
segundo a qual por volta de 1500, Portugal patrocinou uma viagem secreta em que
navegadores passaram pelo Estreito de Magalhães, dobraram o cabo Horn e
navegaram depois ao longo da costa ocidental do continente Sul americano.
Dickson, faz notar que subsequentes
estudos que fez do mapa de Waldseemuller revelaram que as latitudes e
longitudes do mesmo têm uma exactidão de cerca de 90 por cento.
O mapa mostra também as montanhas dos Andes que não são
visíveis da costa Atlântica.
O mapa não mostra contudo o ponto Sul
do continente americano, dando a impressão que não havia ligação entre o oceano Atlântico e o oceano Pacífico, mas Dickson afirma que isso poderá ter sido feito para
proteger os interesses portugueses, que na altura não estavam interessados em
que se soubesse da existência de uma possível nova rota marítima para as
índias.
O historiador norte-americano faz notar
que um texto elaborado para acompanhar o mapa refere que o novo continente
“está cercado por todos os lados pelo oceano, e que um globo fabricado pela
mesma equipa que fez o mapa denomina o Oceano Pacífico com o nome de "Oceanus
Ocidentalis”, o nome dado na altura ao Oceano Atlântico.
Para Dickson isto indica claramente
que aqueles que elaboraram o mapa sabiam que os dois oceanos estavam ligados.
Para além disso um outro pequeno mapa
feito no mesmo ano pela mesma equipa que elaborou o mapa de Waldseemuller, em 1507, mostra claramente o Cabo Horn no extremo Sul do continente
americano.
Para Dickson os portugueses, depois de
descobrirem o Brasil estavam a morrer de curiosidade” para saber “se havia
outro caminho que pudesse constituir problemas para as suas rotas por África.
O mapa quer “proteger os portugueses”
tentando evitar a verdade e escondendo a possibilidade de uma rota pelo Sul do
continente americano, acrescentou Dickson.
“Aqueles que fizeram o mapa não puseram
todas as cartas na mesa”, acrescenta.
Dickson faz notar que o século XVI foi
um período em que os conhecimentos de navegação “eram segredo de grande valor,
que davam vantagens enormes envolvidos na exploração marítima”.
Para Dickson, o provável comandante da
viagem secreta pela costa ocidental da América Latina foi o próprio Américo
Vespucci, que até 1504 efectuou quatro viagens ao novo mundo, as primeiras duas
a trabalhar para a Espanha e depois duas outras pelos portugueses.
Sabe-se que ao serviço dos portugueses
Vespucci viajou para o Sul ao longo da costa atlântica da América do Sul até ao
Rio da Prata e descobriu também as
ilhas da South Georgia, no Sul do Atlântico.
O próprio mapa de Waldseemuller tem uma bandeira portuguesa no Rio da Prata.
Os responsáveis pelo mapa obviamente
tinham contactos com Vespucci, que morreu em 1515, porque deram o nome ao novo
continente de América em sua honra.
John Herbert, director do Departamento
de geografia e mapas da Biblioteca do Congresso, concorda que a informação
poderá ter sido passada por Vespucci. pois Waldseemuller e os seus companheiros
eram “cartógrafos de secretaria”.
“Não tinham a sua própria informação e
tinham que a obter de outras fontes, disse Herbert, que fez notar que para além
de darem o nome de América ao novo continente em honra de Américo Vespucci,
colocaram uma pintura da cara do navegador no topo do mapa e publicaram também
um relatório das suas viagens.
Herbert - que está a tentar angariar
fundos para permitir à Biblioteca do Congresso comprar o Mapa de Waldseemuller
(Certificado de Nascimento da América) – diz que a teoria de Dickson de que os
portugueses poderão ter viajado ao longo da costa ocidental do continente
americano nunca poderá ser rejeitada.
“Alguém tinha informação sobre a costa
ocidental muito antes de Magalhães e Balboa. Quem e como é que isso foi obtido
é ainda algo para debate,” acrescentou.
Observe que na parte superior do mapa
de Waldseemuller aparece um quadro com uma pintura de Américo Vespucci e ao
lado do mapa da América do Sul, indicando claramente o ângulo entre as
fronteiras do Chile e do Equador.
Observe também que a junção das
fronteiras do Chile com o Equador estão a 19 graus de latitude Sul. É
verdadeiramente impressionante este pormenor geográfico correcto num mapa com a
data de 1507
Este artigo foi publicado no "O
Jornal" da cidade de Fall River, Massachusetts, U. S. A. no dia 16 de
Outubro de 2002.
Os Portugueses foram os primeiros a navegar pela costa ocidental da América
A aceitação do novo continente no mapa de Waldseemüller
4
O Oceano Pacífico na sua primeira representação
Planisfério anónimo, português, de 1502, dito
de Cantino
Pormenor com "Terra del Rey de Portuguall"
Biographie Vespucci [Online] Available from: http:// www. bigoid. de/ conquista/ biographien/ vespucci. htm [Acedido a 13 de Dezembro 2002].Mapping for Money, Kees Zandvliet, Batavian Lion International, Amsterdam 1998.
Os Portugueses foram os primeiros a navegar pela costa ocidental da América
O
mapa de Martin Waldseemüller, 1507
Por
Sérgio Filipe, M. B. A.
Com muito prazer se publica este artigo
escrito pelo Eng. Sérgio Filipe, nascido na Alemanha. Este mapa mostra claramente o Oceano Pacífico antes de
1507.
Certamente só os navegadores
portugueses é que teriam capacidade de navegação para chegar ao Oceano Pacífico ANTES de 1507.
Este trabalho já foi apresentado em
forma de conferência na Sociedade de
Geografia de Lisboa, no dia 27 de Fevereiro de 2003.
Iremos apresentar brevemente este
artigo também em Inglês e alemão.
Manuel Luciano da Silva, M. D.
Universalis
Cosmographia Secundum Ptholomei Traditionem e Et Americi Vespucci Aliorum
Lustrationes (mapa mundo) – Martin Waldseemüller, 1507
Na Páscoa de 1999, quando da visita
dos meus sogros a Detroit, onde eu residia com a minha família, decidimos dar
uma volta completa ao lago de Michigan. Num desses dias, o cair da noite
levou-nos até Sault Saint-Marie.
Decidimos então ir jantar a um
restaurante italiano. Quando solicitei a conta, fui até ao balcão para efectuar
o pagamento e nessa altura reparei numa
placa com a seguinte descrição:
"America, what a great Italian name!"
'América,
que grande nome italiano'
Perguntei então à senhora da caixa, o
porquê daquela afirmação, não me soube responder. Expliquei então quem era
Américo Vespúcio.
Introdução
O objectivo deste pequeno trabalho é a análise
do mapa Universalis Cosmographia
Secundum Ptholomei Traditionem e Et Americi Vespucci Aliorum Lustrationes
datado de 1507 por Martin Waldsemüller. Este mapa é vulgarmente designado
por Mapa Mundo.
Vamos neste artigo analisar as
referências ao continente Americano, assim como as referências ao Oceano
Atlântico e Pacífico.
O trabalho vai juntar vários elementos
em torno da questão do conhecimento Português na descoberta do Novo Mundo.
Este é o primeiro mapa com o nome América, é também o primeiro a
representar este novo continente, representando desta forma pela primeira vez o
Oceano Pacífico.
Quem
foi Martin Waldseemüller?
Martin Waldseemüller provavelmente
nasceu em Radolfszell junto ao lago Constância, na Alemanha. Não é certo
o ano em que nasceu. De acordo com Grow, Bonacker e Brockhaus o ano em questão
seria o de 1470. Götz refere o ano de 1473 e Oehme o ano de 1474. M Eckert
refere a vida do autor como sendo 1480 – 1521, neste caso não é de excluir que
possa ter havido um erro na impressão pelo que poderia querer definir o ano de
1470 como ano de nascimento. No entanto, existem registos escritos que em 1522
já seria "defunctus". O ano defendido de 1518 por Leo Bagrow e
outros, também não pode ser tido como certo, pelo que o ano da morte continua
desconhecido.
1
De acordo com a moda da época, Martin Waldseemüller acaba por latinizar o seu nome para Ilacomilus, Ilacomylos, Hilacomilus ou Hylacomylus.
De acordo com a moda da época, Martin Waldseemüller acaba por latinizar o seu nome para Ilacomilus, Ilacomylos, Hilacomilus ou Hylacomylus.
2
Em documentos alemães são conhecidos os nomes Walzemüller, Waltzemüller,
Walczen-müller ou Waldsenmüller. Não
existe até à data consenso na designação correcta a utilizar.
3
Martin
Waldseemüller
estudou na Universidade de Friburgo, na diocese de Constância exerceu funções
de sacerdote, mas foi em Saint Die (Vosges) como cónego que deu início às suas
obras cartográficas. Foi em St. Die, que Waldseemüller leccionou
astronomia e geografia.
4
Alguns dos trabalhos cartográficos
realizados por Waldseemüller:
Universalis
Cosmographia Secundum Ptholomei Traditionem e Et Americi Vespucci Aliorum
Lustrationes (mapa mundo)
Cosmographia
Introductio (1507)
Carta
Itineraria Europae (1516)
Carta
Marina (1516
1 Erläuterung zur Carta Itineraria Europae,
pág. 7
2 Erläuterung zur Carta Itineraria Europae,
pág. 7
3 Erläuterung zur Carta Itineraria Europae,
pág. 7
4 The story of maps, pág 1
A redescoberta do mapa
A redescoberta do mapa foi feito em
1901 pelo historiador jesuíta Joseph Fisher. Encontrava-se na biblioteca do
príncipe von Waldburg zu Wolfegg-Waldsee no castelo de Wolfegg (Concelho de
Ravensburg) no estado de Vurtemberg na Alemanha.
5
.
O mapa estava contido num livro do
matemático Alemão do Séc. XVI Johannes Schöner.
Continha o livro um total de 12
folhas, designadas de Carta Marina,
datada de 1516.
Juntamente com este mapa estavam mais
outras 12 folhas de outro mapa mundo, sem data, nem nome de autor. Este último
mapa é referido como sendo o Mapa de
Martin Waldseemüller, que se irá tratar neste pequeno trabalho.
O
livro, o mapa e o globo
Por forma a descrever o conteúdo do
mapa e do globo, Waldseemüller
escreveu o livro Cosmographia
Introductio.
O globo de pequenas dimensões, é
suportado pelo mapa projectado (tam in
solido quam plano).
Facsimile
globe, Martin Waldseemüller, 1507.
O mapa Universalis Cosmographia Secundum Ptholomei Traditionem e Et Americi
Vespucci Aliorum Lustrationes (Mapa Mundo de acordo com a tradição de
Ptolomeu e as viagens de Amerigo Vespucci), foi realizado em 12 blocos de
madeira (com a projecção do mundo).
Realizado em Estrasburgo, a impressão das cópias foi feita em St. Die.
Realizado em Estrasburgo, a impressão das cópias foi feita em St. Die.
12
blocos com projecção, Martin Waldseemüller, 1507
Um total de 1000 cópias foi efectuado,
chegando aos dias de hoje um único
exemplar.
Sendo este mapa considerado pelos Americanos
como "America´s birth certificate", (Certificado do Nascimento da América),
tendo sido comprado pela Library of Congress em Washington, D. C.
América
um nome masculino
Para além do mapa, Martin
Waldseemüller escreveu o livro de 103 páginas designado por Cosmographia
Introductio. Aqui, o autor refere que o navegador italiano Américo Vespúcio
havia descoberto a "quarta parte" do mundo (quarta orbis pars).
Atendendo ao facto de que a Europa e
Ásia haviam recebido nomes de mulheres, não via razão para que esta outra parte
do mundo não tivesse um nome masculino, Amerige,
que quer dizer, as terras de Americus,
ou América, de acordo com o seu
sagaz descobridor (Amerigo)
6
Martin Wadlseemüller resolveu dar a
designação "America" no
Mapa de Waldseemüller por ele efectuado.
5 Maps slide 312
6 Portugal may have put America on the map, pág. 2
Quem foi
Amerigo Vespucci
Amerigo Vespucci (português Américo
Vespúcio), nasceu em 1454 em Florença, falecendo em 1512 em Sevilha.
Vespúcio era filho de Nastagio, um
notário. Trabalhou no Banco Lorenzo and Giovanni di Pierfrancesco de 'Medici,
antes de ser enviado a Sevilha, onde
o Banco detinha interesses representados por Giannotto Berardi. Estes
interesses passavam pela navegação, pelo que aparentemente conheceu Colon (conhecido
pelo nome inventado, falso, de Colombo)
aquando da sua chegada da primeira viagem, Março de 1493.
Esta foi a porta aberta que Vespúcio precisava por forma a aventurar –se
pelo Oceano Atlântico.
7
Américo
Vespúcio
no mapa de Waldseemüller junto do
novo Hemisfério a América.
As
viagens de Vespúcio
No total Vespúcio realizou 4
expedições ao Novo Mundo. No entanto, este número de viagens é posto em questão
por alguns.
Duas séries de documentos de Vespúcio
são conhecidos.
A primeira série com uma carta escrita em Italiano e impressa em Florença em 1505; existem também duas versões em latim desta carta: "Quattuor Americi navigationes" e "Mundus Novus", ou "Epistola Alberici de Novo Mundo".
A segunda série consiste de 3 cartas. Na primeira série são referenciadas 4 viagens, na segunda série somente duas.
A primeira série com uma carta escrita em Italiano e impressa em Florença em 1505; existem também duas versões em latim desta carta: "Quattuor Americi navigationes" e "Mundus Novus", ou "Epistola Alberici de Novo Mundo".
A segunda série consiste de 3 cartas. Na primeira série são referenciadas 4 viagens, na segunda série somente duas.
Parece verdadeira, a viagem pela coroa
Espanhola comandada por Alonso Ojeda,
entre Maio de 1499 e Junho de 1500.
Perto da actual costa do Guiana, Américo deixa a companhia de Ojeda e começa a navegar a Sul, tendo descoberto o rio Amazonas, chegando mesmo à latitude 6º (Cabo Agostinho).
No regresso passa por Trindade e foz do rio Orenoco, prosseguindo para o Haiti.
8
Vespúcio ao regressar a Espanha estava
convencido de que teria estado nas costas orientais da Ásia.
Tenta assim convencer o Rei de Espanha
a promover uma nova viagem que acaba por não ser aceite. Vespúcio vem para
Portugal.
Em Portugal, Vespúcio parte de novo
para a América.
A 13 de Maio de 1501 sai de Lisboa, em
direcção a Cabo Verde, daqui segue em direcção ao Brasil começando a sua exploração à latitude
6º Sul até à foz do Rio da Prata. É
provável que o navegador tenha mesmo estado a Sul do Rio da Prata (Patagónia).
Vespúcio regressou a Lisboa a 22 de
Julho de 1502.
9
Parece ser nesta viagem que Vespúcio fica convencido de que a costa
navegada não é a asiática mas sim um novo continente que passaria a ter o seu
nome!
A aceitação do novo continente no mapa de Waldseemüller
Aquando da preparação do mapa por Martin Waldseemüller, o
conhecimento do mundo era aquele defendido por Ptolomeu! O novo conhecimento
trazido pelas navegações portuguesas e espanholas, vinham desafiar a visão
clássica do mundo, pelo que o autor do mapa não mais poderia ignorar os novos
elementos.
Era no entanto importante não existir
uma rotura com o conhecimento e valores aceites na altura. O resultado é a
colocação da imagem de Ptolomeu junto ao mundo clássico, juntando assim o novo
conhecimento do continente que acabou por ser designado por América com imagem
de Américo Vespúcio.
7 Biographie Vespucci, pág 1
8 Biographie Vespucci, pág 1 e 2
9 Biographie Vespucci, pág 2 3
Cláudio Ptolomeu, astrónomo grego,
nascido no Egipto no Séc. II, junto do hemisfério velho (Europa, África e Ásia)
no mapa de Waldseemüller.
O
Occeanus Ocidentalis
Neste mapa a designação do Oceano Atlântico é a de Occeanus Ocidentalis.
É de referir que o autor designa este mesmo Oceano junto à costa do Magrebe como sendo Athlanticum.
É de referir que o autor designa este mesmo Oceano junto à costa do Magrebe como sendo Athlanticum.
O
Atlântico Norte e a Terra Nova
É ainda muito pobre o conhecimento e
representação da América do Norte. É
já representada a península da Florida
"Terra Ulteri' Incognita",
não existindo ainda nenhuma ligação entre este ponto e a Terra Nova.
A Terra Nova é representada em forma
de ilha tal qual a conhecemos no mapa Cantino, afastada do Continente Norte
Americano.
Esta constatação vem mais uma vez evidenciar
o segredo bem ocultado pelos Portugueses em relação ao conhecimento da América do Norte.
Pormenor da América do Norte sem a Terra
Nova, com uma passagem fictícia na América Central entre o Oceano Atlântico
e Pacífico.
A representação da Terra Nova é feita com a bandeira das cinco quinas.
Terra Nova, sua representação em forma
de ilha e para cá da linha de
Tordesilhas.
O Atlântico Sul
É bem presente e visível a marca
Portuguesa no Atlântico Sul, as
bandeiras, na costa Africana, as Ilhas e a costa Oriental da América do Sul
disso são provas.
As ilhas de maiores dimensões representadas
perto do Cabo Horn tanto poderão ser
as actuais ilhas Falcland (Malvinas)
como as ilhas Geórgia do Sul, ambas
hoje sob a jurisdição Britânica.
O Atlântico Sul com bandeiras das cinco
quinas, repleto de nomes portugueses.
4
O Oceano Pacífico na sua primeira representação
Todos nós aprendemos que foi o
português Fernão de Magalhães o primeiro a
circum-navegar o mundo no ano de 1519-1522. Já nessa altura o Oceano Pacífico
era conhecido, visto o mesmo ter sido descoberto (oficialmente) por Fernando Balboa em 1513.
No entanto não eram os seus contornos, nem tão pouco a passagem que recebeu o nome de Estreito de Magalhães.
No entanto não eram os seus contornos, nem tão pouco a passagem que recebeu o nome de Estreito de Magalhães.
Assim se pode questionar como é que no
mapa datado de 1507 por Waldseemüller consegue-se ter a Costa Ocidental da América do Sul perfeitamente definida!
Também não deixa de ser curioso o
facto de neste mesmo mapa não ser mencionado nenhuma passagem entre oceano do Atlântico
Sul e o oceano Pacífico, no entanto na sua extremidade (Cabo Horn) aparece uma bandeira portuguesa com as quinas de
Portugal.
Não podemos partir do pressuposto que
é uma mera coincidência, o ângulo que existe entre os paralelos 18 e 19 está
claramente representado.
Pormenor
do lado ocidental da América do Sul.
A designação dada ao Oceano Pacífico é a de Occeanus
Orientalis, mencionado também o Oceano
Atlântico como Occeanus Ocidentalis, é esta uma clara
referência de que eram conhecidos dois mares e que os mesmos teriam que estar
interligados.
O mapa representa ainda as montanhas dos Andes ao longo de todo o
lado ocidental da América do Sul.
Cabo
Horn
Este cabo na extremidade do continente
é assinalado no mapa, contendo ainda uma bandeira com as cinco quinas de
Portugal.
O mapa, contudo, não apresenta a
passagem do Estreito de Magalhães,
certamente que esta informação foi propositadamente ocultada pelos Portugueses
por forma a poderem continuar as suas expedições sem atropelos do reino de
Castela.
Não podemos esquecer que uma possível
passagem para o Oceano Pacífico poderia representar a perca do monopólio do
Cabo da Boa Esperança em África por onde os Portugueses faziam passar todas as
especiarias vindas da Índia.
Pormenor do Cabo Horn com Bandeira das
cinco quinas
América
Central
Não deixa de ser relevante, o facto de na
parte principal do mapa existir uma passagem entre o Oceano Atlântico e
Pacífico na América Central. De referir ainda que aqui é também colocada uma
bandeira de Castela. Esta passagem deixa de ser representada no pequeno
hemisfério junto da imagem de Américo Vespúcio.
A carta náutica de 1424
Já não é a primeira vez que somos
deparados com incongruências nos mapas do Séc. XV e XVI.
A carta náutica de 1424 é um desses exemplos.
O autor Zuane Pizzigano, apresenta na sua carta náutica quatro ilhas que
designaria por antilhas: Saya, Satanazes, Antília, e Ymana.
Carta Náutica de 1424 de Zuane
Pizzigano de Veneza
10
As Verdadeiras Antilhas: Terra Nova e
Nova Escócia, Pág. 5
A cuidada análise demonstrou que as
mesmas ilhas se encontram nas latitudes da Terra Nova e Nova Escócia,
demonstrando ainda ângulos e baías semelhantes às existentes.
Pormenor do lado ocidental com Saya,
Satanazes, Antília, e Ymana
O
mapa Cantino de 1502
O mapa Cantino não desafia as regras
daquele que é o conhecimento aceite pelos historiadores. A justificação da
representação da Terra Nova passa pelo facto, de assim estas terras estarem na
parte correspondente ao hemisfério português, mas será que o conhecimento
cartográfico da época não teria muito mais informação em relação à América do
Norte? Que foi feito da informação de João Vaz Corte Real e seus sucessores...
Pormenor com "Terra del Rey de Portuguall"
Tratado
de Tordesilhas
Como é sabido o Tratado de Tordesilhas
assinado no ano de 1494 pelo rei D. João II de Portugal e o rei Fernando, o
Católico de Castela, é o resultado da viagem de Cristóvão Colon à América.
No entanto, durante a negociação o rei
de Portugal fez denotar que a linha a 100 léguas a Oeste dos Açores e de Cabo
Verde seria demasiado estreita para "os barcos portugueses que navegassem
naquela parte, em busca de novas terras ou em viagem de regresso da
Guiné".
12
Aquando da assinatura do Tratado, foi
demarcada a linha de pólo a pólo, que passava a 370 léguas a oeste de Cabo
Verde.
A longitude mais ocidental das ilhas
na ilha de Santo António é 25º 23'
somando as 370 léguas (21º 37') obtemos a longitude 46º 37', ficando o reino de
Castela com as terras a Oeste deste meridiano e Portugal com as terras situadas
a Este.
13
Este não deixa de ser mais um elemento
curioso na diplomacia e secretismo do reino de Portugal, na procura de
justificar os seus bens no continente Americano. É esta nuance do meridiano que
faz aparecer no mapa Cantino a Terra Nova segregada do continente Americano mas
ainda assim a Este da demarcação assinada com Castela.
O mesmo se verifica no mapa de Waldseemüller em que é colocada
a bandeira com as quinas de Portugal na Terra
Nova sendo esta mais uma vez uma ilha no Atlântico Norte.
O parecer, ao juntar todas as
evidências, é que claramente, era do conhecimento do rei D. João II, a
existência de terras a Oeste, a que mais tarde se vêm juntar evidências de
ocupação Portuguesa ainda hoje comprováveis.
14
11 Leia-se Cristóvão Colon,
12 O Tratado de Tordesilhas, Tratado
de Tordesilhas, Pág. 115
13 O Tratado de Tordesilhas, Tratado
de Tordesilhas, Pág. 119
14 The Digital Dighton Rock, Pág. 1
A
descoberta do Brasil
Foi no dia 22 de Abril do ano de 1500
à tarde que se avistou terra. "... primeiro um grande monte, muito alto e
redondo, que, a pouco e pouco, se converte em terra chã junto da Costa. O capitão
deu-lhe o nome: Monte Pascoal e Terra da Vera Cruz".
15
Esta é a narrativa oficial da
descoberta do Brasil descrita na carta de Pero Vaz
de Caminha. No entanto, ao longo dos anos, muitos têm sido os indícios
que eventualmente a Terra da Vera Cruz já seria conhecida antes da chegada de Álvares
Cabral.
Não deixa de ser curioso que no mapa
do Visconde Maiolo de 1504, designa
o Nordeste Brasileiro como sendo as terras de Gonçalo Coelho.
16
O Dr.
Mascarenhas Barreto defende ainda que João
Coelho havia começado com viagens à América em 1487!
17
O
secretismo das descobertas
Tal como nos dias que correm, o
conhecimento era um bem essencial à vantagem competitiva das nações. Este era
também o caso da cartografia Portuguesa, que durante o Séc. XV e parte do Séc.
XVI, foi a mais rica fonte deste saber.
A cartografia (o seu conhecimento) era
concentrada numa carta mestra designada por "padrão", este padrão era
actualizado com as várias informações que os marinheiros iriam trazer após as
suas viagens pelo mundo fora. Não bastava só actualizar as cartas, mas também
delas retirar ilações e disseminar o conhecimento por outros navegadores, que
em nome de el Rey de Portugal, navegaram por esses mares fora. Esta
responsabilidade era do Almoxarife,
entre outro podemos aqui encontrar o nome de Bartolomeu Dias.
18
Mais tarde esta função passa a ser
designada por cosmógrafo-mor. Função
criada em 1547 e sendo ocupada por Pedro
Nunes até ao ano da sua morte em 1578, sucedeu-lhe Tomas d'Orta (1582-1591) e João
Baptista Lavanha (1591-1624).
19
Assim sendo, este conhecimento seria
um bem essencial na "corrida" pelos mares, tal como hoje a fuga de
informação nem sempre é possível controlar.
O número de pilotos (navegadores) e
cartógrafos existentes em Portugal, dificultava a ocultação da informação, a
aposta Espanhola e mais tarde a Holandesa, sabem tirar partido dos cartógrafos
mal pagos em Portugal, havendo assim uma clara transferência deste conhecimento
para outras nações.
20
Conclusão
O mapa de Waldseemüller de 1507, trás
novos dados em relação ao conhecimento do novo mundo. Aquilo que muito se havia
estudado, é colocado em questão. A
sensação é unânime, as datas não coincidem, o conhecimento é excessivo, e deixa
a grande questão: de quem veio esta informação? Mais uma vez, os Portugueses
são aqueles melhor posicionados para poderem chamar a si estas descobertas!
14 The Digital Dighton Rock, Pág. 11
15 E como Pero Vaz de Caminha descreve
a Terra de Vera Cruz, A carta de Pêro Vaz de Caminha, Pág. 63
16 The discoveries before Columbus, The Portuguese Columbus, pág. 62
17 The discoveries before Columbus, The Portuguese Columbus, pág. 62
18 The influence of 16 th -century Portuguese and Spanish mapmaking on
England and Flanders, Mapping for Money, pág. 16
19 The influence of 16 th -century Portuguese and Spanish mapmaking on
England and Flanders, Mapping for Money, Pág. 16
20 On Spanish and Portuguese
secrecy, Mapping for Money, pág. 30/ 31 7
The Digital Dighton Rock, Sérgio Filipe, 2002.
A carta de Pêro Vaz de Caminha, Auto
do nascimento do Brasil, Mar de Letras, 2000.
The Portuguese Columbus, Mascarenhas Barreto, St. Martins Press, New
York.
Portugal May Have Put America on The Map, Paulo Monteiro, Posted from:
213.58.12.63. 8
Bibliografia
Universalis Cosmographia
Secundum Ptholomei Traditionem e Et Americi Vespucci Aliorum Lustrationes
Waldseemüller's World Map, 1507, Wychwood Editions.
Erläuterungen zur Carta
Itineraria Europae, Kirschbaum Verlag, Bonn, Bad Godesberg, Dezember 1971.
The story of maps, Bonanza
Books, New York 1949.
Slide 312 [Online] Available
from: http:// www. henry-davis. com/ MAPS/ Ren/ Ren1/ 310mono. html [Acedido a
15 de Janeiro 2003].
As Verdadeiras Antilhas: Terra Nova e Nova Escócia, Dr. Manuel Luciano
da Silva, Editora Sílvia Jorge da Silva, 1987 Bristol R. I
Biographie Vespucci [Online] Available from: http:// www. bigoid. de/ conquista/ biographien/ vespucci. htm [Acedido a 13 de Dezembro 2002].Mapping for Money, Kees Zandvliet, Batavian Lion International, Amsterdam 1998.
Tratado de Tordesilhas, Banco
Bilbao Viscaya (Portugal), S. A., Lisboa 1994.
The Digital Dighton Rock, Sérgio Filipe, 2002.
A carta de Pêro Vaz de Caminha,
Auto do nascimento do Brasil, Mar de Letras, 2000.
The Portuguese Columbus, Mascarenhas Barreto, St.
Martins Press, New York.
Portugal May Have Put America
on The Map, Paulo Monteiro, Posted from: 213.58.12.63. 8
Bibliografia
Universalis Cosmographia
Secundum Ptholomei Traditionem e Et Americi Vespucci Aliorum Lustrationes
Waldseemüller's World Map, 1507,
Wychwood Editions.
Erläuterungen zur Carta
Itineraria Europae, Kirschbaum Verlag, Bonn, Bad Godesberg, Dezember 1971.
The story of maps, Bonanza
Books, New York 1949.
Slide 312 [Online] Available
from: http:// www. henry-davis. com/ MAPS/ Ren/ Ren1/ 310mono. html [Acedido a
15 de Janeiro 2003].
As Verdadeiras Antilhas: Terra Nova e Nova Escócia, Dr. Manuel Luciano
da Silva, Editora Sílvia Jorge da Silva, 1987 Bristol R. I.
Biographie Vespucci [Online] Available from: http:// www. bigoid. de/
conquista/ biographien/ vespucci. htm [Acedido a 13 de Dezembro 2002]. Mapping for Money, Kees Zandvliet, Batavian Lion
International, Amsterdam 1998.
Tratado de Tordesilhas, Banco
Bilbao Viscaya (Portugal), S. A., Lisboa 1994.
The Digital Dighton Rock, Sérgio Filipe, 2002. A carta de Pêro Vaz de Caminha,
Auto do nascimento do Brasil, Mar de Letras, 2000.
The Portuguese Columbus, Mascarenhas Barreto, St.
Martins Press, New York.
Portugal May Have Put America
on The Map, Paulo Monteiro, Posted from: 213.58.12.63. 8
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